02 janeiro, 2013

Nossa missão é muito mais do que auxiliar quem nos rodeia

Sabemos que a melhor maneira de ajudar alguém é dando o exemplo.

Muitas vezes, queremos que os familiares e os amigos trilhem por algum caminho, que tomem alguma atitude, porém não nos damos conta de que  as pessoas não querem conselhos ou ajuda; elas querem a resolução para os problemas delas, ou seja, esperam que alguém dê um jeito em suas vidas. Só que isto é algo que foge do nosso controle.

Hoje, nós sabemos que são: filhos, amigo, marido, mulher... Mas em outras experiências terrenas, quem elas foram? Nós nem temos conhecimento da nossa história, da nossa vida,  que dirá da vida dos outros. Portanto, quem somos nós para achar que o melhor é mostrar este ou aquele caminho? E mais, será que nós estamos dando exemplo daquilo que aconselhamos ser o melhor?

Precisamos ter consciência que nossa missão é muito mais do que ficar tentando resolver a vida dos mais íntimos. Se considerarmos que todas as pessoas necessitam de uma palavra amiga, de um aperto de mão, de um sorriso ou de uma ajuda, por que nos detemos a nos preocupar apenas com quem conhecemos? Ainda mais quando estamos numa caminhada espiritual, de progresso e de evolução.

Quando entramos neste universo das terapias holísticas e naturais, por exemplo, temos o costume de querer abraçar a vida dos mais próximos nos esforçando para mostrar que fazendo um curso ou uma terapia nesta área, temos resultado, temos cura e entendimento. Porém poucos querem assumir as responsabilidades que entrar por este caminho nos traz. Pois autoconhecimento requer reforma íntima, ou seja, ajustar o que está bagunçado, mudar padrões, crenças limitantes e sair do comodismo.

É por isso que esta busca por evolução espiritual também requer que ajudemos o nosso planeta (como um todo) a evoluir, a crescer e a progredir. Sendo assim, é necessário estarmos alinhados com nossos propósitos e focando neles o tempo todo. E, nesta busca, ajudaremos muitos a mudar, melhorar e a serem mais felizes. Só que estes nem sempre serão os mais chegados.

E mais, quando desfocamos disto, nossa vida vai começar a se "arrastar". Aí vem a frustração porque nós mudamos, mas as pessoas (principalmente os familiares e amigos) não mudam. Com isso nossa vida financeira fica escassa, os nossos objetivos não são cumpridos, os desafios crescem e nós perdemos a conexão com aquilo que é essencial para nós.

Por mais duro que seja o desapego, ele é importante para assumirmos os verdadeiros papéis que nos cabem neste mundo. Não podemos nos esconder por de trás de nossa missão, focando em querer auxiliar apenas a família, senão tudo parecerá mais difícil e não fluirá.

Claro que não é por acaso que convivemos com estas pessoas, mas não podemos tomar atitude por um filho, nem tão pouco, nós podemos resolver um problema do marido ou da esposa. Cada um tem seus desafios, os quais são importantes para seus aprendizados. E quando nos intrometemos, a pessoa não aprende e nós não nos realizamos, pois o caminho de cada ser humano é diferente para chegar à evolução da consciência e daquilo que é melhor para nós.

Também não dá para dizer que o filho, o marido, a esposa ou os pais são nossos carmas. Esta idéia já está ultrapassada. Carma é uma palavra que significa ação, portanto carma pode ser algo bom ou ruim e não um fardo. Sendo assim, podemos dizer que os nossos carmas são todas as ações que nós realizamos e que geram resultados positivos ou negativos.

Baseado nesta reflexão é bom se perguntar: por que não ajudamos, por exemplo, uma pessoa estranha, se ela não pedir? Por que respeitamos os seus limites e o dos familiares não?

É comum nos depararmos com alguém que não é muito íntimo, ouvir as queixas e ficar quietinho, apenas ouvindo e só dar opinião quando a pessoa nos pede. Mas se é um filho que faz isso, nós já temos um milhão de maneiras para interferir. Claro que temos a obrigação de mãe e de pai de orientar, porém não podemos tomar atitudes ou viver a vida dos filhos. Temos a nossa vida, os nossos desafios para cumprir e esta sim é nossa principal tarefa. Se pudermos auxiliar quem está próximo e se estes estão aptos a ouvir os conselhos, tudo bem. Senão, se não quiserem nos ouvir, podemos aproveitar esta situação para aprender a priorizar as nossas vontades e anseios.

Começar a prestar mais atenção no tempo que desperdiçamos com quem não quer ajuda, e fazer por quem está disposto a recebê-la pode ser uma ótima maneira de aprendermos a respeitar os limites dos outros, os nossos e ainda fazer um bem a quem realmente precisa. Pense nisso!


Texto de Cátia Bazzan, autora do livro "Ame Quem Você - Saiba que a melhor escolha é a sua."

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