31 agosto, 2012

Verdadeiro Amor

Quantas vezes você já olhou um casal, passeando de mãos dadas ou abraçados e se perguntou como eles podem se amar, sendo tão diferentes?

Quantas vezes já pensou em como aquela moça tão elegante pode amar aquele homem com ar tão desengonçado?

Ou como aquele homem tão bonito, parecendo um deus da beleza pode amar aquela mulher tão destituída de atrativos?

Toda vez que essas idéias nos atravessam a mente, é que estamos julgando o amor pelo exterior.

Mas, já dizia o escritor de "O pequeno príncipe": "O essencial  é invisível para os olhos!"

A propósito, conta-se que o avô do conhecido compositor alemão Mendelssohn, estava muito longe de ser bonito.

Moses era baixo e tinha uma corcunda grotesca.

Um dia, visitando um comerciante na cidade de Hamburgo, conheceu a sua linda filha. E logo se apaixonou perdidamente por ela.

Entretanto, a moça, ao vê-lo, logo o repeliu. Aquela aparência disforme quase a enojou.

Na hora de partir, Moses se encheu de coragem e subiu as escadas. Dirigiu-se ao quarto da moça para lhe falar. Desejava ter sua última oportunidade de falar com ela.

A jovem era uma visão de beleza e Moses ficou entristecido porque ela recusava até mesmo a olhar para ele. Timidamente, ele lhe dirigiu uma pergunta muito especial:

- "Você acredita em casamentos arranjados no céu?"

Com os olhos pregados no chão, ela respondeu: "Acredito!"

- "Também acredito." - afirmou Moses. - "Sabe, acredito que no céu, quando um menino vai se preparar para nascer, Deus lhe anuncia a menina com quem vai se casar. Pois quando eu me preparava para nascer, Deus me mostrou minha futura noiva. Ela era muito bonita e o bom Deus me disse: Sua mulher será bela, contudo terá uma corcova. Imediatamente, eu supliquei: Senhor, uma mulher com uma corcova será uma tragédia. Por favor, permita que eu seja encurvado e que ela seja perfeita."

Nesse momento, a jovem, emocionada, olhou diretamente nos olhos de Moses Mendelssohn. Aquela era a mais extraordinária declaração de amor que ela jamais imaginara receber.

Lentamente, estendeu a mão para ele e o acolheu no fundo de seu coração.

Casou-se com ele e foi uma esposa devotada.

O amor verdadeiro tem lentes especiais para ver o outro. Vê, além da aparência física, a essência. E assim, ama o que é real. A aparência física pode se modificar a qualquer tempo. A beleza exterior pode vir a sofrer muitos acidentes e se modificar, repentinamente. Quem valoriza o interior do outro é como um hábil especialista em diamantes que olha a pedra bruta e consegue descobrir o brilho da preciosidade. É como o artista que acaricia o mármore, percebendo a imagem da beleza que ele encerra em sua intimidade. Este amor atravessa os portões desta vida e se eterniza no tempo, tendo capacidade de acompanhar o outro em muitas experiências reencarnatórias.

Este é o verdadeiro amor. No amor, o homem sublima os sentimentos e marcha no rumo da felicidade. Na perfeita identificação das almas, o amor produz a bênção da felicidade em regime de paz.



Texto enviado por Marta Valesca Vieira da S. Lopes

30 agosto, 2012

Fala com bom humor

A palavra é uma das mais relevantes conquistas do homem.

Quem aprendeu a ciência de falar bem, vive semeando sementes de luz nos corações que estacionam nas trevas.

O poder da palavra é ilimitado, alcança qualidades inumeráveis, curando enfermos, levantando caídos, enxugando lágrimas, consolando tristes e alegrando criaturas.

A palavra bem humorada, nascida no Reino de Jesus, é um Sol que ilumina todos os caminhos humanos.

Antes das tuas conversações, lembra-te do bom humor e deixa que o teu verbo desentulhe a mente de quem te ouve, do lixo da tristeza e do magnetismo inferior, oriundo de tantas outras invigilâncias, que a vida correrá livre em todo o teu ser, na mais perfeita harmonia, como se fora a presença de Deus na tua própria presença.

A língua que obedece à mente educada nos princípios evangélicos é como um bisturi divino, a operar todas as inconveniências morais da alma, aprumando as idéias para as idéias de Jesus e aperfeiçoando o coração ao mesmo ritmo das qualidades do Mestre.

Exercita o bom humor, pois todos os que te cercam gostam disso. O homem alegre no Bem, vale muito mais do que uma multidão desgostosa e aborrecida.

Ao assentar-se a uma mesa para alimentar-se, não deves esquecer a alegria que nasce e cresce em assuntos elevados. Ela purifica o ambiente e harmoniza o corpo, predispondo todo o organismo para uma perfeita assimilação dos alimentos, permitindo que o mesmo carregue um energismo divino na sua estrutura, capaz de restaurar todo o psiquismo, dependendo da disposição de quem se alimenta. Lembra-te disso na hora de comer: tua refeição poderá ser o teu próprio remédio ou o preventivo para todos os males.

No futuro, as boticas de medicamentos irão desaparecer, assim como os laboratórios estruturados na ganância, que colocam sempre à frente os próprios interesses em detrimento da saúde coletiva. A predominância será para o laboratório da natureza.

O corpo não foi feito para adoecer, sendo divino, ideado pelas mãos de Deus.

Os hospitais poderão ficar com as suas portas abertas, mais como escolas ensinando a medicina preventiva, partindo da mais simples assepsia até chegar às mãos sábias da natureza.

No mundo atual, quanto mais se formam economistas, quanto mais a ciência de ganhar e ajuntar floresce, mais existe miséria, fome e peste, sem que a própria justiça possa dar jeito. Os homens de comando dos países não confiam uns nos outros e tudo o que ganham, gastam em guerras fratricidas e em armas assassinas.

Os exércitos da Terra consomem toda a economia das nações, sem nenhum objetivo de grandeza para as pátrias e para a evolução de seus filhos. Falta o essencial no coração destes homens: o Amor.

Onde existe o Amor, as armas se transformam em arados, em outros aparelhos e ferramentas de vida, e não de morte.

Vamos todos nós falar com bom humor, para que possamos ajudar nesta transformação, que o próprio progresso nos profetiza para breve futuro.

Basta as nações aceitarem os dois mandamentos onde Jesus sintetizou todas as leis e os profetas: Amar Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.


(De "Cirurgia Moral", de João Nunes Maia, pelo espírito Lancellin)

29 agosto, 2012

Oração a Mamãe Oxum

Oxum lava meus olhos...
Oxum minha emoção...
Oxum Flor das Águas...
Lava meu coração...

Sua benção minha mãe, 
Seu amor incondicional a
Todos que me são queridos...

Que onde meu pensamento for...
seu AMOR possa alcançar...

Meus amores... minha vida...
Meus amigos... meus irmãos...
O terreiro... nossos consulentes...
A Umbanda e todos filhos de Umbanda...

Carecemos muito deste AMOR minha mãe,
para nos tornarmos melhores, maiores, mais fortes
e mais maduros para lidar com as situações do dia a dia...

Nos ensina Mãe como lidar com o EGO e ser mais leve...
mais tranquilo, próspero e confiar na vida...

Nos ensina Mãe e nos dá forma para nos transformar
no que realmente somos por baixo... de tantas proteções
feridas, marcas e traumas do EGO... desta e de outras vidas...

Sua benção minha mãe...


Texto de Alexandre Cumino

28 agosto, 2012

A Tristeza dos Orixás

Foi, não há muito tempo atrás, que essa história aconteceu. Contada aqui de uma forma romanceada, mas que traz em sua essência, uma verdadeira mensagem para os umbandistas...
Ela começa em uma noite escura e assustadora, daquelas de arrepiar os pelos do corpo. Realmente o Sol tinha se escondido nesse dia, e a Lua, tímida, teimava em não iluminar com seus encantadores raios, brilhosos como fios de prata, a morada dos Orixás.
Nessa estranha noite, Ogum, o Orixá das "guerras", saiu do alto ponto onde guarda todos os caminhos e dirigiu-se ao mar. Lá chegando, as sereias começaram a cantar e os seres aquáticos agitaram-se. Todos adoravam Ogum, ele era tão forte e corajoso.
Iemanjá que tem nele um filho querido, logo abriu um sorriso, aqueles de mãe "coruja" quando revê um filho que há tempos partiu de sua casa, mas nunca de sua eterna morada dentro do coração:
- Ah Ogum, que saudade, já faz tanto tempo! Você podia vir visitar mais vezes sua mãe, não é mesmo? - ralhou Iemanjá, com aquele tom típico de contrariedade.
- Desculpe, sabe, ando meio ocupado - respondeu um triste Ogum.
- Mas, o que aconteceu? Sinto que estás triste.
- É, vim até aqui para "desabafar" com você "mãeinha". Estou cansado! Estou cansado de muitas coisas que os encarnados fazem em meu nome. Estou cansado com o que eles fazem com a "espada da Lei" que julgam carregar. Estou cansado de tanta demanda. Estou muito mais cansado das "supostas" demandas, que apenas existem dentro do íntimo de cada um deles.... Estou cansado...
Ogum retirou seu elmo, e por detrás de seu bonito capacete, um rosto belo e de traços fortes pôde ser visto. Ele chorava. Chorava uma dor que carregava há tempos. Chorava por ser tão mal compreendido pelos filhos de Umbanda.
Chorava por ninguém entender, que se ele era daquele jeito, protetor e austero, era porque em seu peito a chama da compaixão brilhava. E, se existe um Orixá leal, fiel e companheiro, esse Orixá é Ogum. Ele daria a própria Vida, por cada pessoa da humanidade, não apenas pelos filhos de fé. Não! Ogum amava a humanidade, amava a Vida.
Mas infelizmente suas atribuições não eram realmente entendidas. As pessoas não viam em sua espada, a força que corta as trevas do ego, e logo a transformavam em um instrumento de guerra. Não viam nele a potência e a força de vencer os abismos profundos, que criam verdadeiros vales de trevas na alma de todos. Não viam em sua lança, a direção que aponta para o autoconhecimento, para iluminação interna e eterna.
Não! Infelizmente ele era entendido como o "Orixá da Guerra", um homem impiedoso que utiliza-se de sua espada para resolver qualquer situação. E logo, inspirados por isso, lá iam os filhos de fé esquecer dos trabalhos de assistência a espíritos sofredores, a almas perdidas entre mundos, aos trabalhos de cura, esqueciam do amor e da compaixão, sentimentos básicos em qualquer trabalho espiritual, para apenas realizarem "quebras e cortes" de demandas, muidas das quais nem mesmo existem, ou quando existem, muitas vezes são apenas reflexos do próprio estado de espírito de cada um. E mais, normalmente, tudo isso torna-se uma guerra de vaidade, um show "pirotécnico" de forças ocultas. Muita "espada", muito "tridente", muitas "armas", pouco coração, pensamento elevado e crescimento espiritual.
Isso magoava Ogum. Como magoava:

- Ah, filhos de Umbanda, por que vocês esquecem que Umbanda é pura e simplesmente amor e caridade? A minha espada sempre protege o justo, o correto, aquele que trabalha pela luz, fiando seu coração em Olorum. Por que esquecem que a Espada da Lei só pode ser manuseada pela mão direita do amor, insistindo em empunhá-la com a mão esquerda da soberbia, do poder transitório, da ira, da ilusão, transformando-na em apenas mais uma espada semeadora de tormentos e destruição...

Então, Ogum começou a retirar sua armadura, que representava a proteção e firmeza no caminho espiritual que esse Orixá traz para nossa vida. E totalmente nu ficou frente à Iemanjá. Cravou sua espada no solo. Não queria mais lutar, não daquele jeito. Estava cansado...

Logo um estrondo foi ouvido e o querido, mas também temido Tatá Omulu apareceu. E por incrível que pareça o mesmo aconteceu. Ele não aguentava mais ser visto como uma divindade da peste e da magia negativa. Não entendia, como ele, o guardião da Vida podia ser invocado para atentar contra Ela. Magoava-se por sua alfange da morte, que é o princípio que a tudo destrói, para que então a mudança e a renovação aconteçam, ser tão temida e mal compreendida pelos homens.

Ele também deixou sua alfange aos pés de Iemanjá, e retirou seu manto escuro como a noite. Logo via-se o mais lindo dos Orixás, aquele que usa uma cobertura para não cegar os seus filhos com a imensa luz de amor e paz que irradia-se de todo o seu ser. A luz que cura, a luz que pacifica, aquela que recolhe todas as almas que perderam-se na senda do Criador. Infelizmente os filhos de fé esquecem disso...

Mas o mais incrível estava por acontecer. Uma tempestade começou a desabar aumentando ainda mais o aspecto incrível e tenebroso daquela estranha noite. E todos os outros Orixás começaram a aparecer, para logo, começarem também a despir suas vestimentas sagradas, além de deixarem ao pé de Iemanjá suas armas e ferramentas simbólicas.

Faziam isso em respeito a Ogum e Omulu, dois Orixás muito mal compreendidos pelos umbandistas. Faziam isso por si próprios. Iansã queria que as pessoas entendessem que seus ventos sagrados são o sopro de Olorum, que espalha as sementes de luz do seu amor. Oxóssi queria ser reverenciado como aquele que, com flechas douradas de conhecimento, rasga as trevas da ignorância. Egunitá apagou seu fogo encantador, afinal, ninguém lembrava da chama que intensifica a fé e a espiritualidade. Apenas daquele que devora e destrói. Os vícios dos outros, é claro.

Um a um, todos foram despindo-se e pensando quanto os filhos de Umbanda compreendiam erroneamente os Orixás.

Iemanjá, totalmente surpresa e sem reação, não sabia o que fazer. Foi quando uma irônica gargalhada cortou o ambiente. Era Exu. O controvertido Orixá das encruzilhadas, o mensageiro, o guardião, também chegava para a reunião, acompanhado de Pombagira, sua companheira eterna de jornada.

Mas os dois estavam muito diferentes de como normalmente apresentam-se. Andavam curvados, como que segurando um grande peso nas costas. Tinham na face, a expressão do cansaço. Mas, mesmo assim, gargalhavam muito. Eles nunca perdiam o senso de humor!

E os dois também repetiram aquilo que todos os Orixás foram fazer na casa de Iemanjá. Despiram-se de tudo. Exu e Pombagira, sem dúvida, eram os que mais razões tinham de ali estarem. Enúmeros eram os absurdos cometidos por encarnados em nome deles. Sem contar o preconceito, que o próprio umbandista ajudou a criar, dentro da sociedade, associando-o à figura do Diabo:

- Hahaha, lamentável essa situação, hahaha, lamentável! - Exu chorava, mas Exu continuava a sorrir. Essa era a natureza desse querido Orixá.

Iemanjá estava desesperada! Estavam todos lá, pedindo a ela um conforto. Mas nem mesmo a encantadora Rainha do Mar sabia o que fazer:

- Espere! - pensou Iemanjá! - Oxalá, Oxalá não está aqui! Ele com certeza saberá como resolver essa situação.

E logo Iemanjá colocou-se em oração, pedindo a presença daquele que é o Rei entre os Orixás. Oxalá apresentou-se na frente de todos. Trazia seu opaxorô, o cajado que sustenta o mundo. Cravou ele na terra, ao lado da espada de Ogum. Também despiu-se de sua roupa sagrada, pra igualar-se a todos, e sua voz ecoou pelos quatro cantos de Orun:

- Olorum manda uma mensagem a todos vocês meus irmãos queridos! Ele diz para que não desanimem, pois, se poucos realmente os compreendem, aqueles que assim o fazem, não medem esforços para disseminar essas verdades divinas. Fechem os olhos e vejam, que mesmo com muita tolice e bobagem relacionada e feita em nossos nomes, muita luz e amor também está sendo semeado, regado e colhido, por mãos de sérios e puros trabalhadores nesse às vezes triste, mas abençoado planeta Terra. Esses verdadeiros filhos de fé que lutam por uma Umbanda séria, sem os absurdos que por aí acontecem. Esses que muito além de "apenas" prestarem o socorro espiritual, plantam as sementes do amor dentro do coração de milhares de pessoas. Esses que passam por cima das dificuldades materiais, e das pressões espirituais, realizando um trabalho magnífico, atendendo milhares na matéria, mas também, milhões no astral, construindo verdadeiras "bases de luz" na crosta, onde a espiritualidade e religiosidade verdadeira irão manifestar-se. Esses que realmente nos compreendem e buscam-nos dentro do coração espiritual, pois é lá que o verdadeiro Orun reside e existe. Esses incríveis filhos de umbanda, que não colocam as responsabilidades da vida deles em nossas costas, mas sim, entendem  que tudo depende exclusivamente deles mesmos. Esses fantásticos trabalharores anônimos, soltos pelo Brasil, que honram e enchem a Umbanda de alegria, fazendo a filhinha mais nova de Olorum brilhar e sorrir...

Quando Oxalá calou-se os Orixás estavam mudados. Todos eles tinham suas esperanças recuperadas, realmente viram que se poucos os compreendiam, grande era o trabalho que estava sendo realizado, e talvez, daqui algum tempo, muitos outros juntariam-se nesse ideal. E aquilo alegrou-os tanto que todos começaram a assumir suas verdadeiras formas, que são de luzes fulgurantes e indescritíveis. E lá, do plano celeste, brilharam e derramaram-se em amor e compaixão pela humanidade.

Em Aruanda, os caboclos, pretos-velhos e crianças, o mesmo fizeram. Largaram tudo, também despiram-se e manifestaram sua essência de luz, sua humildade e sabedoria comungando a benção dos Orixás.

Na Terra, baianos, marinheiros, boiadeiros, ciganos e todos os povos de Umbanda, sorriam. Aquelas luzes que vinham lá do alto os saudavam e abençoavam seus abnegados e difíceis trabalhos. Uma alegria e bem-aventurança incríveis invadiram seus corações. Largaram as armas. Apenas sorriam e abraçavam-se. O alto os abençoava...

Mas, uma ação dos Orixás nunca fica limitada, pois é divina, alcançando assim, a tudo e a todos. E lá no baixo astral, aqueles guardiões e guardiãs da lei nas trevas também foram alcançados pelas luzes Deles, os Senhores do Alto. Largaram as armas, as capas, e lavaram suas sofridas almas com aquele banho de luz. Lavaram seus corações, magoados por tanta tolice dita e cometida em nome deles. Exus e Pombagiras, naquele dia foram tocados pelo amor dos Orixás, e com certeza, aquilo daria força para mais muitos milênios de lutas  insaciáveis pela Luz.

Miríades de espíritos foram retirados do baixo astral, e pela vibração dos Orixás puderam ser encaminhados novamente à senda que leva ao Criador. E na matéria toda a humanidade foi abençoada. Aos tolos que pensam que Orixás pertencem a uma única religião ou a um povo e tradição, um alerta. Os Orixás amam a humanidade inteira, e por todos olham carinhosamente.

Aquela noite que tinha tudo para ser uma das mais terríveis de todos os tempos, tornou-se benção na vida de todos. Do alto ao embaixo, da esquerda até a direita, as egrégoras de paz e luz deram as mãos e comungaram daquele presente celeste, vindo diretamente do Orun, a morada celestial dos Orixás.

Vocês, filhos de Umbanda, pensem bem! Não transformem a Umbanda em um campo de guerra, onde os Orixás são vistos como "armas" para vocês acertarem suas contas terrenas. Muito menos esqueçam do amor e compaixão, chaves de acesso ao mistério de qualquer um deles. Umbanda é simples, é puro sentimento, alegria e razão. Lembrem-se disso.

E quanto a todos aqueles, que lutam por uma Umbanda séria, esclarecida e verdadeira, independente da linha seguida, lembrem-se das palavras de Oxalá ditas linhas acima.

Não desanimem com aqueles que vos criticam, não fraquejem por aqueles que não tem olhos para ver o brilho da verdadeira espiritualidade.

Lembrem-se que vocês também inspiram e enchem os Orixás de alegria e esperança. A todos, que lutam pela Umbanda nessa Terra de Orixás, esse texto é dedicado. Honrem-los. SEJAM LUZ, ASSIM COMO ELES!

Exe ê o babá (Salve o Pai Oxalá)


**** "A Tristeza dos Orixás" é de autoria de Fernando Sepe escrito para o Jornal de Umbanda Sagrada. Foi publicado em duas ocasiões: Em sua íntegra, na edição nro. 68 de Dezembro de 2005 (quando foi escrito), e editado, na edição nro. 94 de Março de 2008.


25 agosto, 2012

Tua mensagem

Tua mensagem não se constitui apenas do discurso ou do título de cerimônia com que te apresentas em plano convencional; é a essência de tuas próprias ações, a exteriorizar-se de ti, alcançando os outros.
 
Sem que percebas, quando te diriges aos companheiros para simples opiniões, em torno de sucessos triviais do cotidiano, está colocando o teu modo de ser no que dizes; ao traçares ligeira frase, num bilhete aparentemente sem importância, derramas o conteúdo moral de teu coração naquilo que escreves, articulando referência determinada, posto que breve, apontas o rumo de tuas inclinações; em adquirindo isso ou aquilo, entremostras o próprio senso de escolha; elegendo distrações, patenteias por elas os interesses que te regem a vida íntima...
 
Reflete na mensagem que expedes, diariamente, na direção da comunidade.
 
As tuas idéias e comentários, atos e diretrizes voam de ti, ao encontro do próximo, à feição das sementes que são transportadas para longe das árvores que as produzam.
 
Cultivemos amor e justiça, compreensão e bondade, no campo do espírito.
 
Guarda a certeza de que tudo quanto sintas e penses, fales e realizes é substância real de tua mensagem às criaturas e é claramente pelo que fazes às criaturas que a lei de causa e efeito, na Terra ou noutros mundos, te responde, em zelando por ti.
 
Emmanuel
(De "Caminho Espírita", de Francisco Cândido Xavier - Autores diversos)

24 agosto, 2012

O homem invisível

Esse texto faz parte de um Tese de Mestrado na USP realizado por um Psicólogo.
 
"O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORME A EDUCAÇÃO QUE RECEBE!"
 
"Fingi ser gari por um mês e vivi como um ser invisível!"
 
Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da "invisibilidade pública". Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.
 
Plínio Delphino, Diário de São Paulo.
 
O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou um mês como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo.
 
Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são "seres invisíveis, sem nome".
 
Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da "invisibilidade pública", ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa. Braga travalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400,00 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida.
 
"Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência", explica o pesquisador.
 
O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano.
 
"Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão", diz.
 
No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço.
 
Um deles foi até o latão de lixo, pegou duas latinhas de refrigerante, cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro.
 
Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo e, claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse:
 
"E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?" E eu bebi.
 
Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.
 
O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
 
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central.
 
Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu.
 
Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angústia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.
 
E depois de um mês trabalhando como gari? Isso mudou?
 
Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também  a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.
 
E quando você volta para casa, para seu mundo real?
 
Eu choro. É muito triste, porque a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais.
 
Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa.
 
Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, frequento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.
 
Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe.
 
Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma "COISA".
 
Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida!

23 agosto, 2012

UMBANDISTA SIM, Macumbeiro também!

Muitos Umbandistas se ofendem quando chamados de "macumbeiros", mas isso não tem a ver com o significado da palavra e nem com sua identidade religiosa e, sim, com o que fizeram desta palavra.

Se o "outro" me chama de "macumbeiro", no tom de suas palavras eu percebo o quanto está carregado de preconceito, ou não. Principalmente por conhecer ou desconhecer o que seja "macumba". Ignorantes da fé e religiosidade alheia em atitude de discriminação se utilizam desta palavra, "macumba", lhe atribuindo significado negativo.

Logo a palavra "macumba" assumiu, popularmente, uma grande quantidade de significados, positivos e negativos, mas que no inconsciente coletivo vem assumindo um peso resultante da grande massa que discrimina os cultos brasileiros e afrobrasileiros, como Umbanda e Candomblé.

Talvez a estrutura da palavra não ajude muito. Eu mesmo e alguns conhecidos, anos atrás, dizíamos pertencer à "Boacumba", com a intenção de desassociar a idéia de uma "coisa" que é "Má".

Me lembro de recomendações feitas por mim e por outros irmãos com estas palavras: "Quando lhe perguntarem se você é macumbeiro diga: sou umbandista, com muito orgulho!"

Resposta pronta para dar a um ignorante/preconceituoso, arrematada com: "macumba não é religião e sim um instrumento de percussão", apenas para dar ao incauto seu atestado de ignorante, certificado por um "macumbeiro".

Ao mesmo tempo entre nós umbandistas, sempre fica a brincadeira num misto de ironia e  descontração: "bando de macumbeiro", "seus macumba", "já vem ou já vai, macumbeiro", "tá macumbando o quê por aí?". Coisa de quem gosta de irreverência consigo mesmo, de gente que ri exatamente do que lhe oprime.

Algo como a diferença entre cor e raça. Por exemplo: O outro não pode me chamar de "preto", pois preto é cor e negro é a raça (etnia). Mas eu, que sou negro, posso me chamar de preto e chamar o outro de preto, afinal o preconceito não está na palavra e, sim, na forma como a empregamos. Ao mesmo tempo, estamos rindo e ironizando o outro que me chama de "preto" e acredita que com isso poderia me diminuir.

Em qualquer dicionário vamos encontrar uma definição larga e genérica para a palavra macumba, mas em todos deverão ser citados aspectos positivos e negativos da mesma.

Câmara Cascudo em seu "Dicionário do Folclore Brasileiro" define a palavra Macumba: "Instrumento musical africano (de percussão), que dá um som de rapa; o mesmo que candomblé, correspondendo ao xangô pernambucano. Diz-se mais comumente macumba que candomblé, no Rio de Janeiro, e mais candomblé que macumba, na Bahia. Macumba, na acepção popular do vocábulo, é mais ligada ao emprego do ebó, feitiço, coisa feita, muamba, mais reunião de bruxaria que ato religioso como o candomblé."

Mesmo em Câmara Cascudo, ficamos por entender algumas nuances e aspectos da palavra em sua sutileza de origem etimológica e determinação de um culto, pois quando se generaliza candomblé, xangôs, macumba e, porque não, umbanda, estamos colocando coisas diversas num único saco, que costuma-se chamar de afro-brasileiro.

Logo, o termo "macumba" é reconhecidamente uma identificação de religiosidade brasileira sincrética, a qual se associa  com as religiões citadas e outras. A carga pejorativa se dá no momento em que a mesma palavra passou a ser utilizada como sinônimo de "Magia Negra" (Magia Negativa), que em nada define a prática de uma raça e, sim, a intenção de fazer o mal por meio de ritual, seja lá qual for.

A relação do termo com o Rio de Janeiro é bem simples. "Macumba" é o nome ao qual se auto identificaram os religiosos Bantu (Angola, Congo, Cabinda, Cachéu...) estabelecidos no Rio de Janeiro por força do tráfego negreiro, é o nome da Religião Afrobrasileira que se estabeleceu naquele estado com suas peculiaridades e identidade bem próximas ao que hoje chamamos de "Candomblé de Angola" ou "Candomblé de Caboclo", com influências de "Cabula" e "Kimbanda Africana", um culto sincrético simples e inclusivo, muito próximo e parecido com a Umbanda. Quando surge a Umbanda no Rio de Janeiro, já havia grande preconceito com a "Macumba".

Minha amiga querida e sacerdotisa Adelaide Scritori, conta que, certa vez, um africano teria lhe dito que em sua língua, creio que no quimbundo, entre outras definições, a palavra Macumba quer dizer: "Dançar sobre as águas", o que dá um tom e interpretação encantadora para a palavra. Afinal se está relacionada ao instrumento musical (macumba), também está relacionada à dança macumba, esta que se faz ao som de tal instrumento, dentro de um contexto, claro.

Com o movimento federativo umbandista da década de 1950, houve uma valorização da Umbanda, surgiu a legalização dos terreiros e uma crescente construção teológica de seus fundamentos, até hoje diversos na forma e unos na essência. Assim, muitos adeptos da "macumba", do culto afro-brasileiro-bantu, migraram para a Umbanda, outros simplesmente passaram a se identificar como umbandistas, sem no entanto, mudar nada em suas práticas.

Este foi um período em que surgiram homens como o saudoso Tata Tancredo, precursor do Culto Omolocô. Em sua dialética afirmava que tudo é Umbanda, todos os cultos com influência ou origem afro seriam Umbanda, reflexo da força que a Umbanda conquistou na época. Algo muito parecido com o que alguns umbandistas fazerm ao se declarar "espíritas", o que, a rigor, define a doutrina de Kardec, por este codificada, mas que no sentido popular se torna quase que uma palavra genérica confundida com outra: espiritualista. Mas o genérico neste caso é algo que não define nada, apenas divaga e as vezes esconde uma vergonha, não se sabe do que, afinal todos deveriam ter orgulho e muito de sua fé e religiosidade.

Como conclusão, embora tenha uma carga pejorativa popular associada a "Magia Negra", a palavra Macumba também se refere de forma indistinta a todas as práticas de religiosidade afro-indígenas-brasileiras, que sejam afros, afro-brasileira, afro-indígena e brasileira mesmo, como é o caso da Umbanda. Esta palavra não define nem especifica qual religião o "macumbeiro" segue, mas indica que faz parte de um bojo de religiosos que tem alguns valores em comum como, por exemplo, a ausência de um "livro sagrado" ao qual sua prática estaria dogmaticamente vinculada.

Outra característica forte comum a todos "macumbeiros" é a liberdade de viver com menos preconceitos, pois o discriminado aprende logo cedo a não discriminar. Uma vida de menos moralismos e falsos pudores e mais amores, sorriso, canto e alegria, características fundamentais que vêm das entranhas de todo "bomcumbeiro", quero dizer bom macumbeiro...

Logo, quando perguntam qual a minha religião, minha resposta na ponta da língua é: "Sou Umbandista, com muito orgulho!"

Mas também me sinto muito a vontade de me sentir parte de um grupo discriminado e que faz desta mesma discriminação motivo de graça e descontração, pois com os Orixás aprendi que cada um tem seu valor pelo que é e não pelo rótulo que carrega.

Sou Macumbeiro, Macumbeiro Umbandista, sou até Espírita Umbandista, Afro-Indígena-brasileiro Umbandista... Sou UM, só mais UM, macumbeiro...

UMBANDA NÃO É PARA O MEU EGO,
UMBANDA NÃO É PARA A MINHA VAIDADE,
UMBANDA NÃO É PARA ME PROMOVER...
Umbanda é para minha FÉ,
Umbanda é para meu AMOR,
Umbanda é para meu AUTO CONHECIMENTO,
Umbanda é para meu EQUILÍBRIO,
Umbanda é para minha DISCIPLINA,
Umbanda é para minha EVOLUÇÃO,
Umbanda é para minha VIDA...


Texto de Alexandre Cumino

21 agosto, 2012

Jesus anda disfarçado...

Jesus anda disfarçado pelo mundo.
E você já deve ter encontrado com Ele por aí,
talvez nem tenha percebido,
ele pode ter sentado ao seu lado,
justo naquele dia em que você mais pedia ajuda ao céu.

Vestido de humildade, Jesus te visitou como o carteiro,
que trouxe aquela carta cheia de saudades.
Vestido de servente, trouxe aquele café que te reanimou.
Como amigo inesperado, te deu um abraço, uma palavra,
e você deixou de ser um problema, para ser um milagre.

Sim, Jesus anda pelo mundo,
diferente daqueles que esperam que Ele volte e não o encontram,
muitos O enxergam na oportunidade de servir,
ao visitar um presidiário, um enfermo no hospital,
aquela criança no orfanato que tem os olhos de Jesus.

Oportunidade é o que Cristo oferece diariamente,
para todos se achegarem, Ele quer acolher cada um,
com seus problemas, com suas dúvidas, com seus erros.
Hoje, Ele deve ter passado por você no trânsito,
pode ter cantado uma canção na rádio,
foi uma poesia que chegou no e-mail, 
uma leitura que alguém lhe ofereceu,
Jesus está em todo lugar onde se necessita do Bem.

Jesus é a flor que se abre para o dia,
as mãos que te sustentam nessa caminhada,
dizendo em cada instante que você importa sim,
que tudo pode ser transformado,
porque de Deus, você é filho amado,
e de Jesus, missão de resgate,
esperança de um mundo melhor,
doce fruto do amor.

Onde você encontrou Jesus hoje?


Texto de Paulo Roberto Gaefke
 

20 agosto, 2012

Palavras...

Sê generoso na prosperidade e grato no infortúnio.
Sê digno de confiança de teu próximo e dirige-lhe um olhar alegre e amável.
Sê um tesouro para o pobre, um conselheiro para o rico;
Responde ao apelo do necessitado e preserva sagrada a tua promessa.
Sê imparcial em teu juízo e cauteloso no que dizes.
A ninguém trates com injustiça e mostra toda humildade a todos os homens.
Sê como uma lâmpada para aqueles que andam nas trevas,
Sê causa de júbilo para o entristecido, um mar para o sequioso,
Um refúgio para o aflito, um apoio e defensor da vítima da opressão.
Que a integridade distingua todos os teus atos.
Sê um lar para o estranho, um bálsamo para quem sofre, 
Uma torre de força para o fugitivo.
Para o cego deves tu ser olhos, e 
Para os pés dos errantes, uma luz que guie.

14 agosto, 2012

Procrastinação: O eterno adiar

Para quem não conhece esse termo, procrastinar significa adiar alguma ação útil ou importante que você poderia fazer agora. Algumas pessoas adiam decisões e ações por dias, meses, anos, e até mesmo por uma vida inteira, gerando insatisfação, ansiedade e outras consequências.

A procrastinação pode ocorrer nas mais diversas áreas, nos impedindo de realizar variadas coisas que levariam a uma vida mais plena. Por exemplo: fazer um curso, ir em busca de um emprego, escrever um texto, fazer a lição de casa, falar com alguém sobre algum tema não muito agradável, organizar o guarda-roupa, contratar uma pessoa para fazer um serviço, consertar um defeito no carro, chamar o eletricista para arrumar algo em casa, começar a se exercitar, fazer uma dieta, aprender uma língua, fazer uma viagem, começar a poupar, iniciar um novo projeto profissional, começar a meditar, fazer um tratamento de saúde, ler o mnual gratuito da *EFT (técnica para auto-limpeza emocional, veja como receber um manual gratuito no final do artigo), começar a se auto aplicar a EFT, etc...

A procrastinação não se dá por "fraqueza" ou por falta de inteligência. Pessoas consideradas "fortes" também vão ter episódios de procrastinação, e o mesmo ocorrerá com pessoas vistas como muito inteligentes. Quando estamos adiando algo que é importante, estamos vivenciando a manifestação de mecanismos sabotadores conscientes e inconscientes.

Por trás do eterno adiar, existem várias crenças, pensamentos e sentimentos negativos que estão nos amarrando e que muitas vezes não conseguimos perceber. Muitas desculpas podem surgir para justificar a tomada de ações: - Preciso esperar o melhor momento, sou novo demais, sou velho demais, preciso antes aprender tal coisa, tenho que me tornar uma pessoa de tal jeito para poder fazer isso, não me sinto capaz o suficiente, quando a economia melhorar eu faço, nessa cidade não tem como começar, só quando eu ficar mais magro, se eu fosse mais bonito já teria começado, não comecei ainda porque minha família não me apóia, preciso que determinada pessoa me ajude e ela nunca tem tempo e é por isso que ainda não comecei, vou fazer quando tiver mais dinheiro...

Raras vezes as razões que surgem são 100% impeditivas de se realizar o que se deseja. Normalmente, são apenas obstáculos que podem ser superados com um pouco de atitude e criatividade. Outras vezes, não passam de desculpas que servem apenas para mascarar outros sentimentos mais profundos: medo do sucesso, medo do fracasso, medo do julgamento, questões mais profundas de auto-estima, etc...

Observe o ciclo sabotador da procrastinação. Uma amiga minha, hoje com 34 anos, se arrepende de não ter feito um curso superior quando era mais nova com seus vinte e poucos anos. Quando ela tinha esta idade, via outras pessoas mais novas se formando ou perto de concluir um curso superior. Então, ela pensava que já estava um pouco velha para começar e acabava desistindo. O tempo passou, foi chegando perto dos 30 e ela pensava: "Ah, eu era muito nova, mas na época achava que não era mais; se eu tivesse começado o curso naquele época eu já teria me formado. Mas agora já tenho 30 anos". Passam mais alguns anos, e em momentos de reflexão surgem pensamentos bem semelhantes: "Puxa vida, se eu tivesse começado aos 30, estaria me formando agora, mas eu já achava tarde demais. Agora com 34 é que ficou tarde". Os pensamentos ressurgem à medida que o tempo vai passando, ainda com o mesmo mecanismo. A pessoa sempre acha que antes dava, e que agora não dá mais e vive em um eterno sentimento de arrependimento por não ter tentado antes, o que alimenta mais a inércia e a procrastinação, gerando ainda sentimentos de insatisfação, incompetência  e outros que acabam baixando a auto-estima.

Veja um e-mail que recebi de uma leitora depois de enviar um texto por e-mail:
"Querido amigo André... Não se trata de querer ou não melhorar, mas o que ocorre é que eu não tenho dinheiro e já sou velhinha, então, não posso fazer nenhum curso ou aprendizado. De qualquer maneira eu agradeço a sua atenção... Um abraço!"

Observe um outro e-mail que recebi de outro leitor:
"André Lima, sou professor universitário aposentado e tenho 88 anos. Antes, eu já conhecia a EFT e me aplicava a técnica de vez em quando, mas sem muito entusiasmo. Depois que li o seu Curso Básico de EFT, muita coisa mudou. Passei a me aplicar a EFT com mais frequência e com mais atenção aos detalhes, sobretudo em relação aos aspectos específicos dos problemas. Porém, o que mais me entusiasmou foram os resultados obtidos nas aplicações. Considero você o Gary Craig brasileiro; aliás, me chamou a atenção o fato de que ambos são engenheiros. Agora estou muito interessado em divulgar a técnica e a leitura de seu manual. Parabéns pelo seu trabalho. José Sarques."

No primeiro e-mail, podemos observar dois bloqueios sabotadores que se manifestam na leitora e que servem de desculpa para que ela não comece a se beneficiar da EFT: - Sou velha demais, e não tenho dinheiro. Duas razões que não impedem em nada que ela comece. O manual é gratuito, qualquer um pode ler e começar a aplicar a partir dele, como fez o outro leitor José Sarques. A idade também não é um fator impeditivo. Veja o José dando um grande exemplo. Aos 88 anos está cuidando de si mesmo, usufruindo dos benefícios da EFT sem criar obstáculos. A maioria com essa idade nem acessa a internet. A forma como ele escreve passa jovialidade.

Em um curso ministrado na cidade de Porto Alegre com o tema de EFT e Prosperidade Financeira, tive uma aluna que tinha apenas 83 anos de idade. Segundo seu relato, aproveitou bastante o curso. Foi participativa, fez perguntas e comentários muito interessantes e que contribuíam com o tema da aula. A idade poderia ser uma excelente desculpa para ficar em casa e dizer que não teria mais o que aprender e como se beneficiar, mas não para ela.

As desculpas que nós usamos têm uma força emocional negativa por trás delas, e é por isso que elas parecem verdadeiras e nos sabotam. A EFT é uma ferramenta que limpa profundamente os aspectos emocionais das crenças e pensamentos negativos que carregamos. Ao fazermos essa limpeza, as desculpas perdem a força emocional e começam a parecer sem sentido (tanto racionalmente como emocionalmente) e assim deixamos de nos sabotar. Em outro texto, estarei dando um exemplo prático sobre como podemos fazer EFT para dissolver a força das desculpas que usamos que nos levam a procrastinação.


André Lima - EFT Practitioner
*EFT - Emotional Freedom Techniques - É a auto-acupuntura emocional sem agulhas. Ensina a desbloquear a energia estagnada nos meridianos, de forma fácil, rápida e extremamente eficaz, proporcionando a cura para questões físicas emocionais. Você mesmo pode se auto-aplicar o método. Para receber manual gratuito da técnica e já começar a se beneficiar, acesse: http://www.eftbr.com.br/manual-gratuito.asp e baixe o seu manual.

13 agosto, 2012

Ogans (ou Ogãs)

Como todos sabem, em uma casa de Orixá, seja ela de Umbanda ou Candomblé, além do sacerdote, popularmente chamado de Pai ou Mãe-de-Santo, possuem outros elementos que dão suporte aos nossos trabalhos de Umbanda, e que são por excelência considerados autoridades na casa. O Ogan (ou Ogã) é um destes elementos.

Uma das principais características destes irmãos, é a capacidade mediúnica de ativar correntes energéticas e vibratórias através do canto e do toque, dentro da Umbanda, são eles o complemento fundamental para a concepção da força vibratória de um terreiro.

Na Umbanda atual, tem sido muito comum, encontrarmos ogans (ou ogãs) que no decorrer das sessões, deixam os atabaques para integrarem a corrente e consequentemente manifestarem seus mentores. Neste caso, temos uma opinião pessoal à respeito, ou seja, estes irmãos não podem ser considerados como Ogans de fato, mas sim alguém que está momentaneamente ajudando a casa tocando o atabaque.

Neste sentido, é preciso esclarecer que, ser Ogan, é ser detentor de um privilégio de poucos, é ser um sacerdote específico de louvor aos orixás, é ser responsável pela alegria e vibração positiva do terreiro, responsabilidade que não se atribui em igualdade litúrgica aos médiuns de corrente, aos quais são atribuídas outras responsabilidades dentro da linha doutrinária de cada terreiro.

Na Umbanda os ogans são naturalmente os tocadores de atabaque, ou simplesmente "Tabaqueiros", são elementos de extrema importância e confiança do líder espiritual da casa. O Ogan de Umbanda, é por excelência um Pai espiritual, pois normalmente são exímios conhecedores das rezas e fundamentos de cada orixá. Durante os trabalhos, sabem a hora exata de se entoar cada canto, seja ele para limpeza de um médium, ou seja para fortalecimento do terreiro.

É imprescindível salientarmos que, a Umbanda possui ensinamentos e fundamentos específicos para a formação e fortalecimento do Ogan, enquanto parte de um corpo sacerdotal, no entanto, notamos que a falta de conhecimento em muitos casos, fazem com que o cargo ou título em questão, tenha um sentido menos valorativo em relação aos demais dentro de um terreiro, o que não é verdade! Pois o dom, é uma dádiva de Deus, não é imposto, ele nasce com o homem.

Os fundamentos litúrgicos em relação à formação do Ogan na Umbanda, são apenas atos que confirmam o que Deus já consagrou, no entanto, a ausência destes atos na vida do Ogan, em nada diminui sua importância enquanto sacerdote, apenas deixa em aberto alguns fundamentos de suma importância para o seu crescimento espiritual, e de auto valorização do Ogan de Umbanda.

Meus amados, tratem com carinho e devoção seus Ogans, pois são eles que de alguma forma, fazem com que os caminhos à serem  trilhados dentro da religião, seja menos penoso, mais alegre e muito mais feliz.


(Texto retirado do blog Povo de Aruanda, enviado pela Comunidade Umbanda São Sebastião)

12 agosto, 2012

Conhecendo o Velho Pai

- Filho, acorda! São oito horas! Você vai se atrasar!
De um salto, o rapaz se levantou. Contudo, logo se deu conta que era seu primeiro dia de férias.
- Atrasar para quê, mãe?
- Para pescar com seu pai.
O jovem perdeu todo o entusiasmo. Sim, ele prometera, quando estivesse em férias, pescar com seu pai. Mas, tinha que ser logo no primeiro dia de férias?
Enfim, ele foi, mesmo a contragosto.
Sentado ao lado do pai, que dirigia, cantando, ele pensava em como seu pai estava ficando velho e meio lelé.
Ficava cantando músicas antigas, ria, conversava e conversava.
Finalmente, chegaram. Quer dizer, o carro estacionou, mas o pai disse que ali não era local apropriado para pesca. Só dava peixe pequeno.
Andaram durante duas horas, no meio da mata densa, até chegar ao pesqueiro secreto do pai.
Claro que é secreto, falou o rapaz, incomodado. Ninguém, a não ser você vem aqui, Nem os peixes.
Isso é o que você pensa! - Falou o pai. Aqui é que se reúnem as maiores tilápias da represa.
E, disposto, colocou botas altas, calças impermeáveis e entrou na água para cortar o mato que tomava conta quase total do lago.
Tudo aquilo estava parecendo muito doido ao filho. Que graça podia ter tudo aquilo?
Quando o pai preparou a vara e jogou o anzol, ele não aguentou e falou:
- Pai, estou preocupado com você. Essa maluquice de vir até este fim de mundo para pescar tilápias. E a mamãe falou que você nunca volta com peixe. Já pensou em procurar um psicólogo?
- Estou ótimo, falou o pai. O Freitas, que vem sempre aqui comigo, é psicólogo. O Tavares é psiquiatra.
Nesse momento, ele sentiu a fisgada no anzol, puxou a linha e lá estava ela: uma grande tilápia.
O rapaz estava surpreso.
- Pai, você já pescou peixe grande assim, antes?
- Sempre, meu filho.
- Mas eu nunca vi você levar para casa nenhum.
- Eu vou mostrar por que, falou o pai.
E fotografou o filho segurando o peixe. Depois, pegou a tilápia e a devolveu à água.
- Eu pesco por prazer, não para encher a barriga.
Aquilo sim era legal, pensou o filho. O resto do dia passou pescando com o pai. E devolvendo às águas o que pescava, depois de fotografar.
- Vá procurar o seu irmão, dizia, soltando o peixe.
Ao final do dia, no retorno ao lar, confessou que fazia tempo que não se divertia tanto. Aquilo sim, era radical.
À noite, enquanto se preparava para dormir, pensou que seu pai não tinha nada de louco ou de desequilibrado.
Seu pai sabia viver. Seu pai era um gênio. E ele descobrira naquele dia.
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Para refletir:
1 - Você já se dispôs a passar um dia inteiro ao lado de seu velho pai, bebendo da sua sabedoria?

2 - Já tentou puxar conversa dos tempos em que ele passava brilhantina no cabelo para ir namorar sua mãe?

3 - Você já pensou que seu pai também foi moleque, adolescente, rapaz? Que teve sonhos?

Olhe seu velho com esses olhos de quem valoriza a experiência, os anos da madureza, as lutas que lhe nevaram os cabelos.

E, sem receio, abrace seu velho, agradeça por todos os dias de alegria que ele lhe proporcionou.

Faça isso. Mesmo que seja pela primeira vez. Hoje, enquanto é tempo e ele está ao seu lado.

(Redação do Momento Espírita, com base na história Meu pai... o rei do peixe, de Maurício de Sousa, da Revista Cebolinha, nro. 224).


MEU QUERIDO PAI, FELIZ DIA DOS PAIS! AGRADEÇO A DEUS POR SER SEU FILHO, AGRADEÇO A DEUS PELA JÓIA RARA QUE ME DEU! TE AMO PRA VALER!

11 agosto, 2012

Amigos

Você já pensou na grandeza da amizade?
 
Diz um grande pensador que quem encontra um amigo, encontra um tesouro valioso.
 
A amizade verdadeira é sustentáculo para muitas almas que vivem sobre a face da Terra.
 
Ela está presente nos lares e fora deles, na convivência diária das criaturas.
 
A amizade é tão importante que já foi comparada com muitas coisas de valor.
 
Um pensador anônimo compara a amizade com as estrelas, e aqueles que não têm amigos ele compara com os cometas, que vêm e vão, mas não permanecem, nem iluminam como as estrelas.
 
Diz ele mais ou menos assim:
 
"Há pessoas estrelas e há pessoas cometas.
Os cometas passam. Apenas são lembrados pelas datas que passam e retornam.
As estrelas permanecem. O Sol permanece. Passam-se anos, milhões de anos e as estrelas permanecem. Os cometas desaparecem.
Há muita gente como os cometas, que passa pela vida da gente apenas por instantes.
Gente que não prende ninguém e a ninguém se prende. Gente sem amigos. Gente que apenas passa, sem iluminar, sem aquecer, sem marcar presença. Assim são as pessoas que vivem na mesma família e que passam um pelo outro sem terem presença.
O importante é ser como as estrelas. Permanecer. Clarear. Estar presente. Ser luz. Ser calor. Ser vida. Ser amigo é ser estrela.
Podem passar os anos, podem surgir distâncias, mas a marca da amizade fica no coração.
Corações que não querem se enamorar de cometas, que apenas atraem olhares passageiros e passam.
São muitas as pessoas cometas. Passam, recebem as palmas e desaparecem. Ser cometa é ser companheiro apenas por instantes. É explorar os sentimentos humanos. A solidão de muitas pessoas é consequência de não poderem contar com alguém. É resultado de uma vida de cometa. Ninguém fica. Todos passam uns pelos outros.
Há muita necessidade de criar um mundo de pessoas estrelas. Aquelas com as quais todos os dias podemos contar. Todos os dias ver a sua luz e sentir o seu calor. Assim são os amigos estrelas na vida da gente.
Pode-se contar com eles. Eles são presença. São coragem nos momentos de tensão. São luz nos momentos de escuridão. São segurança nos momentos de desânimo. Ser estrela neste mundo passageiro, neste mundo cheio de pessoas cometas, é um desafio, mas, acima de tudo, uma recompensa.
É nascer e ter vivido e não apenas existir. E você? É cometa? Ou é estrela?

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Enquanto o desejo é chama que se consome e deixa um vazio nas almas, a amizade é bênção que alimenta e sustenta em todos os momentos da vida. Quem compartilha apenas do desejo corre o risco de ficar só, tão logo o desejo cesse, mas quem divide a amizade tem a certeza de que nunca estará sozinho. É por essas e outras razões que a amizade é sempre comparada às coisas belas e de grande valor. Pode ser comparada a um tesouro.. a uma flor perfumada que jamais fenece. A uma estrela que aquece e vivifica, ou com a luz que jamais se apaga. O importante mesmo é ter amigos ou ser amigo de alguém, porque só assim teremos a certeza de que nunca estaremos desamparados.
 
 
Texto enviado por Maria Valesca Vieira da S. Lopes

10 agosto, 2012

O rio...

Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro. 

Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora.

Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro: "Companheiro, você entende de leis?"

"Não!", respondeu o barqueiro.

E o advogado compadecido: "É pena, você perdeu metade da vida."

A professora, muito social, entra na conversa: "Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?"

"Também não!", respondeu o barqueiro.

"Que pena!", condói-se a mestra, "você perdeu metade de sua vida!"

Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco. O barqueiro preocupado, pergunta: "Vocês sabem nadar?!"

"NÃO", responderam eles rapidamente.

"Então é uma pena!", conclui o barqueiro. "Vocês perderam toda a vida!"

Não há saber maior ou saber menor. Há saberes diferentes. 

Pense nisso e valorize todas as pessoas com as quais tenha contato. Cada uma delas tem algo de diferente para ensinar.


(Texto de Paulo Freire, enviado por Marta Valesca Vieira da S. Lopes)