31 julho, 2013

O Livro Estelar

O Livro dos Espíritos é a base
Do novo refletir, da nova fase
Que a humanidade tem no Espiritismo.
Sua luz em toda parte está presente,
Trazendo-nos o que o Cristo consente,
Na estrada evolutiva do psiquismo.

O Livro dos Espíritos é o norte
Para quem quer caminhar com passo forte,
Tendo os olhos fixados nas estrelas.
Permite ao ser humano o entendimento
Das questões que explodem no pensamento,
Para que todos possam entendê-las.

É o Livro nobre que a filosofia
Permite que se pense o dia-a-dia
Com a lucidez da mente, com vigor.
Projeta luz na sombra inserta n'alma,
Ante aflições induz-nos sempre à calma,
Qual carta augusta do Consolador.

Obra pujante bem pouco entendida,
No mundo é bússola p'ra nossa vida,
É um fogo a iluminar-nos a razão.
O Livro base da excelsa Doutrina
Tanta grandeza à mente descortina,
E impulsa-nos para a renovação.

Fundamental é estudá-lo primeiro,
Para aplicar nosso golpe certeiro
Sobre a ignorância em seus diversos ritos.
Cada questão prepara-nos a mente
Para a resposta mais viva e eloquente,
Que engendra luz na sombra dos aflitos.

Cantamos, hoje, o louvor mais sentido,
Vendo o mundo a chorar, triste e ferido,
A sucumbir sob o materialismo.
Confiantes na ação de Deus sobre a Terra,
E na expansão do bem que o belo encerra
Nas douradas lições do Espiritismo.


Texto psicografado pelo médium Raul Teixeira, pelo espírito Ivan de Albuquerque

30 julho, 2013

O retorno do Apóstolo Chico Xavier

Quando mergulhou no corpo físico, para o ministério que deveria desenvolver, tudo eram expectativas e promessas.

Aquinhoado com incomum patrimônio de bênçãos, especialmente na área da mediunidade, Mensageiros de Luz prometeram inspirá-lo e ampará-lo durante todo o tempo em que se encontrasse na trajetória física, advertindo-o dos perigos da travessia no mar encapelado das paixões, bem como as lutas que deveria travar para alcançar o porto de segurança.

Orfandade, perseguições rudes na infância, solidão e amargura estabeleceram o cerco que lhe poderia ter dificultado o avanço, porém, as providências superiores auxiliaram-no a vencer esses desafios mais rudes e a crescer interiormente no rumo do objetivo de iluminação.

Adversários do ontem que se haviam reencarnado também, crivaram-no de aflições e de crueldade durante toda a existência orgânica, mas ele conseguiu amá-los, jamais devolvendo as mesmas farpas, os espículos e o mal que lhe dirigiam.

Experimentou abandono e descrédito, necessidades de toda ordem, tentações incontáveis que lhe rondaram os passos ameaçando-lhe a integridade moral, mas não cedeu ao dinheiro, ao sexo, às projeções enganosas da sociedade, nem aos sentimentos vis.

Sempre se manteve em clima de harmonia, sintonizado com as Fontes Geradoras da Vida, de onde hauria coragem e forças para não desfalecer.

Trabalhando infatigavelmente, alargou o campo da solidariedade, e acendendo o archote da fé racional que distendia através dos incomuns testemunhos mediúnicos, iluminou vidas que se tornaram faróis e amparo para outras tantas existências.

Nunca se exaltou e jamais se entregou ao desânimo, nem mesmo quando sob o metralhar de perversas acusações, permanecendo fiel ao dever, sem apresentar defesas pessoais ou justificativas para os seus atos.

Lentamente, pelo exemplo, pela probidade e pelo esforço de herói cristão, sensibilizou o povo e os seus líderes, que passaram a amá-lo; tornou-se parâmetro do comportamento, transformando-se em pessoa de referência para as informações seguras sobre o Mundo Espiritual e os fenômenos da mediunidade.

Sua palavra doce e ungida de bondade sempre soava ensinando, direcionando e encaminhando as pessoas que o buscavam para a senda do Bem.

Em contínuo contato com o seu Anjo tutelar, nunca o decepcionou, extraviando-se na estrada do dever, mantendo disciplina e fidelidade ao compromisso assumido.

Abandonado por uns e por outros, afetos e amigos, conhecidos ou não, jamais deixou de realizar o seu compromisso para com a vida, nunca desertando das suas tarefas.

As enfermidades minaram-lhe as energias, mas ele as renovava através da oração e do exercício intérmino da caridade.

A claridade dos olhos diminuiu até quase apagar-se, no entanto a visão interior tornou-se mais poderosa para penetrar nos arcanos da Espiritualidade.

Nunca se recusou a ajudar, mas nunca deu trabalho a ninguém.

Seus silêncios homéricos falaram mais alto do que as discussões perturbadoras e os debates insensatos que aconteciam à sua volta e longe dele, sobre a doutrina que esposava e os seus sublimes ensinamentos.

Tornou-se a maior antena parapsíquica do seu tempo, conseguindo viajar fora do corpo, quando parcialmente desdobrado pelo sono natural, assim como penetrar em mentes e corações para melhor ajudá-los, tanto quanto tornando-se maleável aos Espíritos que o utilizaram por quase setenta e cinco anos de devotamento e de renúncia da mediunidade luminosa.

Por isso mesmo, o seu foi mediunato incomparável.

... E ao desencarnar, suave e docemente, permitindo que o corpo se aquietasse, ascendeu nos rumos do Infinito, sendo recebido por Jesus, que o acolheu com a Sua bondade, asseverando-lhe:

- Descansa, por um pouco, meu filho, a fim de esqueceres as tristezas da Terra e desfrutares das inefáveis alegrias do Reino dos Céus.


Texto psicografado pelo médium Divaldo Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis

29 julho, 2013

Mudança de Plano

Não esperes pela morte do corpo para realizar o serviço da própria elevação.

Cada dia é oportunidade de ascensão ao melhor.

Cada tarefa edificante é degrau com que podemos subir às esferas superiores.

Todos respiramos em planos distintos e todos podemos alcançar horizontes mais altos.

Se te habituaste à irritação, cultiva o silêncio e a tolerância com os quais te desvencilharás dos laços sombrios da cólera, penetrando os domínios da luz.

Se acalentas a disposição de comprar inimigos, através de atitudes impensadas, detém-te na serenidade e aprende a servir aos desafetos, alcançando, assim, o reino brilhante da simpatia.

Se ainda te debates nos desvãos da ignorância, não te esqueças do esforço na leitura sadia e edificante para a aquisição do conhecimento e da sabedoria.

Se respiras no resvaladouro da queixa, esquece a ociosidade e o desânimo e, erguendo-te para o trabalho digno, consagra-te ao suor enobrecente, a fim de incorporares ao próprio patrimônio espiritual o otimismo e a paz, o bom ânimo e a alegria.

Há milhões de "círculos de vida", dentro de nossa residência planetária.

Cada criatura vive na faixa de sentimento a que se ajusta.

O verme agarra-se à escuridão do subsolo.

O batráquio mora no charco.

A ave plana e canta na altura.

A chama envolve-se nas emanações da luz que irradia.

Assim também, cada alma reside na esfera de ideal que forma para si mesmo com o próprio pensamento.

Quem deseje um mundo melhor, pode avançar, pelo trabalho e pela boa vontade, no roteiro da ascensão, desde hoje.

Emmanuel
(De "Mãos marcadas", de Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos)

28 julho, 2013

Riqueza

Rico é o pântano pelos depósitos de matéria orgânica.

Rica é a enxurrada pelos recursos de adubação.

Rica é a argila pela maleabilidade com que obedece o oleiro.

Rica é a pedra pela segurança que oferece à construção.

Rica é a ostra que encerra a pérola no próprio seio.

Rica é a árvore pelos tesouros que espalha.

Rico é o serro bruto pelos metais que esconde.

Rica é a areia que defende o leito das águas.

Rica é a fonte que auxilia sem recompensa.

Rica é a forja pelas utilidades que produz.

Rica é a dor pelas lições que ensina.

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O Senhor não criou a pobreza.

Além disso, converteu o homem no rei das criaturas terrestres.

O homem, porém, até agora, no sentido coletivo da definição, permanece detido na posição de chefe dos animais.

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Onde há luz de inteligência, não há penúria.

Cada coração pode ser um manancial de bênçãos.

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Doar estímulo, fraternidade, alegria, consolo, esperança e amor é mais que transferir as bênçãos dos recursos amoedados.

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Estejamos a postos para trabalhar e servir, sem olvidarmos que se há grandes benfeitores da Humanidade, que semeiam fortunas incalculáveis na preservação da saúde e da instrução da vida comunitária, Jesus, ainda e sempre, é o maior de todos os redentores da Terra, porque ofereceu ao mundo a própria vida, no sacrifício supremo do próprio coração.

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Em verdade, aqueles que apenas encontram defeitos nos outros é que ainda não querem ou não podem amar a ninguém...


Trecho retirado do livro "Endereços da Paz", de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito André Luiz.

27 julho, 2013

Não ter peso para carregar

(Tradução de Sérgio Barros)

Sadhu Sundar Singh, um hindu convertido ao Cristianismo, tornara-se um missionário ao seu povo na Índia. Atrasado, certa tarde, Sadhu viajava a pé pelo Himalaia com um monge. Estava terrivelmente frio e o vento era sentido como lâminas agudas cortando a pele em fatias. A noite se aproximava quando o monge advertiu Sadhu que estavam em perigo de se congelarem até a morte se não alcançassem o mosteiro antes da escuridão cair.

Repentinamente, num caminho estreito acima de um abrupto precipício, eles ouviram um grito por ajuda. Ao pé do despenhadeiro estava um homem, caído e muito machucado.

O monge olhou para Sadhu e disse:

- Não pare. Deus trouxe este homem ao seu destino. Deve trabalhar para se salvar. Vamos nos apressar antes que nós, também, perecemos.

Mas Sadhu respondeu:

- Deus me enviou aqui para ajudar meu irmão. Eu não posso abandoná-lo.

O monge continuou, andando com dificuldade através da neve, enquanto o missionário tentava resgatar o homem. O ferido tinha a perna quebrada e não podia andar, então Sadhu fez uma tipóia com seu cobertor e amarrou o homem às suas costas.  Com grande dificuldade ele escalou o despenhadeiro, agora encharcado por transpiração.

Obstinadamente, Sadhu fez seu caminho através da neve e da escuridão. Não estava fácil. Mas perseverou, embora quase desmaiasse, pela fadiga e sobreaquecido pelo esforço. Finalmente, ele avistou as luzes do mosteiro.

Então, pela primeira vez, Sadhu tropeçou e quase caiu. Mas não de fraqueza. Tinha tropeçado em um objeto caído na estrada coberta de neve. Lentamente abaixou-se e escavou o objeto para fora da neve. Era o corpo do monge, congelado até a morte.

Anos mais tarde um discípulo de Sadhu lhe perguntou:

- Qual a tarefa mais difícil da vida?

Sem nenhum hesitação, Sadhu respondeu:

- Não ter nenhum peso para carregar.


26 julho, 2013

Vida Feliz

Nunca te omitas ante a tarefa de auxiliar.

Não somente com o dinheiro, a posição social relevante, o poder se dispõe de recursos para ajudar.

A palavra gentil é geradora de estímulos e valores que logram resultados preciosos.

O verbo tem erguido civilizações, como levado multidões à guerra, à destruição.

Use a palavra para socorrer, emulando as pessoas caídas a levantar-se, os que dormem a despertar, os errados a corrigir-se, os agressivos a acalmar-se.

Fala com elevação e bondade, tornando-te microfone fiel a serviço do bem.


Trecho retirado de VIDA FELIZ, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

25 julho, 2013

Dominar e Falar

Dominas o fogo, escravizando-o à lide caseira.

Burilas a pedra, arrancando-lhe obras-primas.

Conquistas os metais, neles plasmando complicadas expressões de serviço.

Amansas os animais ferozes, deles fazendo cooperadores na economia doméstica.

Disciplinas o vapor e o combustível, anulando as distâncias.

Diriges tratores pesados, transfigurando a faze da gleba.

Submetes a eletricidade, e glorificas a civilização.

Retiras o veneno de serpentes temíveis, fabricando remédios.

Senhoreias a energia nuclear e começas a alterar, com ela, a fisionomia do mundo.

Controlas a velocidade, e inicias vigorosa excursão, para além do Planeta.

Entretanto, ai de nós! Todos trazemos leve músculo selvagem, muito distante da educação.

Com ele, forjamos guerras.

Libertamos instintos inferiores.

Destruímos lares.

Empestamos vidas alheias.

Envilecemos o caminho dos outros.

Corrompemos o próximo.

Resolvemos o lixo moral da Terra.

Veiculamos o pessimismo.

Criamos infinitos problemas.

Injuriamos.

Criticamos.

Caluniamos.

Deprimimos.

***** x *****

Esse órgão minúsculo é a língua - lâmina pequenina, embainhada na boca.

Instrumento sublime, feito para louvar e instruir, ajudar e incentivar o bem, quantas vezes nos valemos dela para censurar e vergastar, perturbar e ferir!...

Governemo-la, pois, transformando-a em leme de paz e amor, no barco de nossas vidas!

E, alicerçados nas lições do Evangelho, roguemos a Deus para que nos inspire sempre a dizer isso ou aquilo com o próprio Jesus desejaria ter dito.


Trecho retirado de "Religião dos Espíritos", de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel