31 maio, 2013

Para Umbandistas: Oração de Abertura dos Trabalhos de Umbanda

Pai Misericordioso e Justo, Criador do Universo, lançai as vossas bênçãos sobre os trabalhos que os vossos filhos, em Vosso sagrado nome vão executar neste terreiro, em benefício dos seus irmãos, também vossos filhos.

Pai Misericordioso e Justo, dai permissão aos espíritos de luz, superiores, aos Anjos, Santos, Orixás e chefes de falanges e seus comandados, aos caboclos e pretos velhos, espíritos do mar, dos rios, fontes e cachoeiras, a todos os espíritos puros ou purificados, que lancem sobre este terreiro suas irradiações salutares, seus fluídos regeneradores em benefício dos que vem aqui em busca de alívio, socorro e cura para suas dores morais e físicas.

Oxalá poderoso e cheio de bondade, derramai sobre nós, os vossos eflúvios infundindo em todos nós a resignação, a boa vontade, para desempenharmos bem a nossa tarefa. Anjos de guarda, guias e protetores nossos, derramai vossa influência sobre os médiuns aqui presentes, a fim de que possuídos da vossa energia possam transmitir aos irmãos necessitados de amparo.

Espíritos de luz, dai aos médiuns a vossa força, para que estes a transmitam aos irmãos que dela necessitam, que as energias do universo sobre a ação dos espíritos de luz, guias e protetores, anjos da guarda, derramem-se luminosas, benéficas e fortes neste ambiente, purifiquem-no, iluminem-no, afastando os maus elementos do espaço e da terra.

Espíritos Superiores, defendei este terreiro, impedindo a aproximação dos espíritos perturbadores.

Pai Misericordioso e Justo, louvado seja o vosso nome para todo sempre. Assim seja.


Oração retirada do CD de Walter de Figueiredo: "Umbanda - Abertura e Encerramento."

30 maio, 2013

Seguindo em Frente!

A vida é cheia de obstáculos, observa e desvia.

Não caia nas armadilhas que lhe preparam...

Guie-se pelo amor, perdoando as ofensas.

Controla o que sai de sua boca, e cuida da qualidade de seus pensamentos.

Um caráter reto não se forma de um dia para outro.

Previna-se contra as más línguas agindo corretamente, compreendendo e amparando.

De um amigo aos amigos da Fraternidade.



Mensagem recebida pelo Grupo de Estudos da Psicografia da Fraternidade Francisco de Assis.

29 maio, 2013

Tupo passa!

Todas as coisas, na Terra, passam...

Os dias de dificuldades, passarão...

Passarão também os dias de amargura e solidão...

As dores e as lágrimas passarão...

As frustrações que nos fazem chorar, um dia passarão...

A saudade do ser querido que está longe, passará...

Dias de tristeza, dias de felicidade, são lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal as experiências acumuladas. Se hoje, para nós, é um desses dias repletos de amargura, paremos um instante.

Elevemos o pensamento ao Alto, e busquemos a voz suave da Mãe amorosa a nos dizer carinhosamente: isso também passará...

E guardemos a certeza, pelas próprias dificuldades já superadas, que não há mal que dure para sempre. O planeta Terra, semelhante a enorme embarcação, às vezes parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas. Mas isso também passará, porque Jesus está no leme dessa Nau, e segue com o olhar sereno de quem guarda a certeza de que a agitação faz parte do roteiro evolutivo da humanidade, e que um dia também passará...

Ele sabe que a Terra chegará a porto seguro, porque essa é a sua destinação. Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos, sem esmorecimento, e confiemos em Deus, aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo... também passarão...

Tudo passa... exceto DEUS! Deus é o suficiente!


Texto psicografado pelo médium Chico Xavier, inspirado pelo espírito Emmanuel.

28 maio, 2013

Volta ao Lar

A juventude invigilante transformou-lhe a existência.

Entregou-se a toda sorte de prazeres, buscando, na rebeldia, a plenitude.

Sempre insatisfeito, aderiu à filosofia dos "sem destino", passando a detestar a sociedade, na busca da autorrealização.

Cansado, porém, abandonou a cultura ocidental e foi experimentar a meditação no Oriente.

Dedicou-se à reflexão, sob as diretrizes do mestre, e aprendeu a penetrar-se interiormente.

Tudo quanto lhe parecia impossível, tornou-se-lhe uma realidade comprovada.

Passou a experimentar a paz, autodescobriu-se, e começou a ser feliz.

Quanto tudo lhe sorria ventura, o mestre chamou-o e disse-lhe:

- Agora que te realizaste, chegou o momento de partires.

- Para onde? - indagou surpreso.

- De volta ao lar.

- Sinto-me quase iluminado aqui. O retorno significaria o meu desequilíbrio.

- Quem encontrou a luz, jamais volve à treva. Desse modo, leva aos que dormem na ignorância a música do despertar da consciência, a fim de que eles, também, sejam felizes. E não temas. No serviço te plenificarás.

Só então o discípulo entendeu que a plenitude começa quando, realizado, o ser passa a ajudar.


Livro: "Paz Íntima"
Autor: Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Eros
LEAL - Livraria Espírita Alvorada Editora

27 maio, 2013

Por Vocês!

Senhor, muito obrigado, pelo que me deste, pelo que me dás! Pelo ar, pelo pão, pela paz!

Muito obrigado, pela beleza que meus olhos vêem no altar da natureza.

Olhos que contemplam o céu cor de anil, e se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil!

Pela minha faculdade de ver, pelos cegos eu quero interceder, por aqueles que vivem na escuridão e tropeçam na multidão, por eles eu oro a Ti e imploro comiseração, pois eu sei que depois dessa lida, numa outra vida, eles enxergarão!

Senhor, muito obrigado pelos ouvidos meus.

Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro, a melodia do vento nos ramos do salgueiro, a dor e as lágrimas que escorrem no rosto do mundo inteiro.

Ouvidos que ouvem a música do povo, que desce do morro na praça a cantar.

A melodia dos imortais que a gente ouve uma vez e não se esquece nunca mais.

Diante de minha capacidade de ouvir, pelos surdos eu te quero pedir, pois eu sei, que depois desta dor, no teu reino de amor, eles voltarão a ouvir!

Muito obrigado Senhor, pela minha voz!

Mas também pela voz que canta, que ensina, que consola.

Pela voz que com emoção, profere uma sentida oração!

Pela minha capacidade de falar, pelos mudos eu Te quero rogar, pois eu sei que depois desta dor, no teu reino de amor, eles também cantarão!

Muito obrigado, Senhor, pelas minhas mãos, mas também pelas mãos que aram, que semeiam, que agasalham.

Mãos de caridade, de solidariedade. Mãos que apertam mãos. Mãos de poesias, de cirurgias, de sinfonias, de psicografias, mãos que numa noite fria, cuida ou lava louça numa pia.

Mãos que a beira de uma sepultura, abraça alguém com ternura, num momento de amargura.

Mãos que no seio, agasalham o filho de um corpo alheio, sem receio.

E meus pés que me levam a caminhar, sem reclamar.

Porque eu vejo na Terra amputados, deformados, aleijados... e eu posso bailar!!!

Por eles eu oro, e a Ti imploro, porque eu sei que depois dessa expiação, numa outra situação, eles também bailarão.

Por fim Senhor, muito obrigado pelo meu lar!

Pois é tão maravilhoso ter um lar... Não importa se este lar é uma mansão, um ninho, uma casa no caminho, um bangalô, seja lá o que for!

O importante é que dentro dele exista a presença da harmonia e do amor!

O amor de mãe, de pai, de irmão, de uma companheira...

De alguém que nos dê a mão, nem que seja a presença de um cão, porque é tão doloroso viver na solidão!

Mas se eu ninguém tiver, nem um teto para me agasalhar, uma cama para eu deitar, um ombro para eu chorar, ou alguém para desabafar..., não reclamarei, não lastimarei, nem blasfemarei.

Porque eu tenho a Ti!

Então muito obrigado porque eu nasci!

E pelo teu amor, teu sacrifício, tua paixão por nós.

Muito obrigado Senhor!

26 maio, 2013

Você vê nos Outros o que tem em Si

Você vê nos outros exatamente o que tem em você mesmo.

Os mentirosos vêem a mentira, os maldosos, o mal, os violentos a violência e os bondosos, a bondade.

Enxergue-se como pessoa de muitas qualidades.

Reconheça-se bom e feliz, sinta-se assim e assim você começará a enxergar coisas boas em todos, é o que você tem dentro que conta, seu julgamento é como você estar olhando para um espelho.

Tendo o amor e o bem dentro de você mesmo será mais fácil encontrar nos outros.

Assim você será levado a ver as mesmas qualidades nos outros.

Se você se apegar aos seus defeitos, será tentado a se apegar aos defeitos dos outros.

Procurar as qualidades guardadas dentro de si é uma forma de ajudar os outros.

Se você for uma pessoa de bem e do bem verá sempre o bem nos outros.

Nós não vemos as coisas como elas são, e sim como nós somos.

O mundo ao seu redor é o resultado daquilo que você pensa.

Ele será bem ou mau se dentro de você estiver o bem ou o mal.

Com idéias más você não encontra bondade nos outros.

Mas, pensando no bem, dissipa-se todo o mal existente ao redor.

Guarde bem isso dentro de seu coração.

E quando você quiser encontrar alegria e amor na vida, não se esqueça de inundar-se de bondade e doação, levando dentro de seu espírito uma disposição para o bem.

Você sempre encontrará pela frente, o que tiver espalhado ao seu redor.

O mundo sempre lhe paga na mesma moeda que você leva no bolso.

Lembre-se do ensinamento do Mestre Jesus: "Na mesma medida com que julgais sereis julgados!"


Recebido o texto por e-mail com Autoria Desconhecida.

25 maio, 2013

Sete Lágrimas de um Preto-Velho

Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, fumando seu cachimbo, um triste Preto-Velho chorava. De seus "olhos" molhados, esquisitas lágrimas pelas faces e sei porque contei-as. Foram sete. Na incontida vontade de saber aproximei-me e o interroguei:

- Fala meu Preto-Velho, diz ao teu filho por que externas assim uma tão visível dor? E ele suavemente respondeu:

- Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas estão distribuídas a cada uma delas.

A PRIMEIRA, eu dei a estes indiferentes que aqui vem à busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...

A SEGUNDA, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam...

A TERCEIRA, distribuí aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda, em busca de vingança, desejando sempre prejudicar a um seu semelhante.

A QUARTA, aos frios e calculistas que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão...

A QUINTA, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: "Creio na Umbanda, nos teus caboclos e no teu Zambi, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou aquilo!"

A SEXTA, eu dei aos fúteis que vão de centro em centro não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente...

A SÉTIMA, filho, nota como foi grande e como deslizou pesada? Foi a última, aquele que vive nos "olhos" de todos os Orixás. Fiz doação dessas aos médiuns vaidosos que só aparecem no centro em dia de festa e faltam às doutrinas. Esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo materno e espiritual...

Assim, filho meu, foi para esses todos, que vistes cair, uma a uma as Sete Lágrimas de um Preto-Velho.


Retirado do livro "Umbanda de Todos Nós"
W. W. da Matta e Silva (Mestre Yapacany)

24 maio, 2013

Para Umbandistas: Os Nomes de Exu na Umbanda e sua interpretação

Existe uma "Ciência Divina" que permeia a religião de Umbanda, por meio da qual é possível fazer uma correta interpretação dos nomes de nossos Exus. Esta ciência vem sendo revelada por meio da obra de Rubens Saraceni.

Existe uma grande curiosidade sobre a força e regência na qual nossos Exus trabalham, pois todos estão atuando no campo de um ou mais Orixás. É importante dizer que não importa qual é o Orixá do médium, seu Caboclo ou sua hora de nascimento; estas informações podem ajudar, mas não são determinantes para identificar com qual Exu este médium trabalha.

Para preparar este material abaixo, foram consultados os livros: "Livro de Exu", "Orixá Exu", "Sete Linhas de Umbanda", "Umbanda Sagrada", "Rituais Umbandistas", "Lendas da Criação", "Tratado Geral de Umbanda", "Código de Umbanda", "Doutrina e Teologia de Umbanda", "Gênese de Umbanda", "Fundamentos Doutrinários de Umbanda" e "Guardião da Meia Noite".

Todos estes livros são de autoria de Rubens Saraceni, publicados pela Editora Madras.

Para interpretar os nomes, precisamos da chave interpretativa, que é a correta relação entre os elementos dos nomes e seus Orixás correspondentes.

Por exemplo, se montanhas são de Xangô, Exu Montanha é de Xangô e Exu Sete Montanhas é de Xangô trabalhando nas Sete Vibrações/Linhas de Umbanda. Também é preciso conhecer os fatores, verbos e ações relacionados aos Orixás, como por exemplo: Cortar, Arrancar, Romper, Abrir, Trancar, Girar, Virar.

Desta forma identificamos, por exemplo, a quem pertence o fator "Abrir", Ogum, que dá origem às linhagens de Abre Caminho (Ogum/Ogum), Abre Rio (Ogum/Oxum), Abre Matas (Ogum/Oxóssi), Abre Tudo (Ogum/Oxalá), Abre Cemitério (Ogum/Obaluayê). Com a identificação do elemento principal, como "pedra" (Oxum) ou "pedreira" (Iansã), vamos localizando o campo de atuação: Pedra Preta (Oxum/Omulu), Pedra de Fogo (Oxum/Xangô), e Pedreira das Almas (Iansã e Obaluayê), Pedreira de Ferro (Iansã e Ogum), Pedreira de Ouro (Iansã e Oxum).

Por mais que se conheça a chave de um nome, é muito comum a entidade não revelar seu nome por inteiro.

Posso saber que trabalho com Exu Tranca Ruas, um Exu de Ogum, no entanto, ele pode ser um Tranca Ruas das Matas, logo vai voltar-se a Oxóssi, e eu fico sem entender, afinal ele é um Exu de Ogum atuando nos campos de Oxóssi.

Todos temos um Exu de Trabalho na força de nosso Orixá de Juntó, um Exu Guardião na força de nosso Orixá Ancestral e um Exu Natural na força de nosso Orixá de Frente.

Ainda assim não é suficiente para identificar o nome de nosso Exu. Sua correta revelação deve ser feita de forma mediúnica, para depois, então, ser interpretado.

Este estudo e conteúdo faz parte dos cursos de Doutrina, Teologia e Sacerdócio de Umbanda Sagrada. Boa Leitura e bons estudos.


A
Abre (Caminho, Rio, Mar, Mata, Tudo...) - Ogum
Águia Negra - Oxalá e Omulu
Almas, das. - Obaluayê
Âncoras - Iemanjá, Ogum e Omulu
Ar, do - Iansã
Aranha - Iansã
Arranca (Toco, Tudo, Rua, Mar, Almas) - Ogum
Arrebata (Tudo, Matas, Rua) - Ogum
Arrebenta - Ogum

B
Bará - Oxalá
Brasa - Xangô e Ogum
Buraco, do - Omulu

C
Cachoeira, da - Oxum
Cabaça - Nanã
Cabeça - Oxalá
Cadeado - Ogum e Xangô
Caldeira - Xangô
Calunga - Obaluayê
Caminho, do - Ogum
Campa - Omulu
Campina - Iansã
Capa (Preta, das almas, encruzilhada,...) - Oxalá, Logunan
Capela - Logunan
Carranca - Ogum e Oxalá
Casco - Ogum
Catacumba - Omulu
Caveira - Omulu
Cemitério - Obaluayê
Chave - Oxalá
Chicote - Iansã
Chifre - Iansã
Cipó - Oxóssi
Cobra - Oxóssi
Corisco - Iansã
Coroa - Oxalá
Corrente - Ogum e Oxum
Corta (Fogo, Vento, Rua) - Ogum
Cova - Omulu
Cravo (preto, vermelho) - Oxóssi
Cruz - Obaluayê
Cruzeiro - Obaluayê
Curador - Obaluayê

E
Encruzilhada - Oxalá, Ogum, Obaluayê
Escudo - Ogum
Espada - Ogum
Estrada - Ogum
Estrela - Oxalá

F
Faísca - Iansã
Fagulha - Egunitá, Iansã e Xangô
Fechadura - Nanã
Ferro, do - Ogum
Ferrolho - Ogum e Oxum
Ferrabrás - Xangô
Ferradura - Ogum
Figueira - Oxóssi
Fogueira - Egunitá
Fogo - Xangô
Folha - Oxóssi

G
Galhada - Oxóssi
Ganga - Oxalá
Garra - Oxóssi
Gargalhada - Oxumaré
Gato (Preto - Omulu) - Oxóssi
Gira (Mundo, Fogo, Tudo...) - Logunan, Iansã
Gruta - Oxum
Guiné - Oxóssi

H
Hora Grande - Oxalá e Logunan

L
Labareda - Egunitá
Laço - Logunan
Lama - Nanã
Lança - Ogum
Lonan - Ogum
Lucifer - Oxalá
Lodo - Nanã

M

Maioral - Oxalá
Mangueira - Oxóssi e Iansã
Marabô - Oxóssi
Matas - Oxóssi
Meia-Noite - Omulu
Montanha - Xangô
Morcego - Omulu
Morte - Omulu
Mulambo - Omulu
Mar - Iemanjá

O
Ondas - Iemanjá, Iansã e Oxumaré
Ouro - Oxum

P
Pantanal - Oxóssi
Pantera Negra - Oxóssi e Omulu
Pedra (preta, de fogo...) - Oxum
Pemba - Oxalá
Pena Preta - Oxóssi e Omulu
Pimenta - Oxóssi e Xangô
Pinga Fogo - Iemanjá e Xangô
Pirata - Iemanjá
Pó (do) - Omulu
Poeira - Omulu e Iansã
Porta - Obaluayê
Porteira - Obaluayê
Prego - Ogum
Punhais - Iansã e Ogum

Q
Quebra (Galho, tudo, porta...) - Ogum
Quedas - Oxum

R
Raios - Iansã
Raiz - Oxóssi e Obá
Rei - Oxalá
Relâmpagos - Iansã e Xangô
Rompe (Rua, Almas, Matas, Ferro...) - Ogum
Ruas - Ogum

S
Serra Negra - Logunan, Xangô
Sombras - Oxalá

T
Tatá - Obaluayê
Tata Caveira - Omulu e Obaluayê
Terra (Preta, Vermelha, Seca...) - Omulu e Obá
Tira Gira, Teima, Toco - Iemanjá
Toco (Preto) - Oxóssi e Omulu
Tranca (Ruas, Cruzes, Matas, Gira, Tudo, Cruzeiro...) - Ogum
Treme Terra - Obá e Omulu
Trinca (Ferro) - Omulu
Tronco - Oxóssi
Tronqueira - Oxóssi e Omulu
Trovão - Xangô
Tumba - Omulu


Veludo - Oxum
Vento - Iansã
Ventania - Iansã
Vira (Mundo, Tudo, Vento, Folha, Mata, Mar...) - Logunan

Z
Zé Pelintra é um Mestre do Catimbó que se manifesta na Umbanda na força de Logunan, Oxalá e Ogum. Ainda assim há Zé Pelintra das Matas, da Cachoeira, do Mar e etc. Em algumas casas se manifesta apenas na linha de direita.


Texto de Alexandre Cumino.

22 maio, 2013

Oração em Ti

O homem, consciente ou inconscientemente, necessita comunicar-se com Deus.

A presença latente da Divindade impele-o a buscar a Fonte Inexaurível, a fim de nutrir-se da energia mantenedora da vida.

Uma secreta intuição, reminiscência de experiências já vividas ou inspiração para o encontro, fala da Realidade Superior, concitando ao estabelecimento de uma ponte de duas vias: por onde sigam os apelos e por onde retornem as respostas.

O recurso mais valioso para este desiderato é o da oração.

Quando penetras o aposento interior da alma, guiado pela luz da oração, logras comungar com Deus, ali presente, podendo alimentar-te nessa poderosa Força geradora de valores elevados.

São estimulados os recursos já existentes, que assomam em forma de coragem, de paz, de alegria.

Desanuviam-se as sombras pesadas que obscurecem a inteligência, entorpecendo os sentimentos.

O equilíbrio interior se recompõe e a escala dos bens altera-se do imediato para o mediato, do transitório para o permanente, face a uma hábil visualização da própria realidade.

A oração é o mais forte estímulo de que a alma pode dispor para plenificar-se.

Ela reergue o ser e o metamorfoseia, em razão da substância de que se constitui, abrindo espaços mentais para a ação edificante, sem a qual, a vida, em si mesma, perde o sentido, a significação.

É luz acesa na sombra; é pão nutriente na escassez, é força na debilidade; é gozo na paisagem erma da soledade.

Com a oração redescobres a finalidade da tua existência terrena e superas todos os percalços que parecem impedir-te ao avanço.

Faze da oração um hábito e deixa que a luz e o entendimento te fortaleçam na vida diária, á medida que te dediques a todas as tarefas que te dizem respeito, jovial e feliz.

Joanna de Ângelis
(Filho de Deus, Joanna de Ângelis - Ed. LEAL, 2ª ed., 1990, nr. 24, pág. 83)
(Fonte: A PRECE SEGUNDO OS ESPÍRITOS - coletânea mediúnica ilustrada - Divaldo Pereira Franco - Diversos Espíritos)

21 maio, 2013

O que será gentileza?

Salve sagrados irmãozinhos e irmãzinhas em Mamãe Natureza. Gentileza gera gentileza. Mas será que o mundo tem compreendido isso? O que será a gentileza?

Não quero fazer uma análise linguística, mas de forma bem automática, posso afirmar que a palavra gentileza vem de gentil, de gente, ou poderíamos definir - o que gosta de gente a ponto de ser nobre, amável.

Um dia desses, andando de carro na cidade, parei numa faixa de pedestres para que uma senhora passasse. A senhora tinha dificuldade de locomoção e atravessava devagar.

Coloquei o braço para fora para conter o carro que vinha atrás, que ao parar, não pensou duas vezes em buzinar, dar farol alto, enfim, fazer um escândalo para que eu andasse, independente de estar esperando a pedestre atravessar a rua.

Logo, um motoqueiro que vinha atrás, cortou pela direita e quase, mas quase mesmo, atropelou a senhora. Por pouco, um ato de gentileza, de educação e respeito ao próximo não se tornou o motivo de uma tragédia.

Dei esse exemplo do trânsito, mas podemos perceber isso em todos os locais. Invariavelmente encontramos aquelas pessoas no comércio, ou em algum local de prestação de serviços, afirmando com o peito inflado: - Sabe com quem está falando?

Normalmente o mal educado é um ser frustrado, que não consegue receber amor, pois afinal, não o tem e não o irradia, e naturalmente acredita que o mundo deve lhe servir pela imposição da força.

Nos terreiros é importante que se observe o comportamento do corpo religioso (médiuns, cambones, curimbas, etc) dentro e fora do ambiente sagrado, pois afinal é a cara da Umbanda que estará sendo mostrada. E o mundo não perde uma oportunidade de taxar a forma de religiosidade de alguém de acordo com seus atos.

Sentir-se bem no terreiro, amparado pelos seus Guias e pelo ambiente firmado e assentado é tarefa até fácil. Levar consigo esse magnetismo no dia a dia, requer prática, vontade, persistência, coragem e muitos outros atributos positivos.

Mas dá certo! Quando a gente compreende que as vibrações do congá são contínuas, e o tempo todo nos amparam, aprendemos a nos ligar a essa energia benéfica e levá-la para onde formos.

Aprendemos também que há uma diferença entre situações de negativismo (o que é comum a todos nós), e estados de negativismo, principalmente quando o ser está fora do seu ambiente religioso.

Aprendemos que ao respirarmos fundo, elevarmos, mesmo que momentaneamente o pensamento às esferas superiores, sempre "alguém" atende e nos ajuda a sair da situação difícil. Visualizar seu congá e vê-lo irradiando luzes e cores durante essa respiração profunda é muito positivo e ajuda a mudar a vibração rapidamente.

Guarde na memória dois ou três momentos felizes da sua vida, e quando perceber que está perdendo o equilíbrio, ficou nervoso com alguma situação, e penderá para o lado que o tornará grosseiro, mal educado, enfim, anti gentil, lembre-os e procure através dessa memória visual, voltar ao mais próximo do equilíbrio.

Seja umbandista dentro e fora do terreiro. Gentil não apenas com seus irmãos de Fé, mas com o mundo. E verá que isso se multiplica e retorna com muita força. Gentileza e amabilidade não são demonstrações de fraqueza. Para ser gentil é necessário muita força. Pense nisso também.

Ao acordar, afirme que seu dia será perfeito, muito bom mesmo, e reconheça-se como filho(a) de Deus, merecedor de tudo de bom nessa vida!

Eu gosto muito de algumas rezas, e uma que sempre recorro para os momentos tristes ou de energias densas é a Prece de Cáritas. Muito obrigado a todos!!!


Texto de Adriana Camargo - Retirado do blog Espaço do Erveiro

20 maio, 2013

Quando Adoecemos?

Quando a boca cala... o corpo fala!

O resfriado escorre quando o corpo não chora.

A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.

O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.

O diabetes invade quando a solidão dói.

O corpo engorda quando a insatisfação aperta.

A dor de cabeça deprime quando as dúvidas aumentam.

O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.

A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.

As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.

O peito aperta quando o orgulho escraviza.

O coração infarta quando chega a ingratidão.

A pressão sobre quando o medo aprisiona.

As neuroses paralisam quando a "criança interna" tiraniza.

A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.

Preste atenção!


19 maio, 2013

Guias Umbandistas X Mentores Kardecistas

Será que os Espíritos que se intitulam na Umbanda como Índios, Caboclos, Pretos-Velhos e Exus podem ser espíritos socorristas também nos centros espíritas kardecistas?

Resposta: Em primeiro lugar vamos lembrar que a Doutrina Espírita é pluri-espírita, admite-se todos os tipos de espíritos e para trabalhos todos aqueles espíritos que estejam comprometidos com o bem e com a luz - infelizmente alguns espíritas ainda não compreenderam isto. O Espiritismo não utiliza a separação dos espíritos por nomes que identificam-los pela cor ou pelo grau evolutivo, mas dentro da Doutrina Umbandista os espíritos são divididos (organizados), em falanges, seja falange de índios, falanges de ex-escravos, falanges de guardiões, africanos, etc. Todos são bem vindos nas reuniões, sendo que estejam comprometidos com o bem, se o irmão desejar se denominar de Caboclo Tupi, ele assim poderá ser chamado, tendo que os participantes das reuniões não tomem liberdade para tratar-se com o guia como igual, levando a eles assuntos de interesses materiais (falar de relacionamentos, falar de empregos, discussões com colegas, etc...). Vamos nos recordar que falamos dos espíritos socorristas de maneira geral, os denominando de samaritanos e com certeza, se quiserem podem se plasmar como índios ou como qualquer forma que achar necessário ou conveniente. Os trabalhadores denominados exus, podem também se manifestar, só que, nos trabalhos do Espiritismo eles devem se identificar com seus nomes sem utilizar apelidos como é bastante comum vê-los se denominando. Temos relatos que, no mundo espiritual eles necessitam dessa maneira para a defesa ou mesmo para transitarem por planos inferiores a serviço dos espíritos superiores. Veremos um trecho do livro Aruanda - psicografado pelo médium Robson Pinheiro através de Ângelo Inácio:

"Há muitos espíritos que na terra tiveram experiências na carreira militar ou em alguma outra função que lhes propiciasse o desenvolvimento de certas qualidades necessárias a um guardião. Do outro lado, serão aproveitados como tal. Oferece-se ao espírito a oportunidade de continuar, no mundo extrafísico, trabalhando naquilo que sabe e, desse modo, aperfeiçoar seu conhecimento e ganhar mais experiência."

Sendo assim, esses são espíritos que tiveram experiência militar (na maioria dos casos) e que hoje continuam a trabalhar em prol da evolução. O Espírito pode se plasmar da maneira que mais gostar, dependendo de sua capacidade. Emmanuel por exemplo se plasmava com vestes romanas, a querida mentora de Divaldo, Joanna de Ãngelis se plasma com as vestes de freira. E assim os espíritos se utilizam de suas formas para a evolução e o progresso do nosso planeta.

Aqui vai uma história (acontecimento) que tenho certeza que irão gostar:

Certa vez, um homem foi a procura da cura de sua filha e buscou um núcleo de Umbanda. Chegando lá, o homem que tinha posses e dinheiro foi atendido por um médium de cor negra que estava atendendo sobre influência de um espírito denominado Preto-Velho. O humilde espírito falou que a doença de sua filha era reação de vidas passadas e que ele deveria aceitar isso como uma oportunidade de evolução tanto para ele quanto para o espírito de sua filha. O Homem não querendo acreditar no que aquela entidade havia lhe dito ele saiu inconformado criticando: - Como pode! Um analfabeto, burro, pobre, de pés no chão falando assim comigo! Como pode ter se recusado a curar minha filha! Sua insatisfação com a resposta foi tanta que procurou o médium mais famoso do Brasil - Chico Xavier. Lá encontrou filas intermináveis para poder ao menos dar um abraço no humilde Chico. Chegando ao aconchego da reunião Espírita um espírito se manifestou através de outro médium que estava na mesa junto ao grupo. O Homem foi falar com o espírito e o espírito já veio com resposta: - Por que você vem me procurar mais uma vez? - Sem entender nada o homem falou: - Mas como, eu nunca te procurei! E o espírito não demorou muito e continuou: - Você não se lembra de quando foi procurar uma resposta para a doença da sua filha lá naquele centro de umbanda com aquele homenzinho humilde? Eu estou aqui novamente. O homem ficou abismado, enquanto isso, Chico Xavier que ouvia a tudo somente balançava a cabeça confirmando que o espírito estava falando. E no término da reunião, Chico transmitiu uma linda mensagem e falou o nome do espírito que havia lha passado tal mensagem. A mensagem foi dada pelo irmão Pai João que é um amigo da casa e um espírito de muita luz que trabalha de forma humilde de um Preto-Velho. É bom lembrar algumas frases:

"Toda forma de servir é uma bênção!"

"O Bem que fizeres em algum lugar, serás teu advogado em toda parte!"

Lembremos também que, os espíritos que se apresentam na Umbanda como Pretos-Velhos ou Caboclos são amigos nossos que também se apresentam em reuniões mediúnicas dentro de centros espíritas kardecistas.

Respeitemos a todos os nossos irmãos que trabalham na Umbanda, que eles recebam muita luz, e que os espíritos que se apresentam na Umbanda que nos iluminem juntamente a todos os trabalhadores, samaritanos e médicos espirituais.


Texto do Grupo de Estudos Amigos de Chico Xavier

18 maio, 2013

Pai Guiné - É o vento que balança a folha

As coisas estavam um pouco diferentes naquela noite. Não esquisitas, nem estranhas, só diferente. O terreiro estava limpo e cheio de energias boas e confortantes, com as seguranças feitas e os médiuns dispostos.

Os consulentes aos poucos iam chegando e trazendo suas dores e lamentos para os pais, cada qual com a esperança de melhoras.

A sessão começou com todos cantando e elevando seus espíritos a Deus, unidos e amparados pela Luz Divina que vem de Aruanda, do Reino de Oxalá. O Guia do dirigente espiritual do terreiro incorporava em seu médium para mais uma sessão de amor e caridade aos irmãos necessitados, ao som de seu ponto cantado:

"É o vento que balança as folhas guiné,
É o vento que balança as folhas,
É, é, é Pai Guiné, é o vento quem balança as folhas."

Um a um, os consulentes foram sendo guiados para os caminhos do amor através da conversa sincera e dos passes magnéticos dos Guias do terreiro. Tudo estava correndo normalmente, ou parecia estar, até que uma consulente incorpora um kiumba que esperneava e xingava a todos os presentes.

Pai Guiné levantou de seu toco deixando seu consulente esperando e foi até o kiumba. Apenas olhou com resignação e compaixão daquele espírito perdido nas trevas da ignorância, do preconceito e sobretudo do ódio.

O kiumba, ao pressentir a chegada do Preto pára de espernear e com ódio olha para Pai Guiné e fala:

- É bem capaz que esse negro vai me fazer parar!

Pai Guiné responde:

- Parar, esse nego velho não vai, porque nenhum espírito merece ficar parado nas escalas evolutivas que regem o Universo e se o irmão acha que ficaremos aqui contracenando num teatro está muito enganado.

O kiumba, assustado e sem saber o que fazer segue esperneando e xingando a todos. O Preto-Velho bate sua bengala no chão, o kiumba pára e, vagarosamente, a cada nova batida da bengala do Preto-Velho ele se desliga dos chacras da consulente, que é energizada e convidada para uma franca conversa com Pai Guiné.

- Obrigada Pai, não sei quem mandou aquele encosto, aposto que foi alguém do meu serviço!

A consulente foi interrompida em seus delírios de obsessão e o Preto Velho lhe responde com sabedoria:

- Minha filha, hoje você veio nesse terreiro querendo destruir a todos que lhe rodeiam, irmãos que você supunha serem seus inimigos. Ninguém mandou o encosto para você, minha filha, apenas era um espírito com afinidade de seus sentimentos de ódio e rancor.

As palavras do Preto-Velho fizeram a consulente refletir. E, após um silêncio de reflexão, Pai Guiné continua sua conversa:

- A filha acha que, por ter um bom emprego e um bom cargo, seus colegas lhe invejam e seu chefe lhe persegue, mas não vê que seu emprego apenas reflete aquilo que a filha fez ou deixou de fazer por aqueles colegas que mais precisavam da sua ajuda, virando-lhes o rosto e sendo ríspida com quem hoje poderia ser seu amigo ou sua amiga. A filha veio nesse terreiro procurando o mal e, influenciada pelo kiumba, é o que levaria para casa, mas esse Negro Velho, inspirado por seu Anjo da Guarda veio ao seu auxílio. Espero que a filha volte ao seu lar, agora com a aura limpa e com um pouquinho mais de sabedoria, que plante sementes de compaixão, humildade e caridade, que, tenho certeza, irá colher paz, amor e muitas felicidades.

Ao cessarem as palavras de Pai Guiné a consulente, com lágrimas nos olhos agradeceu com sinceridade ao humilde e sábio Pai Guiné de Aruanda e saiu do terreiro levando amor, um corpo espiritual limpo e a certeza de ter encontrado a luz.

A cada vento que bate em seu rosto lhe trazendo paz, ela se lembra de que, nos momentos mais difíceis Pai Guiné lhe carrega nos braços, e lhe lembra que ele é o vento quem balança as folhas.


Inspirado pelo Preto-Velho Pai Guiné de Aruanda pelo médium Denis Moura - e-mail: denis-dp10@hotmail.com.
Fonte: Jornal Nacional de Umbanda Edição 38.


17 maio, 2013

Para Umbandistas: Cores, Datas Comemorativas e Dias da Semana dos Orixás

A Umbanda é uma religião que nos dá a oportunidade de escolher a melhor forma de praticá-la, respeitando os valores e crenças de cada um. Na Umbanda existem conceitos universais, aqueles que se não forem seguidos não se pode considerar Umbanda, como por exemplo a crença em Deus e nos Orixás, a crença nos trabalhadores que formam as linhas de Umbanda como os Caboclos, os Pretos Velhos e Ibejis, a prática da caridade sem qualquer tipo de cobrança, seja material ou psicológica, não sacrificar animais, o predomínio da cor branca, trabalhos direcionados apenas para o Bem, entre outros.

A questão das cores dos Orixás, datas comemorativas e dias da semana está confundindo muitos irmãos de fé diante de tantas informações desencontradas, mas que se apreciadas empaticamente, fazem todo o sentido dentro da realidade de cada um.

O julgamento precipitado, a crítica que acaricia o ego, a falta de sensatez de discursos superficiais do que não se conhece, prejudica mais do que aclara o entendimento, sem contar que é uma falta de caridade para com o próximo que pensa diferente dele.

Creio que os Orixás e nossos queridos trabalhadores de Umbanda pouco se importam com a forma de determinados ritos e crenças, desde que a intenção seja pura e verdadeiramente para o Bem. Não existem melindres entre a espiritualidade da Umbanda, existe sim entre os umbandistas. É certo que o consenso de pensamentos e idéias determinaria com mais precisão a identidade umbandista, mas se ele nem sempre existe, não pode ser atribuído ao acaso, é mister supor que predomina na espiritualidade umbandista o respeito pela liberdade de consciência, ausente em muitos de nós.

Feita esta pequena introdução sobre a diversidade na Umbanda com relação ao tema abordado, vamos agora falar um pouco sobre as crenças da nossa Casa, na tentativa de tornar explícito a nossa escolha e o porquê dessa escolha, qual a compreensão e fundamento que encontramos em nossa prática umbandista.

Vamos começar pelas cores que são dadas aos Orixás. Percebemos que as cores que os representam têm significado apenas para nós encarnados, que precisamos sempre de um referencial para conduzir a nossa fé. Os Orixás são luzes que emanam do Criador para todos em todas as circunstâncias que se fizer necessário a sua atuação, vibram em todas as cores e principalmente na cor que adotamos para cultuá-los. De acordo com a cromoterapia, ciência que utiliza as cores para restabelecer a saúde, cada cor tem um significado e transmite um tipo de energia. Existem as cores vibrantes como a vermelha, verde e a amarela, as cores equilibradas como o azul, rosa, lilás, as cores tranquilizantes que remetem a paz, como o branco e a cor neutra como o marrom e o preto. Podemos aplicá-las também na representação que se aproxima da cor dos elementos de cada Orixá, ou do fenômeno da natureza, ou do seu reino específico, bem como na característica de personalidade dos seus filhos. Então, diante dessas informações adotamos as seguintes cores em nossa casa, concordando com algumas cores já adotadas em alguns segmentos de Umbanda:

PAI OXALÁ - Cor Branca: representação maior da fé, cor que remete à paz espiritual e ao mais evidente simbolismo da Umbanda, igualdade entre todos. O branco está presente em todas as cores e Pai Oxalá está presente em todos os Orixás.

IANSÃ - Cor Amarela: o maior simbolismo de Iansã é o raio, e neste predomina a cor amarela.

OXUM - Cor Azul Royal: o maior simbolismo de Oxum é a água, o azul royal é a cor que se forma no encontro da água do rio com o mar. Sabemos que na nossa região nordeste predomina a cor amarela para Oxum, que simboliza o ouro que esta Iabá representa, respeitamos esta crença, porém acreditamos que o ouro representa valores puramente materiais, em discordância com a sublimidade espiritual.

OGUM - Cor Vermelha: cor que sugere altivez, dinamismo, força para o combate, em momentos de luta o "sangue pulsa nas veias", diz o ditado popular. Orixá considerado guerreiro de Umbanda e no nosso entendimento a cor vermelha é a que melhor lhe representa.

XANGÔ - Cor Marrom: cor que mais se aproxima da cor do elemento terra deste grande Orixá.

OXÓSSI - Cor Verde: cor que melhor representa o reino específico deste Orixá, as matas.

IEMANJÁ - Cor Azul Clara: cor que melhor representa o reino específico desta Iabá: o mar.

OMULU - Cores Preta e Branca: cores que melhor representam os extremos opostos. Omulu é o Orixá da transformação, auxilia no encaminhamento das almas após o desencarne e desenlace do corpo físico, portanto, está entre a vida e a morte, que são simbolicamente os extremos opostos, podendo-se atribuir o branco para a vida e o preto para a morte.

EXUS E POMBAS GIRAS - Cores Preta e Vermelha: tradicionalmente, a cor preta é associada às trevas, que é o principal campo de atuação dos nossos guardiões e a cor vermelha é associada ao arquétipo de bravura, luta e dinamismo, principal característica dos Exus de Lei. A cor vermelha também é atribuída ao Orixá Ogum que direciona a Lei para que os Exus a façam cumprir, dessa forma, os Exus trabalham sob a vibração do Orixá Ogum, compartilhando entre eles a cor vermelha.

Agora passaremos a falar um pouco das datas comemorativas dos nossos Orixás. Seguimos as datas comemorativas da nossa região, simples assim. E por quê? Porque acreditamos na sábia frase de Jesus: "quando duas ou mais pessoas estiverem reunidas em meu nome, eu lá estarei!". Se em uma região a maioria dos fiéis vibram e emitem seus pensamentos para aquela força que designa um Orixá, é mais provável que a sintonia e o alcance dos objetivos sejam mais evidentes, adotamos a famosa frase "A união faz a força". Na nossa região, por exemplo, o dia consagrado para Iemanjá é 8 de dezembro, onde é sincretizada com Nossa Senhora da Conceição. Então, para nós, as datas comemorativas dos Orixás e entidades de Umbanda, são:

OXÓSSI: 20 de Janeiro (sincretizado com São Sebastião)

OGUM: 23 de Abril (sincretizado com São Jorge)

PRETOS VELHOS: 13 de Maio (Dia da Libertação dos Escravos)

POVO CIGANO: 24 de Maio (Dia de Santa Sara Kali)


EXUS: 13 de Junho (alguns centros sincretizam com Santo Antônio)


OMULU: 11 de Agosto (sincretizado com São Lázaro)

IBEJI: 27 de Setembro (sincretizado com São Cosme e São Damião)


XANGÔ: 30 de Setembro (sincretizado com São Jerônimo)


OXUM: 12 de Outubro (sincretizada com Nossa Senhora Aparecida)

IANSÃ: 04 de Dezembro (sincretizada com Santa Bárbara)

IEMANJÃ: 08 de Dezembro (sincretizada com Nossa Senhora da Conceição)

OXALÁ: 25 de Dezembro (sincretizado com Jesus Cristo)


Passaremos agora aos dias da semana. Desde tempos remotos, os dias da semana são atribuídos aos astros, com forte influência da mitologia greco-romana, desta forma, com relação aos dias da semana de vibração maior de cada Orixá, adotamos o seguinte esquema:

SEGUNDA-FEIRA - IEMANJÁ: Dia do astro lua, lua é deusa greco-romana que refere-se à Grande Mãe, principal atributo desta Orixá.

SEGUNDA-FEIRA também é dia de vibração maior de: OMULU, PRETOS VELHOS E EXUS GUARDIÕES: dia adotado tradicionalmente ao combate às energias trevosas, ao descarrego de energias densas. Estas entidades trabalham mais diretamente com elementos para o desmanche de magias e de influências negativas.

TERÇA-FEIRA - OGUM: Dia consagrado a Marte, o deus romando da Guerra, equivalente a Ogum, nosso general de Umbanda.

QUARTA-FEIRA - IANSÃ: Dia do astro mercúrio. Mercúrio é nome romano cujo deus tem muitas atribuições, uma delas é ser o deus das almas dos mortos, que as encaminham após a morte, assemelha-se a uma das atribuições da Orixá Iansã. Para os gregos o nome Hermes equivale a Mercúrio, que representa velocidade, astúcia, equilíbrio (par com Xangô), diplomacia, comunicabilidade e todo tipo de atividade mental, características que identificam a Orixá Iansã. De acordo com a mitologia romana, é dia consagrado ao deus Mercúrio, que também influenciou o nome do elemento mercúrio cuja principal característica é a rapidez dos voos, que equivale a representação dos ventos de Iansã. Xangô é o seu par de equilíbrio com o elemento terra e a representação do seu reino natural que são as pedreiras, simbolicamente, elementos fixos e firmes em equilíbrio com a inconstância dos ventos.

QUINTA-FEIRA - XANGÔ: Dia do astro júpiter, associado a Zeus que na mitologia grega é o deus dos céus e do trovão, fenômeno natural atribuído ao Orixá Xangô.

SEXTA-FEIRA - OXUM: Dia consagrado ao astro Vênus, que na mitologia romana equivale a deusa venus, deusa do amor, da fertilidade e da beleza, atributos da Orixá Oxum.

SÁBADO - OMULU E OXÓSSI: dia do astro Saturno. Divindade romana complexa, que representa o tempo e a terra, reina no sábado. Na África está relacionada à fertilização da terra e à agricultura, um dos atributos do Orixá Oxóssi. Na astrologia saturno é símbolo complexo que atrai elementos deletérios de outros planetas, equivale à complexidade do Orixá Omulu, por ser o Orixá base para a atuação de todos os outros Orixás, assim como a terra é a base para a construção de toda edificação.

DOMINGO - OXALÁ: dia consagrado ao astro rei: o sol, intimamente relacionado com as qualidades atribuídas ao Pai de todos nós, Pai Oxalá. O sol está ligado ao arquétipo de realeza, grandeza, luz, equilíbrio de todos os planetas e sustentação da vida, assim como Pai Oxalá representa o princípio e a razão de todas as coisas.

Como vimos acima, as cores, datas comemorativas e dias da semana consagrados aos sete Orixás básicos da Umbanda e adotados na Tenda de Umbanda Luz e Caridade, têm o respaldo de uma justificativa coerente e consciente e esperamos, de alguma forma, contribuir com o aprendizado dos que buscam aliar a fé e a razão aos conceitos e práticas umbandistas.


Texto enviado por Ednay Melo (TULCA - Tenda de Umbanda Luz e Caridade)