31 maio, 2012

Perdoe e Viva

Perdoe e viva.
Se você não perdoar hoje...
Amanhã, por certo,
O seu dia será mais escuro,
Seus passos estarão menos firmes,
Seus problemas surgirão mais complexos.
Sua mágoa doerá muito mais...
Se você não perdoar agora,
Que será do seu caminho, depois?
Desculpe enquanto é tempo, para que, de futuro,
não recaiam sobre sua cabeça os padecimentos e as queixas de muitos.
Esqueçamos o mal para que o mal não se lembre de nós.
O incêndio da aflição devasta a consciência que não conseguiu bastante força para lavar-se nas águas vivas da grande compaixão.
Quem não perdoa os erros dos semelhantes, condena a si mesmo.
Quen não olvida as ofensas, transforma-se num fardo de crueldade.
Descerremos a janela de nossa compreensão cristã para o ar livre do bem que tudo renova, tudo aproveita e tudo santifica e, auxiliando ao nosso irmão do caminho, quantas vezes se fizerem necessárias, nossa romagem para Jesus não sofrerá tropeços e crises, porque, usando o amor para com os outros, seremos, gradativamente, convertidos em felizes instrumentos do Amor de Nosso Pai Celestial.


Meimei
(De "Relicário de Luz", de Francisco Cândido Xavier, Autores Diversos).

30 maio, 2012

Quando os filhos crescem

Há um momento, na vida dos pais, em que eles se sentem órfãos. Os filhos, dizem eles, crescem de um momento para outro.

É paradoxal. Quando nascem, pequenos e frágeis, os primeiros meses parecem intermináveis. Pai e mãe se revezam à cata de respostas aos seus estímulos nos rostinhos miúdos.

Desejam que eles sorriam, que agitem os bracinhos, que sentem, fiquem em pé, andem, tudo é uma ansiosa expectativa.

Então, um dia, de repente, ei-los adolescentes. Não mais os passeios com os pais, nos finais de semana, nem férias compartilhadas em família.

Agora tudo é feito com os amigos.

Olham para o rosto do menino e surpreendem os primeiros fios de barba, como a mãe passarinho descobre a penugem nas asas dos filhotes. A menina se transforma em mulher. É o momento dos vôos para além do ninho doméstico.

É o momento em que os pais se perguntam: Onde estão aqueles bebês com cheirinho de leite e fralda molhada? Onde estão os brinquedos do faz-de-conta, os chás de nada, os heróis invencíveis que tudo conseguiam, em suas batalhas imaginárias contra o mal?

As viagens para a praia e o campo já não são tão sonoras. A cantoria infantil e os eternos pedidos de sorvetes, doces, pipoca foram substituídos pelo mutismo ou a conversa animada com os amigos com que compartilham sua alegria.

Os pais se sentem órfãos de filhos. Seus pequenos cresceram sem que eles possam precisar quando. Ontem, eram crianças trazendo a bola para ser consertada. Hoje, são os que lhes ensinam como operar o computador e melhor explorar os programas que se encontram à disposição.

A impressão é que dormiram crianças e despertaram adolescentes, como num passe de mágica.

Ontem, estavam no banco de trás do automóvel; hoje, estão ao volante, dando aulas de correta condução no trânsito.

É o momento da saudade dos dias que se foram, tão rápidos. É o momento em que sentimos que poderíamos ter deixado de lado afazeres sempre contínuos e brincando mais com eles, rolando na grama, jogando futebol.

Deveríamos tê-los ouvido mais, deliciando-nos com o relato de suas conquistas e aventuras, suas primeiras decepções, seus medos. Tê-los levado mais ao cinema, desfrutando das suas vibrações ante o heroísmo dos galãs da tela.

Tempos que não retornam, a não ser na figura dos netos, que nos compete esperar.

Pais, estejamos mais com nossos filhos. A existência é breve e as oportunidades preciosas.

Tudo o mais que tenhamos e que nos preencha o tempo não compensará as horas dedicadas aos Espíritos que se amoldaram nos corpos dos nossos pequenos, para estar conosco.

Não economizemos abraços, carícias, atenções, porque nosso procedimento para com eles lhes determinará a felicidade do crescimento proveitoso ou a tristeza dos dias inúteis do futuro.


Redação do Momento Espírita

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A criança criada com carinho aprende a ser afetuosa.

A mensagem da atenção ao próximo é passada pelos pais aos filhos.

No dia-a-dia com os pais, os filhos aprendem que o ser humano, seus sentimentos são mais importantes do que o simples sucesso profissional e todos os seus acessórios.

Em essência, as crianças aprendem o que vivem. 


Redação do Momento Espírita, com base no artigo Antes que elas cresçam, publicado em Seleções Reader's Digest, de setembro/1998.

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29 maio, 2012

Tudo depende de mim!

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia-noite.
É minha função escolher que tipo de vida vou ter hoje.
Posso reclamar porque está chovendo... ou agradecer às águas por lavarem a poluição.
Posso ficar triste por não ter dinheiro... ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.
Posso reclamar sobre minha saúde... ou dar graças por estar vivo.
Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria... ou posso ser grato por ter nascido.
Posso reclamar por ter que ir trabalhar... ou agradecer por ter trabalho.
Posso sentir tédio com as tarefas de casa... ou agradecer a Deus por ter um teto para morar.
Posso lamentar decepções com amigos... ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.
O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser ser!


Charles Chaplin

27 maio, 2012

O Umbandista e o respeito pela Natureza

A Umbanda é uma religião que está profundamente ligada à Natureza. Sem Natureza não haverá Umbanda!

Isso porque nossos Orixás e espíritos habitam justamente as florestas, campinas, cachoeiras, pedreiras, lagos, pântanos, rios, fontes, praias, mares, etc. São desses lugares, pontos de força, que retiramos as energias necessárias para realizar os cruzamentos, amacis, deitadas, etc., rituais essenciais ao desenvolvimento mediúnico na Umbanda.

Por essa razão, mais do que qualquer outra pessoa, o Umbandista deve ter uma forte consciência ambiental. Como iremos pedir o auxílio e a presença do senhor das matas, se quando lá estamos, sujamos seu espaço? Queimamos suas árvores? Matamos seus animais?

E a Senhora da cachoeira, será que fica feliz ao ver a quantidade de litros, tocos de velas, alguidares deixados em seu recanto?

É lógico que não.

Uma das melhores oferendas que fazemos a essas forças é preservar os seus domínios. Devemos respeitar cada ponto da natureza, como se fosse um templo sagrado e intocável.

Por isso, quando houver a necessidade de realizar uma oferenda, em qualquer lugar da natureza, evite deixar qualquer espécie de lixo. Procure utilizar materiais biodegradáveis no lugar de plásticos, vidros, metais, etc.

Ao invés de alguidar, forre o local com folhas de bananeira ou mamona. O Alguidar demora muito para se decompor e evita a decomposição rápida dos elementos que estão dentro dele, gerando o mau cheiro.

Ao invés de deixar garrafas, despeje o líquido em volta da oferenda. O vidro, além de demorar para se decompor, pode causar ferimentos às outras pessoas que por ali passam. Despejando o líquido ao redor da oferenda, a terra sugará sua oferta e a essência será entregue a força que você desejar.

Ao invés de presentes de plásticos, como pentes, espelhos, etc., comuns nas oferendas à Iemanjá e Oxum, opte por flores e materiais de madeira. Não jogue garrafas dentro dos rios e mares, despeje a bebida nas águas e leve o litro para o lixo. A intenção, a validade, será a mesma.

Evite acender velas próximo às árvores e vegetações secas. Essa atitude irá evitar incêndios e a destruição da mata sagrada.

Procure desenvolver essa consciência e a leve para o dia-a-dia. Não jogue lixo nas ruas, praças, encostas, rios, bueiros. Não polua o ar com gases tóxicos. Troque as sacolas plásticas pelas sacolas de fibra. Separe os materiais recicláveis. Evite incêndios. Aconselhe as demais pessoas a tomarem as mesmas atitudes, pois só assim poderemos salvar nosso planeta.

Com essas atitudes simples e inteligentes, o Umbandista se integrará ainda mais à natureza, passando a ser parte dela. Além de contribuir para a preservação do planeta, estará, indiretamente, agradando aos Orixás, pois estará fazendo sua parte na preservação de suas moradas sagradas.


Texto enviado por Márcia Nunes (Tenda de Umbanda Filhos da Vovó Rita)

26 maio, 2012

O monge e a prostituta!

Vivia um monge nas proximidades do templo de Shiva. Na casa em frente, morava uma prostituta. Observando a quantidade de homens que a visitavam, o monge resolveu chamá-la.

- Você é uma grande pecadora - repreendeu-a. Desrespeita a Deus todos os dias e todas as noites. Será que você não consegue parar e refletir sobre a sua vida depois da morte?

A pobre mulher ficou muito abalada com as palavras do monge; com sincero arrependimento orou a Deus, implorando perdão. Pediu também que o Todo-Poderoso a fizesse encontrar uma nova maneira de ganhar o seu sustento.

Mas não encontrou nenhum trabalho diferente. E, após uma semana passando fome, voltou a prostituir-se. Mas, cada vez que entregava seu corpo a um estranho, rezava e pedia perdão.

O monge, irritado porque seu conselho não produzira nenhum efeito, pensou consigo mesmo: "A partir de agora vou contar quantos homens entram naquela casa - até o dia da morte desta pecadora".

E desde esse dia, ele não fazia outra coisa a não ser vigiar a rotina da prostituta: a cada homem que entrava, colocava uma pedra num monte.

Passado algum tempo, o monge tornou a chamar a prostituta e lhe disse:

- Vê esse monte? Cada pedra dessas representa um dos pecados morais que você cometeu, mesmo depois de minhas advertências. Agora torno a dizer: cuidado com as más ações!

A mulher começou a tremer, percebendo como se avolumavam seus pecados. Voltando para casa, derramou lágrimas de sincero arrependimento, orando:

- Ó Senhor, quando Vossa misericórdia irá me livrar desta miserável vida que levo?

Sua prece foi ouvida. Naquele mesmo dia, o anjo da morte passou por sua casa e a levou. Por vontade de Deus, o anjo atravessou a rua e também carregou o monge consigo.

A alma da prostituta subiu imediatamente ao céu, enquanto os demônios levaram o monge ao inferno. Ao cruzarem no meio do caminho, o monge viu o que estava acontecendo, e clamou:

- Ó Senhor, essa é a Tua justiça? Eu, que passei a minha vida em devoção e pobreza, agora sou levado ao inferno, enquanto essa prostituta, que viveu em constante pecado, está subindo ao céu!

Ouvindo isso, um dos anjos respondeu:

- São sempre justos os desígnios de Deus. Você achava que o amor de Deus se resumia a julgar o comportamento do próximo. Enquanto você enchia seu coração com a impureza do pecado alheio, esta mulher orava fervorosamente dia e noite. A alma dela ficou tão leve depois de chorar que podemos levá-la até o paraíso. A sua alma ficou tão carregada de pedras que não conseguimos fazê-la subir até o alto.


Texto de Paulo Coelho

25 maio, 2012

Oração

Não direi mais "não posso", pois Ogum me trará a persistência, determinação e tenacidade para conseguir.

Não direi mais "não tenho", pois Oxóssi me dará a energia vital para trabalhar e obter.

Não direi mais "não tenho fé", porque Omulu me ensinará a compreender e aceitar meu karma.

Não direi mais "sou fraco", porque Oxumaré trará equilíbrio emocional, Iemanjá a auto-estima e Iansã a clareza de raciocínio para que eu entenda as minhas limitações.

Não direi mais "não sei", pois Xangô me trará o conhecimento, para que eu o use com discernimento e justiça.

Não direi mais "estou derrotado", porque aprendi com cada entidade da Umbanda que nada supera a força de sermos filhos de Deus.

Não direi mais "estou perdido", pois encontrei a Umbanda, que com a luz do amor e da caridade, iluminou minha alma e me deu um caminho.



Esta mensagem foi enviada pelo pessoal do blog "Saravá Umbanda"

24 maio, 2012

Salve o Povo Cigano!

Liberdade e Alegria, reconhecimento da Vida em Comunidade, do Teto e do Espaço Sagrado, do Encanto e da Força da Natureza, da Magia e da Reza são sentidos e atributos ensinados pelos Ciganos que se manifestam através do dom mediúnico em nossa querida Umbanda. E com o encanto de suas danças, seus cantos e seus movimentos é que envolvem cada vez mais fiéis para dentro de suas tendas e para dentro do coração pulsante da Umbanda.

É encantador cada movimento, cada palma e cada olhar sentido por esse povo!

É encantador cada fala poética, cada discurso direto, cada provérbio sábio pronunciado por esse povo!

É encantador cada reza e cada gesto manifestado por esse povo tão misterioso e que ao mesmo tempo é tão claro, simples e transparente, bastando apenas que nosso olhar também se transforme em olhar libertador, ou seja, em Olhar Cigano.

Sei que ainda poucos conhecem e manifestam essa Linha com total compreensão, mas sei também que o amor e a sapiência desses espíritos que se manifestam como Ciganos na Umbanda transcendem nossas ações e, com certeza, nos inspiram ainda mais nesse caminhar junto à nossa comunidade, grupo, corrente, aldeia, enfim, família!

É isso mesmo, acredito que uma das grandes lições que a Linha Cigana tem para nos ensinar é o viver em família, em grupo, unidos na alegria e na paz entre espíritos e espírito. O gostoso é saber que uma das funções da religião é exatamente essa, ou seja, é nos ensinar a viver em grupo ungidos de alegria e paz.

Portanto, vivenciar essa Linha dentro de nossos terreiros e corações é vivenciar o próximo, é vivenciar o respeito, é vivenciar os limites dentro do contexto da Liberdade e da Fé.

Sabemos que os espíritos ciganos gostam de festas, que gostam de ser recebidos em meio á fartura e a seus companheiros de caminhada, mas isso é só para confirmar seu arquétipo próspero, alegre e familiar. Isso é só para facilitar seu trabalho dando a melhor das lições: o Exemplo. Mesmo porque eles repartem toda fartura, eles dão tudo que possuem em troca da Liberdade.

É fato que algumas pessoas erroneamente procuram essa linha para pedidos obscuros e quase sempre dominantes, no entanto, estão indo em sentido totalmente contrário à função dos Guias Ciganos, estão totalmente equivocados pois Eles agem no astral justamente Libertando e nunca prendendo, seja em que sentido for, seja no sentido religioso, amoroso, profissional, os Ciganos Libertam, Amam e Transformam em nome da vida em alegria e da alegria em espírito.

Portanto, vale a pena, viver, vivenciar, louvar e se emocionar diante desses espíritos tão iluminados que com o olhar lêem nossa vida e com o sorriso falam em nossa Alma.

"O céu é meu teto, a terra minha pátria e a Liberdade é minha Religião!"

O Núcleo de Danças Fabrina Mahin tem em seu site este texto sobre a dança cigana que nos mostra o quanto cada elemento é representativo e o quanto a tradição deste povo está próxima de nós e da nossa Umbanda. Vale a pena ler, compreender, se envolver e relacionar.

A DANÇA CIGANA

Por ser a dança cigana mágica, reflete a alegria de um povo, que traz consigo o mistério através dos passos e dos movimentos que saúdam, invocam e fazem fluir a mais bela e elevada vibração energética.

- Dança do leque:
Dança do elemento ar que representa o amor, a sensualidade e a limpeza, representa sedução, romantismo e poder. O leque passeia há séculos nas mãos das mulheres, mas seu uso prático pouco tem a ver com os aspectos valorizados pela cigana ao dançar. Da maneira que se abre pode representar as fases da lua e da mulher, seus reais desejos ou apenas o que quiser demonstrar; é um poderoso instrumento de limpeza energética, magia para a cura e sedução. Sendo assim, está constantemente nas mãos espertas de uma cigana, atraindo a atenção para seu mistério e poder. O leque é mais característico nas danças âkalónsâ, mas pelo seu encanto as mulheres que gostam, usam-no sempre que podem na sua dança.

- Dança da rosa:
Elemento terra. Representa o amor, a beleza, a conquista, sedução e sensualidade. A rosa é a beleza interior e a beleza exterior. A rosa vermelha na boca que os ciganos costumam levar em suas danças presa entre os dentes levam para presentear a mulher que está envolvida na dança. As alianças para os ciganos são simbolizadas por duas rosas vermelhas, em seus casamentos.

- Dança das fitas coloridas:
Elemento água representa as lágrimas de alegria e tristeza derrubadas pelo povo Cigano. Não o lamento, mas também a comemoração. Representa a limpeza, alegria e infantilidade. Dançar com fitas é quase uma brincadeira de criança, alegra qualquer tipo de ambiente, festeja os nascimentos e casamentos, os movimentos das fitas rodopiantes manifestam o ritmo da vida e a alegria de fazer parte dela. As fitas são mais utilizadas nos ritmos âronsâ, porém conforme o que se quer passar a dança se adéqua a qualquer ritmo alegre.


- Dança do véu:
Representa o elemento ar e expressa a leveza do corpo e a sensualidade.


- Dança das tochas:
Mostra a fúria e o poder do fogo através das tochas acesas que reverenciam este elemento. Representa a purificação e a limpeza pelo fogo. Neste caso específico, pode também ser utilizado um candelabro pela dançarina.


- Dança do pandeiro:
Dança dos quatro elementos, denota a alegria e sugere uma festa. Serve também para purificar o ambiente. O pandeiro traz a alegria do sol, saudando-o com inúmeras fitas coloridas, representando seus raios protetores e vivos. Como todo instrumento que faz barulho, ele tem como função expulsar os maus espíritos ou energias negativas, abrindo caminho para o povo festejar. Sua mensagem é mover, transformar o que está parado em ritmo, revigorar o nosso corpo com a alegria e o calor da dança, assim como o sol faz conosco. O uso das fitas, pode ter nascido como um calendário para marcar eventos importantes e a idade; para saudar a chegada da primavera; para representar através das cores das fitas pedidos ou bênçãos. É mais utilizado nas danças do grupo Rom, acompanhando violinos e outras percussões, é preciso habilidade e conhecimento dos ritmos utilizados.


- Dança dos sete véus:
Para os ciganos essa dança representa uma despedida de solteiro. E os véus coloridos representam as sete cores do arco-íris, simbolizando o amor e a sensualidade. As cores dos véus representam os quatro elementos.


- Dança do punhal:
Elementos ar e terra. Significa lutas, disputas, fúria e pode simbolizar a limpeza do ambiente e do corpo. Representa o corte, a força e a limpeza.


- Dança dos quatro elementos:
Feita com representações dos quatro elementos como: vela, incenso, jarro d'água e sal. Significa magia e limpeza do ambiente. Normalmente é dançada contando com 04 dançarinas. As vestes lembram os nômades do deserto.

- Dança da espada:
Elemento ar e terra. Representa luta, guerreira, batalhadora. Usa-se movimentos semelhantes aos movimentos do punhal.

- Dança com echarpe ou lenço:
Representa união, casamento e amor. O lenço também é utilizado para a prova da virgindade. O lenço é encantador, seguro delicadamente nos dedos da cigana, envolvendo-a de mistério e aos poucos revelando sua beleza e poder. Ao dançar com o lenço, seus desejos, sentimentos e sonhos são movidos pelo deslizar do lenço pelo ar, no transe da música, livre com o vento e infinito como o céu. O lenço também transforma e limpa o ambiente, pode representar pedidos ou coisas da vida que queremos mudar ao dançar. É uma das danças ciganas femininas mais belas, por isso pode ser encontrada de várias formas nas danças de todos os grupos ciganos. Também neste caso podem ser utilizados lenços decorados com moedas douradas ou fitilhos, dando um ar de prosperidade aos movimentos executados.

- Dança do xale:
Representa o mistério e a magia do elemento fogo. Dançar com o xale representa agradecer todas as dádivas ao criador, a sua força, o poder de ser mãe, o poder de seduzir o seu amor e também proteção e família. É usar toda poesia, força e magia. Nunca deixe outra pessoa pegar o xale, não derrubar, pois ele é a sua essência feminina. Enfim, dançar com o xale é agradecer, exibir e proteger suas estrelas.

Abaixo, segue ainda um texto de Luciana do Rocio Mallon sobre os gestos da dança flamenca que estão incorporados na Dança Cigana.

Segredos Sobrenaturais da Dança Flamenca

O dicionário define flamenco como: dança cigana praticada, tradicionalmente, na Espanha, mas, sabemos que dança flamenca vai muito mais além do que esta simples definição.

Origens da Dança Flamenca: Um povo nômade saiu da Índia, passou por algumas regiões árabes e depois visitou a Europa. Estes nômades foram batizados de ciganos e eles absorveram a dança de cada região por onde passaram e desta mistura nasceu a dança Flamenca.

Significados de alguns gestos da Dança Flamenca:

- Movimentos Circulares com os braços: Os movimentos suaves e circulares com os braços fazem-nos lembrar das danças das deusas indianas, que com seus gestos ritmados com estes membros, davam a impressão de que tinham vários braços. Para estes povos os movimentos circulares dos braços significam: a feminilidade; a busca dos elementais do ar; a força feminina que agradece os benefícios do ar; gratidão pelo oxigênio que respiramos; ritual de purificação de nossa aura e diálogo místico com outra dimensão.

- Braços que apontam para o céu e para a terra: Este movimento tem uma razão significativa, quer dizer que a mesma força que está em cima, também permanece embaixo. É como diz o famoso mago Hermes Trimegisto: "a força que move em cima, também move embaixo". Este gesto da dança Flamenca afirma que há uma energia superior celestial que comanda tudo que está na parte inferior. É um pedido de oração para as forças superiores.

- Mãos que se abrem e se fecham:  Significam a troca de energia entre o ar e o corpo da bailarina. Porque segundo a tradição dos ciganos, a mulher precisa absorver a energia do ar para se inspirar em seus trabalhos manuais.


- Sapateado: Para o Flamenco sapatear é muito mais do que fazer ruídos com o calçado acompanhando o ritmo da música. Sapatear é invocar os espíritos dos antepassados contra o preconceito e o desprezo, pois diante de uma injustiça é necessário bater os pés no chão exigindo os seus direitos perante a sociedade. Afinal, os ciganos foram um povo perseguido tando por religiões, quanto por interesses políticos. Na Idade Média, vários ciganos morreram na fogueira acusados injustamente de bruxaria.


- Bater palmas: Bater palmas é um ato para saudar as alegrias da vida e chamar os espíritos dos antepassados, sempre com o ritmo da música.

- Dobrar os joelhos no ar: É sinal de respeito com os elementais do ar e da terra através da graciosidade. Quando se dobra o joelho de uma perna no ar e esta perna volta para o chão, significa a ligação dos elementais do ar com os elementais da terra.


Escrito por Mãe Mônica Caraccio
Retirado do site: Minha Umbanda





23 maio, 2012

Procurar e Encontrar

Estudando o Evangelho em sua Divina simplicidade, jamais nos cansemos de aprender com a Natureza.
Não basta procurar para que o êxito te acompanhe.
É preciso saber o que fizeste daquilo que já encontraste...

O verme pede luz e recolhe a claridade solar.
Em troca, aduba a terra, auxiliando a sementeira.

A árvore reclama a presença da fonte que lhe refresque as raízes, obtendo o manancial que lhe assegura a seiva farta.
Em troca, entrega a quem passa todo um tesouro de serviços a expressar-se em frutos dadivosos, assistência e doçura.

A abelha suspira pelo néctar que lhe enriquece a moradia e recebe das flores preciosa alimentação.
Em troca, oferece ao homem o milagre do mel.

Todos os elementos e todos os seres buscam algo e algo encontram, estendendo o câmbio valioso da cooperação e da simpatia que garantem o mundo em seus fundamentos.

Reflitamos o ensino e situemo-nos na posição do usufrutuário que dispõe consigo de infinitos recursos, em favor de si mesmo.

Procurávamos ocasião de resgatar o pretérito e clamávamos pelo reencontro com antigos adversários para o trabalho de recuperação e de reajuste.
Suplicávamos talentos, possibilidades, tempo e dons...
E, tudo isso brilha em nosso coração e em nossos braços, enquanto a oportunidade nos favorece agora a recomposição do destino...
Valorizemos, desse modo, os meios que já nos felicitam a existência e, em troca, do carinho com que a bondade celeste nos ampara, saibamos produzir mais trabalho, mais compreensão e mais fraternidade junto de nós.

Amanhã, sofreremos a inspeção da Contabilidade Divina.
Que não sejamos identificados na condição do servo ocioso que gastou a riqueza dos dias procurando vantagens e benefícios, quando benefícios e vantagens nos cercam por todos os ângulos do caminho.

Que a Justiça Eterna nos encontre por trabalhadores fiéis que fizeram do amor recebido mais ampla lavoura do amor, afim de que o amor, como Divindade Imperecível da Vida, nos coroe de paz e vitória, hoje e sempre.


(Do livro "Refúgio", Emmanuel, Francisco C. Xavier)

22 maio, 2012

O que nossos pensamentos determinam

Marco Aurélio, o grande filósofo que dirigiu o Império Romano, resumiu em nove palavras aquilo que define nosso destino na vida:

"Nossa vida é o que os nossos pensamentos determinam!"

Inspirado nessa afirmativa, o estudioso Dale Carnegie acrescenta que se tivermos pensamentos felizes, seremos felizes.

Se pensarmos em coisas que nos causam medo, seremos medrosos. Se pensarmos em doenças provavelmente ficaremos doentes.

Se pensarmos no fracasso, fracassaremos, com toda certeza. Se nos entregarmos à autopiedade, todos irão querer nos evitar, afastar-se de nós.

Normam Vincent Peale afirmou: você não é o que você pensa que é. Mas o que você pensa, você é.

Tudo isso se resume na idéia de uma atitude positiva perante a vida. Devemos nos interessar por nossos problemas, mas não nos preocuparmos com eles.

Há uma grande diferença entre uma e outra postura.

Interessar-se significa procurar compreender como são as coisas e tomar calmamente as medidas necessárias para enfrentá-las.

Preocupar-se significa dar voltas em círculos inúteis e enlouquecedores. Significa sofrer antes e ser dominado pelo medo.

Tais posturas são determinadas pelo pensamento, simplesmente.

Desta forma, o pensamento poderá determinar se seremos felizes ou infelizes, independente de onde estejamos, independente das condições de vida que temos.

Napoleão Bonaparte e Helen Keller podem ser bons exemplos que atestam tais afirmações.

Napoleão dispunha de tudo que os homens habitualmente almejam - glória, poderio, riqueza, e não obstante, disse, em seu exílio, na ilha de Santa Helena: "Não conheci jamais seis dias de felicidade em minha vida!"

Hellen Keller - cega, surda, muda - todavia, declarou: "Considerei a vida tão bela!"

Reflitamos sobre tal comparação.

Como viveram os dois personagens? Que postura mental apresentou cada um deles diante das adversidades?

O filósofo grego Epiceto advertiu-nos que devemos nos preocupar mais em afastar da mente os maus pensamentos do que remover tumores e abscessos do nosso corpo.

E a medicina moderna vem comprovando, dia após dia, que a grande fonte das enfermidades está na postura mental, na qualidade do nosso pensar.

Por isso a importância de perceber que nossa vida é o que nossos pensamentos determinam e que vigiando, cuidando do pensar, viveremos muito melhor.

Emerson, na parte final de seu ensaio sobre a confiança em nós mesmos, diz: 

"Uma vitória política; um aumento em suas rendas; a recuperação de uma enfermidade; o regresso de um amigo ausente; ou outro qualquer acontecimento exterior, anima-lhe o Espírito e você pensa que lhe estão reservados dias felizes! Não o creia. Jamais pode ser assim. Nada, a não ser você mesmo, pode trazer-lhe paz!"


Texto enviado por Angela do Grupo Povo de Aruanda

15 maio, 2012

O Guia

Necessitando melhorar conhecimentos de orientação, acompanhei um dia de serviço do guardião Aurelino Piva, Espírito amigo que desempenha a função de guia comum da senhora Sinésia Camerino, dama culta e distinta, domiciliada em elegante setor do mundo paulista.

Cabia-me aprender como ajudar alguém, individualmente, na posição de desencarnado. Auxiliar em esforço anônimo, exercer o amor silencioso e desconhecido.

Cheguei cedo à residência, cujo pequeno jardim a primavera aformoseada. Quatro horas da manhã, justamente quando Aurelino preparava as forças de sua protegida para o dia nascente. Trabalho de humildade e devotamento.

Na véspera, dona Sinésia não estivera tão sóbria ao jantar. Excedera-se em quitutes e licores, mas o amigo espiritual erguia-se em piedosa sentinela e, antes que a senhora reabrisse os olhos do corpo, aplicava-lhe passes de reajuste.

- É preciso que nossa irmã desperte tão hígida quanto possível - explicou-me.

E sorrindo:

- Um dia tranquilo no corpo físico é uma bênção que devemos enriquecer de harmonia e esperança.

Depois de complicada operação magnética, observei que a tutelada se dispunha a movimentar-se, e esperei.

Seis horas da manhã.

Aurelino formulou uma prece, rogando ao Senhor que lhe abençoasse a nova oportunidade de trabalho e tive a idéia de tornar a escutar-lhe as palavras confortadoras: "um dia tranquilo no corpo físico é uma bênção..."

A senhora acordou e o benfeitor espiritual postou-se ao lado dela, à feição de pai amoroso, falando-lhe dos recursos imensos da vida que estuavam lá fora, como a buscar-lhe o coração para o serviço com alegria. Dona Sinésia ouvia em pensamento e, qual se dialogasse consigo mesma, recusava a mensagem de otimismo e respondeu às benéficas sugestões, resmungando: "dia aborrecido, tempo sem graça...". Nisso, dois meninos altercaram, lá dentro, com a empregada. Bate-boca em família. Dona Sinésia não se mexeu. Sabia que os dois filhos manhosos nada queriam com estudo, nem suportavam qualquer disciplina, mas não deu bola. Aurelino, porém, correu à copa e eu o acompanhei.

O amigo desencarnado apazigou as crianças e acalmou a servidora da casa, à custa de apelos edificantes. Ajudou os pequenos a encontrarem os cadernos de exercícios escolares que haviam perdido e acompanhou-os até o ônibus.

De volta ao interior doméstico, chegou a vez de se amparar o esposo de Dona Sinésia, que deixara o quarto sob grande acesso de tosse. Bronquite velha. Um guardião espiritual, ligado a ele, auxiliava-o, presto; no entanto, Aureliano pensou na tranquilidade de sua protegida e entregou-se à tarefa de colaboração socorrista. Passes, insuflações. O chefe da família estava nervoso, abatido. Aurelino não repousou enquanto não lhe viu o espírito asserenado, diante da empregada, a quem auxiliou de novo, a fim de que o café com leite fosse servido com carinho e limpeza. Logo após, demandou o grande aposento, em que iniciáramos a tarefa, rogando a Dona Sinésia viesse à copa abençoar o marido com um sorriso de confiança. A dama escutou o convite suplicante, através da intuição, mas ficou absolutamente parada sob os lençóis, e, ouvindo o esposo a pigarrear, na saída, comentou intimamente: "não vou com asma, estou farta".

Sete horas. Aurelino estugou o passe a fim de sustentar o senhor Camerino, na travessia da rua. Explicou-me que Dona Sinésia precisava de paz e, em razão disso, devia ajudar-lhe o marido com as melhores possibilidades de que dispunha. E, atencioso, deu a ele, na espera da condução, idéias de tolerância e caridade, bom ânimo e fé viva para compreender as suas dificuldades de contador na firma a que se vincula.

Regressamos a casa. Dona Sinésia em descanso. Oito horas, quando se levantou. Aurelino sugeriu-lhe o desejo de tomar água pura e informou-me de que se esmerava em defendê-la contra intoxicações. Magnetizou o líquido simples, dotando-o de qualidades terapêuticas especiais e... continuaram serviços e preocupações.

Trabalho de proteção para Dona Sinésia, em múltiplas circunstâncias pequeninas suscetíveis de gerar grandes males; apoio à empregada de Dona Sinésia, para que não falhassem minudências na harmonia do lar; remoção de obstáculos a fim de que contratempos não viessem perturbar a calma de Dona Sinésia; socorro incessante às crianças de Dona Sinésia, ao retornarem da escola; cooperação indireta para que Dona Sinésia escolhesse os pratos capazes de lhe assegurarem a necessária euforia orgânica; inspirações adequadas de modo a que Dona Sinésia encontrasse boas leituras; amparo constante ao senhor Camerino, tanto quanto possível, a fim de que Dona Sinésia não se afligisse...

Enfim, Dona Sinésia, sem a obrigação de ser agradecida, já que não identificava os benefícios contínuos que recebia, teve um dia admirável, enquanto Aurelino e eu estávamos realmente estafados, não obstante a nossa condição de Espíritos sem corpo físico.

À noite, porém, justamente quando Aurelino se sentou ao meu lado para dois dedos de prosa, Dona Sinésia, desatenta, feriu o polegar da mão esquerda com a agulha que manejava para enfeitar um vestido.

Bastou isso e a senhora desmandou-se aos gritos:

- Oh! Meu Deus! Meu Deus!... ninguém me ajuda! Vivo sozinha, desamparada!... Não há mulher mais infeliz do que eu!

Positivamente assombrado, espiei Aurelino, que se mantinha imperturbável, e observei:

- Que reação é esta, meu amigo? Dona Sinésia recolheu socorro e bênçãos durante o dia inteiro!... Como justificar este ataque de cólera por picadela sem importância nenhuma?!

Aurelino, entretanto, sorriu e falou paciente:

- Acalme-se, meu caro. Auxiliemos nossa irmã a reequilibrar-se. Esta irritação não há de ser nada. Ela também, mais tarde, vai desencarnar como nós, e será guia...


Texto retirado do Livro "Estante da Vida - Pelo Espírito "Irmão X"" - Psicografado por Francisco C. Xavier 

14 maio, 2012

Vamos fazer uma reflexão?

Muitas vezes as pessoas acham que a Umbanda, mais precisamente, os Guias Espirituais estão a disposição para adivinhações, para dizer se as coisas que almejam, como marido, negócios estão para acontecer do jeito que foi planejado, saber de amores que sumiram, e por aí vai...! Claro, que os Guias tem a permissões de falar algumas coisas, como: "tem tudo para dar certo, mas faça a sua parte", "a pessoa que você almeja está próximo, mas olhe para os lados", "estamos ajudando para que tudo aconteça, mas não vacile nos caminhos, Orai e Vigiai", alguns trabalhos de ajuda como mandalas, magias, descarrego, desobsessão... mas seguramente, nunca adivinhações ou previsões, se assim fosse, não precisaria mais ter pessoas desaparecidas, era só ir a um terreiro de Umbanda, também não precisaríamos mais de remédios e nem de médicos encarnados, estaríamos famosos pelos nossos milagres... O que existe meus irmãos é força, determinação, fé, vontade, aliado aos trabalhos espirituais que nossos queridos Guias através de Jesus nos oferece, e assim alcançar o merecimento de ser curado, de receber os bens materiais que lutou para obter, mas o maior de todos, de receber os bens espirituais para crescer e evoluir.

A vida é feita de escolhas, diariamente podemos escolher qual caminho seguir e nesta escolha podemos mudar acontecimentos, como por exemplo, posso ir a uma festa e conhecer uma pessoa legal ou decidir ficar em casa assistindo Big Brother, também posso acordar pela manhã e sair para trabalhar, mas não sem antes xingar São Pedro pela chuva, ou posso acordar e aceitar a previsão do tempo, colocar sapatos mais fechados e chegar no meu trabalho dando bom dia a todos, pois graças a Deus tenho um trabalho, tenho meu ganha pão. Eu escolho meus caminhos, eu escolho como cumprir meu carma, ou eu cumpro da melhor maneira possível, ou da pior maneira possível, isso se chama livre arbítrio. Ao reencarnarmos nós escolhemos as dívidas a serem pagas, então escolhemos a família, condição social, pessoas que nos cercam e os grandes acontecimentos que iremos ser testados, são as provas terrenas. Concordam que aqui é a grande escola da vida da qual precisamos fazer provas para ver se passaremos de ano ou permaneceremos na mesma série? Assim é a grande roda da vida e como diz Baiano Zé do Coco, "Oxente, o tempo de encarnado é tão curto que deve ser aproveitado a todo instante", é verdade, nós vivemos como se essa encarnação fosse eterna e acabamos vivendo o amanhã, esquecendo de viver o presente que nos fortalece para o dia seguinte...

Então você pode perguntar, se eu faço meus caminhos para que vou a um terreiro para ser ajudado?  Eu pergunto: Por que uma pessoa precisa ir à escola, para aprender, não é verdade? Nossos amados Guias são nossos professores, psicólogos, pais, irmãos, amigos, profundo conhecedores das Leis de Deus e vem nos ensinar a andar, ensinar qual melhor caminho a trilhar... Como diz Emmanuel: "O pastor conduz seu rebanho, mas quem tem que caminhar são as ovelhas". Eu adoro essa frase, ela representa bem o que devemos fazer e a quem seguir. Jesus sempre ao curar dizia: "Vai que tua fé te curou", a doutrina espírita nos explica as enfermidades e curas e qual atuação para se chegar a uma cura, depende de pensamentos e vontades da pessoa que os espíritos benevolentes trabalham nos fluídos já impregnados, das qualidades dos pensamentos e sentimentos que os fazem vibrar, essa atuação se dá no perispírito da pessoa, pois quase todas perturbações vibratórias do perispírito se originam as doenças orgânicas e psíquicas dessa ou de outras vivências... mas não vamos entrar nesse assunto, pois para isso, precisaríamos algumas aulas, a intenção é entendermos como temos as rédeas de nossos passos e atos.

Sabendo de tudo isso tenho mais certeza de que minha felicidade depende de mim e de minha fé, mas sei que preciso de ajuda, e essa ajuda eu busco na minha religião que me faz crescer dentro dos caminhos de Deus, os sofrimentos irmãos, são para nossa evolução, bendito aquele que aprende com suas dificuldades, eu aprendi a encarar cada obstáculo como degrau de luz, pois cada um deles me fortalecem, me dando base para suportar a próxima tempestade...

Jesus nos ensina a construirmos nossa casa em cima de uma rocha para quando vier as tempestades, enchentes, ventos... ela esteja sobre bases firmes. Para construirmos essa casa requer muito esforço e dedicação. A rocha representa Jesus e todo seu Evangelho e a casa somos nós, se construirmos nossa vivência em seus ensinamentos alcançaremos a felicidade, como diz Pai Reginaldo: "O evangelho é o único Manual que nos leva a Deus" e novamente como disse nosso Mestre: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai a não ser por mim".

Esses dias recebi um texto que tinha uma frase assim: "Para ser Umbandista, devemos saber lidar com a ingratidão". Refletindo em cima dessa frase simples e curta, porém, sábia e profunda, observamos nos Templos Umbandistas pessoas que frequentam e realmente com algum tempo, fazem mudanças significativas, mas basta um NÃO do Guia ou do Pai da casa para essas pessoas (sem generalizar) dizer que o centro é fraco ou o Guia é fraco, isso me faz pensar na ingratidão ou como é simples esquecer as coisas que lhe aconteceram; agora saindo da ingratidão e indo para a construção, qual base essa pessoa constuiu sua casa? Base de areia, pois basta a primeira dificuldade para a sua casa desabar e pior, quer culpar os que lhe deram a mão. Para ser Umbandista temos que ter nossa casa bem construída, pois vamos nos deparar com essa situação por muitas vezes e com outras piores, mas também vamos ver muitas pessoas crescerem e evoluírem.

A Umbanda é amor, caridade, seriedade, evolução, servir..., cada casa tem sua ritualística, mas dignas de respeito e como diz meu Pai Valdo, estruturado nas palavras sábias do fundador da Umbanda, Caboclo das Sete Encruzilhadas: "A Umbanda cabe a cada pessoa em seu estágio evolutivo desde que tenha como base, não matar, não cobrar, evangelizar, vestir branco e utilizar as coisas e forças da natureza".

Pensem nisso! Em vez de se lamentarem, de ter auto-piedade, de criticarem, ou ter ingratidão, olhem para cima, com certeza terá uma mão estendida lhe chamando para sua evolução, para seu crescimento, para sua reforma interior, para sua auto análise como filho de Deus, e esta mão, eu sei que é Deus atuando através de nossos queridos Guias Espirituais à nos conduzir nos caminhos de Nosso Pai Misericordioso.

Lembrem-se: "quem caminha são as ovelhas!"


Texto enviado por Mãe Kátia (Mãe Pequena do Cruzeiro da Luz Cabana do Caboclo Rompe Mato).
 

 

09 maio, 2012

Sobremesa Divina

Quem foi que disse que a vida é só flores?
Quem foi que falou que seria só felicidade?
Quem deixou em você essa impressão de luzes eternas?
Quem foi que afirmou que amar é só alegria e paz?
Onde foi que você viu uma estrada sem subidas ou descidas?
O mar é feito só de calmaria?
As rosas não tem mais espinhos?
Será que os leões viraram bichos de estimação?


Não acredite em facilidades, mas não se deixe levar
só pelas dificuldades, elas também
são passageiras, são provas que duram o tempo exato
do seu amadurecimento.


O tempo do orgulho ceder, da ilusão se render,
do seu coração se quebrantar, de você aprender
o que é amar, de valorizar o seu melhor, 
de trabalhar seus defeitos, descobrir a beleza da vida,
que é um grande renascer, um recomeçar diário.
Um livro em branco para escrever,
partitura vazia para uma obra-prima.


Um velho piano para tocar uma nova canção, canção da vida,
canção de amor, canção de reencontro.


É tempo de viver você, tempo de colocar mais amor em tudo, como quem tempera a ceia especial, onde o sabor é sentir a vitória.
Degustar a vida é isso!


Viver cada dia como se fosse um prato especial, 
saboroso e único, com temperos que nós mesmos colhemos,
frutos da nossa insistência na felicidade, que é a sobremesa
divina que reparto agora com você.
Vem ser feliz!


Texto de Paulo Roberto Gaefke

08 maio, 2012

Pai, começa o começo!

Quando eu era criança e pegava uma tangerina para descascar, corria para meu pai e pedia: "Pai, começa o começo!". O que eu queria era que ele fizesse o primeiro rasgo na casca, o mais difícil e resistente para as minhas pequenas mãos. Depois, sorridente, ele sempre acabava descascando toda a fruta para mim. Mas, outras vezes, eu mesmo tirava o restante da casca a partir daquele primeiro rasgo providencial que ele havia feito.

Meu pai faleceu há muito tempo (e há anos, muitos, aliás), não sou mais criança. Mesmo assim, sinto grande desejo de tê-lo ainda ao meu lado para, pelo menos, "começar o começo" de tantas cascas duras que encontro pelo caminho.

Hoje, minhas "tangerinas" são outras. Preciso "descascar" as dificuldades do trabalho, os obstáculos dos relacionamentos com amigos, os problemas no núcleo familiar, o esforço diário que é a construção do casamento, os retoques e pinceladas de sabedoria na imensa arte de viabilizar filhos realizados e felizes, ou então, o enfrentamento sempre tão difícil de doenças, perdas, traumas, separações, mortes, dificuldades financeiras e, até mesmo, as dúvidas e conflitos que nos afligem diante de decisões e desafios. Em certas ocasiões, minhas tangerinas transformam-se em enormes abacaxis...

Lembro-me, então, que a segurança de ser atendido pelo papai quando lhe pedia para "começar o começo" era o que me dava a certeza que conseguiria chegar até ao último pedacinho de casca e saborear a fruta.

O carinho e a atenção que eu recebia do meu pai me levaram a pedir ajuda a Deus, meu Pai do Céu, que nunca morre e sempre está ao meu lado. Meu pai terreno me ensinou que Deus, o Pai do Céu, é eterno e que Seu amor é a garantia das nossas vitórias.

Quando a vida parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma tangerina para as mãos frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a Deus: "Pai, começa o começo!" Ele não só "começará o começo", mas resolverá toda a situação para você.

Não sei que tipo de dificuldade eu e você estamos enfrentando ou encontraremos pela frente neste ano. Sei apenas que vou me garantir no Amor Eterno de Deus para pedir, sempre que for preciso: "Pai, começa o começo!"



Texto de Adriana Abreu (adriana_fabreu@hotmail.com)
 

04 maio, 2012

O Sexto Sentido Sensorial

Todo aquele que nasce num corpo sadio, traz consigo cinco sentidos sensoriais que chamamos de básicos: audição, visão, tato, olfato e paladar. É natural ao ser humano e muitas vezes não se dá tanta atenção sobre a complexidade que estes sensores apresentam, talvez porque estes são comuns a todos e são estimulados e vivenciados desde que nascemos.

A CRIANÇA
Aos pais mais atentos, é possível perceber o processo de maturação destes sensores no indivíduo. A criança nasce com a visão muito turva que vai "clareando" ou "amadurecendo" num prazo de até seis meses, após este período é que a criança realmente enxerga o mundo a sua volta. O tato é mais sensível pela boca, por isso é que a criança até seus dois anos terá o hábito de levar tudo à boca, pois é a partir da sensibilidade oral que a criança percebe, diferencia e processa texturas, formatos, consistências, bem como o paladar.

O ADULTO
Bem, para nós já adultos, andar e correr é algo "automático", não precisamos de esforços e cálculos, entretanto observe uma criança no início da aprendizagem, há medo, calcula-se bem um ou dois passos, é preciso ter algumas certezas de segurança, algo a se apegar para não cair, dar três ou quatro passos, por algum período é um desafio incrível e a sensação de satisfação e superação ao atingir o objetivo que normalmente é sair do braço da mãe e andar quatro passos aos braços do pai é impagável.

O ASSUNTO
Toda esta introdução é para que possamos refletir sobre a mediunidade como mais um sentido sensorial que todos nascem, reservando suas particularidades e especificidades, a mediunidade está para todos e é um sensor como os acima citados, porém este "sexto sentido" vem à luz do indivíduo mais tardiamente, comumente na adolescência, sem regras, pode acontecer já na maturidade bem como em tenra infância.
Já superamos o período histórico em que a mediunidade fora tratada como histeria, loucura ou possessão demoníaca. Quando a mediunidade se apresenta num meio familiar em que o ambiente é de espiritualistas, tudo será mais fácil, entretanto cabe algumas considerações em todas as circunstâncias.
Vemos a mediunidade ser tratada ao longo dos tempos como um "dom supremo", coisa de gente "super dotada espiritualmente", fantástico, seres superiores e coisa do tipo, há também aqueles que tratam a mediunidade como um castigo, uma penitência, um karma, uma dívida...

A FANTASIA
Respeito a credulidade alheia, mas desculpe... Mediunidade não é nenhuma das opções acima, tampouco se trata de coisa de mutantes, X-men, super herói, nada disso. Todavia, justamente por estas proposições acerca da mediunidade é que quando ela desabrocha num ambiente sem estudo e condução coerente acaba por dar vazão à uma fértil criatividade ilusória perigosa para a vida social e espiritual do indivíduo. É assim que vemos "incorporações" do cavalo de Ogum relinchando no meio do terreiro, vemos o corcunda de notre dame na linha de exus, caboclo cego, preto velho paralítico e tantas outras aberrações comportamentais...

MEDIUNIDADE ENFIM...
Retomando a idéia da mediunidade como um sentido sensorial como os demais básicos, a mediunidade deve ser observada com seriedade e bom senso.
Desenvolver a mediunidade é um processo natural, importante e necessário à todos. Entenda o sentido de desenvolver a mediunidade como um processo de conhecimento, aceitação, exercício e maturação do sentido.

ILUSTRANDO O CONCEITO
Sempre costumo comparar o seguinte: eu tenho minha audição em perfeito funcionamento, também tenho um paladar funcionando etc. Mas meu ouvido não é como a de um músico estudioso, treinado e disciplinado. Quando ouço uma música, simplesmente ouço o conjunto dos instrumentos que embalam minha audição, entretanto um músico percebe as notas musicais, os vários instrumentos e até pode indicar o que está ou não afinado ou no compasso ideal. Eu não sei tocar instrumento algum e portanto jamais, nesta condição, poderei escutar uma música e reproduzí-la em qualquer instrumento. Posso mudar isso, estudando música e instrumento, me dedicando, exercitando e praticando muito, daqui alguns anos poderei estar apto a isso, mas já que me coloquei como exemplo, neste caso me falta também talento. O que quero dizer é que audição todos temos, porém alguns exercitam mais este sentido, apuram a capacidade de ouvir e lidar com os sons.

NEM MELHOR, NEM PIOR...
Por isso não existe mediunidade melhor ou pior, superior ou inferior. Existem sim a mediunidade no indivíduo, este pode ou não amadurecê-la, pode ou não entendê-la e pode ou não praticá-la conscientemente. Tirar a mediunidade do foco da sobrenaturalidade, penso que é o principal caminho para iniciar um relacionamento maduro a este sentido que precisa de cuidados importantes. Faz parte do nosso organismo.

EXERCITE
Se os músculos não forem exercitados, poderão atrofiar e gerar graves doenças e limitações ao corpo. Com a mediunidade também, se não for exercitada no mínimo se mantém estacionada.
Há quem diga "Faz trinta anos que sou médium", no entanto fazem vinte anos que não pratico!?! Trinta anos de mediunidade mal praticada, não valem cinco anos de uma mediunidade ativa, praticada com estudo e bom senso.
O tempo determina muita coisa na mediunidade, como o músculo, você não define um músculo indo à academia uma vez por mês por meia hora. Se não houver disciplina, rotina e cuidados, esqueça braços, peitorais e abdômem definidos. De modo que a vivência disciplinada e exercício rotineiro da mediunidade, permite que a cada dia de prática mediúnica este sentido se fortalece, amadurece, amplia e alinha. É com o tempo também que o médium vai criando estabilidade vibratória, confiança e autonomia mediúnica.

AFINAL DE CONTAS...
A mediunidade é algo mais natural do que pensamos, são muitos os tipos de mediunidade, você não terá a mediunidade que quer, mas a que te pertence, então procure conhecê-la e faça dela o melhor uso possível.

PENSE NISSO:
Mediunidade não é angelical e nem maligna, o uso que você fará dela é que determinará sua utilidade!

Grande abraço!


 Texto de Rodrigo Queiroz

03 maio, 2012

Vibração de Ogum

Grande movimentação se forma na porta do terreiro, pessoas de várias localidades e ansiosas para a abertura da porta a fim de adentrar ao terreiro. Dentro do terreiro, no plano físico, o sacerdote corre com as firmezas, ativações magísticas e evocações vibratórias e espirituais antes de autorizar a abertura da porta.

No lado espiritual, a movimentação é ainda mais intensa. Muitos elementais transitam pelo terreiro, preparando o solo e o ambiente, pois tudo o que é planta, flor, água e natural torna-se portal de trânsito destes seres luminosos e pequeninos. O chão já imantado pelo fluído de ervas emite uma coloração esverdeada e parece movimentar numa espécie de pulsação, tudo está vivo, vibrante e irradiante.

Os guardiões do templo aproximam-se de cada pessoa que está do lado de fora e já vai rastreando os motivos e situação espiritual, emocional e material de cada um. Na assistência, três pombagiras preparam o ambiente e se posicionam de maneira a receber as pessoas.

Na tronqueira o sacerdote ativa o portal de sustentação do templo e de Exu. Do assentamento principal uma luz avermelhada toma conta do ambiente, e do seu núcleo irradia uma intensa energia prateada que ultrapassa os limites do ambiente e se multiplica em vários "tentáculos" ligando-se a cada consulente presente.

A porta se abre, os médiuns recepcionistas alegres e simpáticos orientam e acolhem a todos. Não fazem idéia da importância de sua atuação, eles são os primeiros filhos do terreiro, com eles já são descarregadas vibrações mentais nocivas que a maioria traz consigo e, pela disposição que manifestam, irradiam do chakra cardíaco um magnetismo que é absorvido por todos que entram e, imediatamente, sentem-se aconchegados e num ambiente amigável.

O terreiro está agitado, é o retorno do recesso entre o fim e início de ano. No entanto, isso não impede que muito trabalho intenso ocorra nesta noite.

Toca a sineta, um portal esférico se forma em cima do triângulo de velas na mesa do Congá e, conforme a curimba entoa os toques de defumação, faíscas luminosas saem desta esfera e envolvem os chakras dos trabalhadores da casa, que no passo seguinte são descarregados e imantados pela energia vegetal. Hoje está presente no terreiro um mensageiro de Ogum, é ele, para surpresa dos filhos espirituais, quem irá conduzir a Gira.

O sacerdote ministra a palestra de praxe, reza, abre a gira.

Chama Ogum. O toque entoa e, no meio do círculo formado pelos médiuns, um clarão se faz e dele saem os intermediários do Divino Orixá Ogum, o de amparo do sacerdote o magnetiza e emite luz por todo o ambiente, sua vibração altera as energias do local e das pessoas, dança, brada e retira-se.

Toca-se para o Ogum de Trabalho: "Ogum partiu pra guerra... Ogum tocou clarim..."

Ogum Sete Ondas incorpora em seu médium, de suas mãos farpas luminosas são lançadas em direção ao Congá, saúda o altar, saúda as pessoas, chama a falange de Ogum e Caboclos.

Com os trabalhos iniciados, vou me ater a um fato específico, um atendimento em particular. Sr. Ogum Sete Ondas risca um ponto mágico no chão e após acender as velas posiciona outros dois médiuns mediunizados e outro não nas pontas da mandala. Ela tinha uma forma que apresentava quatro pontas, e cada indivíduo, incluindo ele, ali se posicionou. Sr. Ogum Sete Ondas solicita que uma consulente entre.

Ao pisar no solo sagrado, a energia do ponto riscado se altera e, de intensa luminosidade, varia para cor prateada opaca.

Ela entra no ponto e então, em cada extremidade sua, um portal se abre. Do lado esquerdo, um vazio escuro por onde Sr. Ogum literalmente traz o obssessor de companhia da consulente e o "joga" no médium ali em pé. Na extremidade à sua frente um portal esverdeado começa  a dragar os cascões e miasmas energéticos que estavam encobrindo o perispírito da incauta e do lado direito um portal violeta emite luz em todo o seu corpo, um emissário de Obaluaê abraça a consulente e desliga dela um forte cordão magnético ligado ao espírito do seu falecido pai. Ela está a cinco meses de luto diário pela morte do pai, desta forma quase indo a óbito!

Do lado material nada de extraordinário acontecia. Os médiuns que dão suporte ao Sr. Ogum sentem tudo isso acontecer, mas não têm clareza do que é de fato. Ele conversa algumas coisas com a consulente que, já mais tranquilizada, vai embora sem ter a menor consciência do que aconteceu ali, apenas sentiu um alívio no peito e  brotava nela uma esperança de dias melhores.

Saravá Pai Ogum, Salve Sr. Ogum Sete Ondas!



Texto de Rodrigo Queiroz