28 fevereiro, 2013

A Defumação: seus efeitos astrais e físicos

"Defuma com as ervas da Jurema, 
defuma com arruda e guiné, 
com alecrim, benjoim e alfazema
Vamos defumar filhos de fé..."

Deus, perfeito em sua criação, dotou o Homem de vários sentidos, para que seu espírito tivesse assim portas de comunicação com o mundo físico, ajudando-o a viver, integrar-se e evoluir nesta escola chamada Terra. Dentre estes sentidos está o olfato, que ao captar os aromas, nos despertam lembranças e associações, aflorando nossas emoções e fazendo-nos rir, ou chorar de saudades.

Quem já não voltou ao passado, sentindo fragrâncias que fizessem lembrar a infância distante? Ou, para nós umbandistas, que ao sentirmos o aroma provindo do charuto ou cachimbo, não lembramos imediatamente de nossos queridos Pretos Velhos e Caboclos?

Assim, através dos aromas podemos ficar relaxados, agitados, próximos ou afastados de pessoas, coisas ou lugares. Por este motivo, os templos do Egito antigo, dos Hindus, Persas, e hoje os templos umbandistas, católicos, esotéricos etc, sensibilizam o olfato através dos odores da defumação, harmonizando e aumentando o teor das vibrações psíquicas, produzindo condições de recepção e inspiração nos planos físico e espiritual.

Além de influenciar em nossas vibrações psíquicas, as ervas utilizadas na defumação são poderosos agentes de limpeza vibratória, que tornam o ambiente mais agradável e leve. Ao queimarmos as ervas, liberamos em alguns minutos de defumação todo o poder energético aglutinado em meses ou anos no solo da Terra, absorção de nutrientes dos raios de sol, da lua, do ar, além dos próprios elementos constitutivos das ervas.

Deste modo, projeta-se uma força capaz de desagregar miasmas astrais que dominam a maioria dos ambientes humanos, produto da baixa qualidade de pensamentos e desejos, como raiva, vingança, inveja, orgulho, mágoa, sensualidade etc.

Existem, para cada objetivo que se tem ao fazer-se uma defumação, diferentes tipos de ervas, que associadas, permitem energizar e harmonizar pessoas e ambientes, pois ao queimá-las, produzem reações agradáveis ou desagradáveis no mundo invisível. Há vegetais cujas auras são agressivas, repulsivas, picantes ou corrosivas, que põem em fuga alguns desencarnados de vibração inferior. Os antigos Magos, graças ao seu conhecimento e experiência incomuns, sabiam combinar certas ervas de emanações tão poderosas, que traçavam barreiras intransponíveis aos espíritos intrusos ou que tencionavam turbar-lhes o trabalho de magia.

Apesar das ervas servirem de barreiras fluídico-magnéticas para os espíritos inferiores, seu poder é temporário, pois os irmãos do plano astral de baixa vibração são atraídos novamente por nossos pensamentos e atos turvos, que nos deixam na mesma faixa vibratória inferior (Lei de Afinidades). Portanto, vigilância quanto ao nível dos pensamentos e atos.

Convém lembrar que ao manipular o defumador, deve-se estar concentrado, a fim de se potencializar seus efeitos, impedindo assim que este ato litúrgico-magístico de limpeza psico-espiritual se transforme apenas em ato mecânico de agitação do turíbulo.

Salve a defumação!

Saravá!


Texto extraído do site www.jornalumbandahoje.com.br

27 fevereiro, 2013

Como posso me tornar mais espiritual?

As pessoas confundem espiritualidade com religiosidade, outras vezes misturam espiritualidade com espiritismo (doutrina baseada na crença da sobrevivência da alma e da existência de comunicação, por meio da mediunidade, entre vivos e mortos, entre os espíritos encarnados e desencarnados) e por aí vai.

Por esse motivo, escrevo um pouco mais detalhadamente sobre o assunto. Antes de mais nada, espiritualidade e religiosidade são coisas diferentes.

Uma pessoa pode ser espiritual sem ser necessariamente religiosa. Não precisa frequentar uma igreja, templo ou sinagoga, não precisa seguir um conjunto de regras para se comunicar com Deus. Basta que acredite na existência de algo maior, que paire além do mundo da matéria. As religiões deveriam, por regra, estar embasadas em uma espiritualidade profunda, no entanto nem sempre isso acontece. É possível que uma pessoa siga uma religião sem que de fato exista uma gota de espiritualidade em sua vida.

Seguir rituais apenas porque estão escritos em um livro qualquer, repetir orações decoradas sem que exista um sopro de alma em suas palavras ou pensamentos, será isso algo que possa ser chamado de espiritual? Se você acredita ou segue uma religião, eu lhe diria: - Não deixe de ser espiritual! Se a sua religião lhe diz que você deve rezar, reze; mas não deixe de falar também com o Deus que mora dentro de você. Se a sua religião lhe diz para jejuar, jejue; mas preste também atenção ao que sai da sua boca. Se a sua religião o estimula a ler um livro com ensinamentos, leia; mas que palavra alguma o impeça de olhar no fundo dos olhos das pessoas que convivem com você, porque é lá, por trás das pupilas, que mora a alma, à espera de ser revelada.

Nunca deixe de buscar, em cada ser vivo, a sabedoria viva, pois essa energia grande e luminosa, chamada por muitos de Deus, mora dentro de cada pessoa, de cada animal, de cara árvore, rio, pedra ou nuvem. Deus, ou como queira chamar essa energia, está em tudo e saber disso é ser espiritual. Não existe uma espiritualidade única, embora a espiritualidade, quando efetiva, sempre leve a um mesmo lugar, um lugar de mais harmonia, mais amor, mais respeito pelo próximo e pela vida, mais entendimento. Se algo causa desarmonia, desamor, separação; não importa o rótulo que carregue; está carente de espiritualidade. Se as religiões fossem sempre espiritualizadas de fato, nunca existiriam guerras religiosas.

Não há nada menos espiritualizado do que agredir, ofender ou matar "em nome de Deus". A distorção humana te se utilizado da religião para cometer barbáries e a nossa falta de consciência tem permitido que isso se estenda e perpetue. Espiritualidade é um estado no qual temos a consciência de que tudo ao nosso redor, e dentro de nós, está interligado.

Quando deixamos para trás a separatividade e nos sentimos conectados a tudo o que nos cerca, nos tornamos espirituais, mesmo que não sigamos nenhuma religião específica.

Como posso me tornar mais espiritual?

A espiritualidade acontece no agora. Sem passado, sem futuro. Ser espiritual é estar presente em cada momento da vida, vivendo com toda a plenitude aquele momento, seja ele qual for. Assim, se você deseja se tornar mais espiritual, não é necessário que siga regras ou rituais complicados, que acabam colocando a espiritualidade longe de você. Está tudo aqui, agora mesmo, ao seu lado, na sutil presença deste momento.

Olhe para si mesmo, para o que está ao seu redor, para o planeta, para a natureza, para os seres vivos. E faça o seu melhor. É simples. Você já está deitado no berço da espiritualidade e é lá que permanecerá, sempre, quer tenha consciência disso ou não. Encontre seu próprio caminho. Ouça sua intuição. Cada pessoa tem a sua forma espiritual de ser. Cada pessoa se conecta com o divino que tem dentro de si de uma maneira. A maior parte do que eu aprendi sobre o que é a espiritualidade vem das sensações que eu tinha quando, ainda criança, me deitava sobre um colchonete e observava o céu cheio de estrelas.

Espiritualidade é o que nos sustenta quando tudo o mais parece nos abandonar. Sabe aqueles momentos em que nos sentimos derrubados, pequenos, sem saída; quando tudo ao nosso redor parece ter se voltado assustadoramente contra nós e ainda assim algo lá dentro de nós acredita que vai ficar tudo bem? Isso é espiritualidade. Espiritualidade é acordar e se sentir vivo, é respeitar as pessoas, é agir de maneira saudável e inclusiva. A espiritualidade se manifesta em pequenas coisas. Num ato de gentileza, na abertura para ajudar outro ser vivo, na forma como tratamos cada ser que cruza o nosso caminho. Quando, no trânsito, damos passagem a uma pessoa, sabendo que ela pode estar tão ou mais apressada do que nós; isso é espiritualidade. Quando olhamos nos olhos de uma pessoa que nos atende do outro lado do balcão, e tentamos tornar aquele pequeno encontro mais significativo, nos lembrando que aquela pessoa, como nós, tem suas tristezas, desafios e alegrias; isso é espiritualidade. De que adianta passar o dia rezando na igreja, se depois tratamos mal as pessoas com as quais convivemos? De que adianta decorar e repetir palavras sagradas nos templos, se em nosso dia a dia dizemos palavras ofensivas? De que adianta cumprir dietas restritivas sugeridas por nossa religião, se para isso desrespeitamos quem preparou nosso alimento?

Perceber o outro. Honrar o outro. Olhar nos olhos das pessoas. Aprender a amar (não nascemos sabendo). Isso é espiritualidade!!!


Texto de Patrícia Gebrim

26 fevereiro, 2013

Pensar no próximo

A sobrecarregada enfermeira viu o jovem entrar no quarto e, inclinando-se, disse alto ao idoso paciente: "- Seu filho está aqui!"

Com grande esforço, ele abriu os olhos e, a seguir, fechou-os outra vez. O jovem apertou a envelhecida mão e sentou-se ao lado da cama. Por toda a noite, ficou sentado ali, segurando a mão e sussurrando palavras de conforto ao velho homem.

À luz da manhã, o paciente tinha morrido. Em instantes, a equipe de funcionários do hospital encheu o quarto para desligar as máquinas e remover as agulhas. A enfermeira aproximou-se do jovem e começou a oferecer-lhe condolências, mas ele a interrompeu.

- Quem era esse homem? - perguntou.

Assustada, a enfermeira respondeu:

- Eu achei que era seu pai!

- Não. Não era meu pai. - respondeu o jovem. - Eu nunca o vi antes em minha vida.

- Então, por que você não falou nada quando lhe anunciei para ele?

- Eu percebi que ele precisava do filho e o filho não estava aqui. - o jovem explicou. - E como ele estava por demais doente para reconhecer que eu não era seu filho, eu vi que ele precisava de mim.


Texto de autoria desconhecida.

25 fevereiro, 2013

Caminhos Retos

Tempo sem desperdício.
Trabalho sem desânimo.
Estudo sem cansaço.
Oração sem inércia.
Alimentação sem abuso.
Tranquilidade sem preguiça.
Alegria sem desordem.
Distração sem vício.
Fé sem fanatismo.
Disciplina sem violência.
Firmeza sem arrogância.
Amor sem egoísmo.
Ajuda sem pagar.
Realização sem jactância.
Perdão sem exigência.
Dificilmente libertar-nos-emos da ilusão que nos confunde a vida, se fugimos de palmilhar esses caminhos retos, rumo à Imortalidade Triunfante.


André Luiz
por Waldo Vieira

24 fevereiro, 2013

A Técnica do Grito

Conta-se que nas Ilhas Salomão, no Pacífico Sul, os nativos descobriram um jeito inteiramente diferente de derrubar árvores. Se algum tronco é grosso demais para ser abatido com os seus machados, eles o derrubam no grito.

Isso mesmo, no grito. Lenhadores sobem na árvore toda manhã bem cedinho e se põem a gritar.

Repetem o ritual durante trinta dias. A árvore morre e cai por terra. Segundo eles, o método nunca falha e a explicação, também segundo os nativos, é que, gritando, eles matam o espírito da árvore.

Os civilizados logo pensam que se eles dispusessem de tecnologia moderna, poderiam simplesmente derrubar a árvore com máquinas poderosas, rapidamente e de forma mais eficiente.

Entretanto, a técnica desses nativos nos leva a pensar em como nós ainda utilizamos o grito em nossas vidas.

Gritamos no trânsito, quando um motorista desatento executa alguma manobra infeliz, dificultando a nossa livre circulação.

Gritamos no jogo de futebol, com o juiz, o bandeirinha, o jogador, e até mesmo com a bola que parece desviar do gol só para nos provocar.

Falamos alto com o segurança do banco porque a porta giratória nos impede a entrada. Xingamos o caixa do supermercado porque é muito lento, porque não empacota a mercadoria, porque nos fornece o troco errado.

Brigamos com os aparelhos eletrodomésticos porque não funcionam direito.

Em casa, muitas vezes, ao chamarmos a atenção para o que está errado, esquecemos de controlar o volume da voz e falamos alto demais com nossos filhos, com a esposa, com nossos irmãos.

Quase sempre gritamos com as crianças quando estão fazendo alguma traquinagem. Contudo, o grito, além de não educar, assusta.

Podemos imaginar os distúrbios provocados no organismo frágil dos pequenos, com um grande susto?

Com os colegas de trabalho, é comum exagerarmos no tom da voz apenas para dizer que determinada tarefa deve ser refeita.

Em locais públicos, como restaurantes, lanchonetes, quando em grupos, nos esquecemos do respeito que devemos às pessoas, e nos permitimos gargalhar, falar alto demais. E nem nos damos conta do quanto a nossa algazarra perturba os ouvidos alheios.

Tudo isso nos faz reflexionar. Se os nativos das Ilhas Salomão descobriram que as árvores são sensíveis aos gritos, que dizer dos seres humanos!

Pensemos: com gritos e gargalhadas, perturbamos ambientes e pessoas. Com palavras grosseiras, ditadas pela nossa impaciência, podemos partir corações que nos amam ou criar inseguranças em filhos pequenos, que passam a nos temer, em vez de respeitar.

No trato pessoal, a fala desempenha papel importante.

A magia da voz é daquelas que não deve ser esquecida por todos os que se acham envolvidos nas lides humanas, escutando os diversos corações.

Por isso, utilizemos a palavra para construir, edificar, com o objetivo de fazer a vida brilhar.

Falemos com valor, falemos com amor, para que sejamos felizes e façamos os demais também felizes.

Não nos esqueçamos de que a gentileza e o respeito no trato pessoal também significam caridade.



Redação do Momento Espírita, com base em artigo de Robert Fulghum, da Revista Presença Espírita, nº 222, ed. Leal; pensamentos do cap. 28 do livro Sinal verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Cec e pensamentos do cap. 22, do livro Vozes do Infinito, por Espíritos diversos, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter. Em 03/10/2012.

23 fevereiro, 2013

Aula de Direito

Uma manhã, quando nosso novo professor de "Introdução ao Direito" entrou na sala, a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:

- Como te chamas?

- Chamo-me Juan, senhor.

- Saia da minha aula e não quero que voltes nunca mais! - gritou o desagradável professor.

Juan estava desconcertado. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala. Todo estávamos assustados e indignados porém ninguém falou nada...

- Agora sim! - e perguntou o professor - para que servem leis?...

Seguíamos assustados porém pouco a pouco começamos a responder à sua pergunta:

- Para que haja uma ordem em nossa sociedade.

- Não! - respondia o professor.

- Para cumprí-las.

- Não!

- Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.

- Não !!

- Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?!

- Para que haja justiça - faltou timidamente uma garota.

- Até que enfim! É isso... para que haja justiça. E agora, para que serve a justiça?

Todos começávamos a ficar incomodados pela atitude tão grosseira.

Porém, seguíamos respondendo:

- Para salvaguardar os direitos humanos...

- Bem, que mais? - perguntava o professor.

- Para diferenciar o certo do errado... Para premiar a quem faz o bem...

- Ok, não está mal porém... respondam a esta pergunta: agi corretamente ao expulsar Juan da sala de aula?

Todos ficamos calados, ninguém respondia.

- Quero uma resposta decidida e unânime!

- Não!! - respondemos todos a uma só voz.

- Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?

- Sim!!!

- E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade necessária para praticá-las?

- Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais!

- Vá buscar o Juan - disse, olhando-me fixamente. Naquele dia recebi a lição mais prática no meu curso de Direito.

Quando não defendemos nossos direitos perdemos a dignidade e a dignidade não se negocia.


(Recebido sem citação de autoria)

22 fevereiro, 2013

Cada Um

Cada um dá o que pensa.
Cada um cede o que tem.
Cada um encontra o que procura.
Cada um recolhe o que semeia.
Cada um aprende o que estuda.
Cada um dispõe do que entesoura.
Cada um permanece onde se coloca.
Cada um realiza o que imagina.
Cada um mentaliza o que sente.
Cada um faz o que deseja.
Cada um recebe conforme pede.
Cada um se mostra finalmente por fora como age por dentro.
Cada espírito é um mundo por si.
Cada coração é continente diverso da vida infinita.
Cada propósito é uma força.
Cada anseio é uma oração.
Cada atitude é uma causa.
Cada resolução é um movimento.
Cada existência é um livro original.
Cada gesto é uma semente que produz sempre, segundo a natureza que lhe é própria.
Guardemos, assim, a nossa bússola imantada em Jesus, na grande viagem da evolução, de vez que, de acordo com a Sabedoria Divina, "cada qual receberá do Universo, do mundo e das criaturas, de conformidade com as próprias obras".


Do livro Cartas do Coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito André Luiz.

20 fevereiro, 2013

Senzala Consciencial

Temos muito a aprender com nossos irmãos afro brasileiros que foram retirados da África e vieram ao Brasil na degradante condição de escravos.

Hoje, pode-se ouvir os tambores do além ecoarem um grito de liberdade e vitória.

Mas quanto a nós, será que possuímos também nossas amarras e vivemos acorrentados em uma grande turbulência que pode ser chamada de senzala?!

Pois bem, convido-vos a refletir sobre o assunto.

A sabedoria de um negro velho mirongueiro nos ensina que para nos desprendermos daquilo que nos acorrenta, devemos lutar para não nos tornarmos escravos de nossos próprios desejos.

O desejo; eis o seu senhor, seu feitor.

Aquele que lhe desfere os golpes de chibata e deixa marcas que jamais serão removidas.

O gosto pelo perigoso, pelo proibido e sensual, nos projeta a uma ilusão de satisfação que não demora a nos jogar nas grades da realidade. No entanto, bradamos por liberdade, queremos conquistas e vitórias.

Conquistas; seja no aspecto espiritual, sentimental ou profissional, só se concretizam para aqueles que são livres. Libertos de seus cativos sentimentos de culpa.

O autoperdão é uma das chaves que temos para abrir o cadeado da ignorância e nos fazer respirar ares de liberdade consciencial.

Mas para tanto, precisamos fazer um autoexame, a fim de identificar o objeto de nossos desejos. Há quem diga que só desejamos aquilo que não temos. Assim sendo, será que vale a pena qualquer esforço para ter algo que poderá nos satisfazer por tão pouco tempo?!

Todos anseiam por uma vida digna, isto é, equilíbrio material, paz de espírito, um grande amor e muita felicidade. Entretanto, estamos sempre batalhando por conseguir algo que possa completar uma felicidade que demora a chegar e não tarda a ir-se embora.

A vida exige de nós atitudes corajosas. Mas no mundo em que vivemos os conceitos acabam se invertendo e entendemos que coragem é partir rumo ao perigoso e desconhecido mundo das paixões. É se entregar aos sentimentos objeto de nosso desejo.

A vida é tão simples e nós, seres humanos, somos tão complicados. Complicamos tanto e fazemos com que nossos caminhos se fechem em uma senzala espiritual. Nosso ser nos faz reféns de nós mesmos. E quanto mais nos debatemos, mais parece que se apertam as correntes.

Não é fácil ser simples. Não é fácil superar os desejos e controlar a si mesmo rumo a uma vida dedicada ao espírito e suas verdades. A carne nos faz cairmos nas ilusões de que ser feliz é saciar todos os desejos que um mundo mortal pode nos dar. O resultado disso é uma prisão criada por nós mesmos. Uma verdadeira senzala. Usemos o exemplo dos negros velhos afro-brasileiros, que superaram as dores do cativeiro. E hoje, tocam os tambores no além, bradando um grito de liberdade, exemplo a ser seguido por nós.

Que todos nós possamos nos libertar.



Texto de Ronaldo Figueira

19 fevereiro, 2013

Fundamentos de Umbanda

Quais são afinal os fundamentos da Umbanda? O fundamento de uma religião é sua base, seu alicerce, a razão fundamental de sua doutrina e ritual.

Na Umbanda ouvimos falar muito nesta palavra "fundamento", em contextos como: "tal coisa tem ou não fundamento", "isto é fundamento da religião". A palavra é usada e manipulada a revelia e, neste contexto, se perde o significado de fundamento e confunde-se o fundamento do todo (coletivo) com fundamentos das partes (individuais).

Para definir quais são os fundamentos da religião de Umbanda é preciso antes definir o que é Umbanda e, neste ponto, já encontramos uma dificuldade enorme para a maioria das pessoas que crêem na definição detalhada de doutrina e ritual. No entanto, devemos definir quais são as linhas mestras da Umbanda, o simples e básico, para depois, então, identificar seus FUNDAMENTOS BÁSICOS. Sabemos que a Umbanda possui unidade e diversidade. Na unidade está o básico que faz identificar, ou não, Umbanda; e na diversidade está a liberdade ritual e doutrinária de cada grupo, "Umbandas".

Na unidade está o todo e na diversidade estão as partes. O todo é algo comum a todas as partes. Logo, fundamentos básicos são aqueles que estão presentes em todas as suas partes, no todo.

Quando falamos de Umbanda (singular e uma), estamos falando do todo; quando falamos em Umbandas (múltipla e plural), estamos falando das partes. As partes também têm fundamentos.

Em relação ao todo, estes fundamentos são parciais, fundamentos desta ou daquela parte, desta ou aquela Umbanda. Aí surgem fundamentos da Umbanda Branca, Tradicional, Esotérica, Popular, Mista, Trançada, Africanista, Omolocô, Iniciática e etc. Fundamento da parte não é fundamento do todo, logo fundamento de Umbanda é algo que deve ou pode ser aplicado ao Todo, em todas as partes e liturgias da religião.

Só não podemos falar em "Verdadeira Umbanda", ou "Umbanda Pura". Afirmar que algo seja "o verdadeiro" é uma forma de desclassificar o resto e rotular de falso. Também não podemos falar em pureza dentro de uma religião que nasce com sincretismos. Aliás, não existe pureza em nenhuma religião, todas nascem de cultos e ritos que lhes antecederam.

O básico do básico da Umbanda é reconhecer que se trata de uma religião brasileira fundada no dia 15 de Novembro de 1908 por Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Podemos identificar nas palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas os fundamentos mais básicos de Umbanda:

"Umbanda é a manifestação do espírito para a prática da caridade!"

"Aprender com quem sabe mais e ensinar a quem sabe menos, a ninguém virar as costas!"

Parece pouco, mas já é muito. Atendimento caritativo é a base doutrinária da religião, sem nenhuma forma de preconceito com relação às entidades que se manifestam.

Quem lançou a pedra fundamental da religião foi um espírito que teve muitas encarnações e, entre elas, foi o Frei Gabriel de Malagrida, que fez a opção de se apresentar como "Caboclo". Seguido a esta manifestação se apresentou o Preto Velho Pai Antônio e ambos chamaram falanges de Caboclos e Pretos Velhos para trabalhar na Umbanda. Logo, "Caboclo" e "Preto Velho" são formas de se apresentar escolhidas pelos espíritos que militam na Umbanda. Mais um de seus fundamentos básicos: as entidades se organizam no astral em linhas e falanges identificadas pela forma de apresentação, a qual guarda relação com os Santos, Orixás e forças da natureza.

Quanto ao ritual é bem simples e musicado, na maioria das vezes segue uma sequência que pode variar um pouco, mas que em geral fica nesta ordem: oração, saudação á esquerda, bater cabeça, abrir cortina (quando tiver), defumação, hino da umbanda, abrir a gira, saudação às sete linhas, saudação aos Orixás e Guias chefes da casa, chamada de Orixás ou Guias que darão sustentação ao trabalho e chamada da linha de entidades que dará o atendimento (passe e consulta); ao final dos atendimentos a subida das entidades, podendo, ou não, ter descarrego dos médiuns com esta ou outra linha que venha para tal atividade.

Na próxima edição vou comentar sobre a relação entre fundamentos de Umbanda e questões polêmicas, como sacrifício animal, cobrança de atendimentos, procedimentos afros e outros.

Umbanda não tem verdades inquestionáveis (dogmas) e nem assuntos proibidos ou interditados (tabus).

No entanto, para falar de fundamentos, é essencial ter conhecimento de causa, conhecer profundamente o assunto e, no caso da Umbanda, conhecer sua história, doutrina, teologia, liturgia, ritualística, etc. Caso contrário, como diria meu amigo, irmão e mestre, Rubens Saraceni: "tudo permanece no campo de uma ciência chamada 'achologia', um campo de incertezas e divagações".


Texto de Alexandre Cumino

18 fevereiro, 2013

Homicídio Premeditado

Um menino de quatorze anos matara um garoto inocente só para fazer bonito entre os membros de sua gangue. No julgamento, a mãe da vítima ficou em silêncio até o fim, quando o jovem foi condenado. Depois do veredito, ela levantou, olhou diretamente para ele e disse: "Vou matá-lo".

Então, o jovem foi levado para cumprir a pena de três anos em uma prisão juvenil. Depois de seis meses, a mãe do garoto assassinado foi fazer uma visita ao assassino.

Como antes ele vivia nas ruas, ela foi a única visita que ele teve. Conversaram um pouco e, antes de ir embora, ela lhe deu dinheiro para comprar cigarros. Depois disso, ela começou a visitá-lo cada vez com mais regularidade, levando-lhe comida e alguns presentes.

Quando a pena estava chegando ao fim, ela lhe perguntou o que ele pretendia fazer quando saísse. Ele não tinha idéia e ela se ofereceu para lhe arrumar um emprego na empresa de um amigo. Então perguntou onde ele pretendia morar e, como ele não tinha família, ela lhe ofereceu um quarto em sua casa.

Ele morou nesse quarto durante oito meses, comeu a comida que ela fazia e trabalhou no emprego. Então, numa noite, ela o chamou à sala para conversar. Ele se sentou à sua frente e, depois de alguns momentos, ela começou a falar:

- Lembra-se de que no tribunal eu disse que ia matá-lo?

- É claro que lembro, ele respondeu. - Nunca vou me esquecer daquele momento.

- E foi o que eu fiz, continuou ela. - Eu não queria que o garoto que matou meu filho continuasse vivo nesta terra. Queria que ele morresse. Foi por isso que comecei a visitá-lo e a lhe levar coisas. Foi por isso que eu consegui o emprego e o trouxe para morar aqui em casa. Foi assim que eu comecei a modificá-lo. E aquele outro menino se foi. Então, agora que meu filho se foi e aquele assassino se foi, quero lhe perguntar se você quer ficar aqui. Tenho espaço e gostaria de adotá-lo, se você quiser.

E assim ela se tornou a mãe do assassino do filho, a mãe que ele nunca tinha tido.


Texto com Autoria Desconhecida

17 fevereiro, 2013

A Evolução e o Ego

Nós que trabalhamos nosso lado espiritual, e que somos ferramentas do Divino Criador, pois através de nós Falanges, Linhas de Trabalho, Guias e Mentores ajudam pessoas e nos ajudam, devemos ajudar a quem precisa dando de graça o que de graça recebemos, e desta forma, nós, ferramentas, buscamos a nossa evolução.

A evolução é um princípio divino que acontece independentemente de nossas vontades. É uma lei estabelecida, que dá movimento a tudo no universo. Se tudo evolui, nada permanece estático e isso permite a nós seres humanos (que vivemos uma experiência na carne), mudar situações da vida e suas condições de vivência das coisas divinas. O fato é que grande parte não faz as suas escolhas de modo coerente, pois possuem valores que não estão de acordo com as leis do Divino Criador. Elevar-se ou cair depende de cada um.

Mas vemos alguns irmãos se distanciarem daquilo que é o princípio de nossa religião: a prática da caridade, o fazer o bem sem olhar a quem, e o principal: sem soberba, sem prepotência e sem vaidade.

Em muitas ocasiões vemos Guias que desenvolvem um trabalho espiritual que, de alguma forma, conforta ou mesmo ajuda um irmão em algum aspecto, trazendo de volta o sorriso e alimentando sua fé. Mas infelizmente, o médium se acha no direito de se vangloriar acerca da ajuda dada, aumentando assim cada vez mais seu ego, almejando uma posição divina, achando que o irmão ajudado deve reverenciá-lo.

Em nossa religião temos "milagres", conquistas e ajudas todos os dias, e a beleza é que quando temos uma conquista, não a colocamos em um púlpito e nos vangloriamos, pelo contrário, vamos para o próximo. Se isso é dito por nossos Mentores, por que alguns irmãos insistem em "usar" dos auxílios de nossos Guias e Mentores para se autopromover?

Esquecemos que os Guias não precisam de nós, ao contrário, nós precisamos deles pois somos seres humanos em busca de evolução, da eliminação de vícios e da compreensão do livre arbítrio. Vamos pregar a tolerância, praticar a caridade sem distinção de raças e, crenças ou opiniões. Vamos lutar contra a hipocrisia, o fanatismo, e a soberba.

Vamos ter em nós, a atitude de nossos Guias e Mentores: Exus, Caboclos, Pretos Velhos, Erês, Baianos, todas as linhas de trabalho, vamos aproveitar a oportunidade de trabalhar nosso interior buscando evoluir ajudando ao próximo e lembrando sempre: "Fora da caridade não há salvação!"


Texto de Jonathan Medrado Barros (jonathan_mb@hotmail.com)

16 fevereiro, 2013

O Valor dos Pais...

O TRABALHO CANSA AS MÃOS E AS ENRUGAM.

Um jovem de nível acadêmico excelente, candidatou-se à posição de gerente de uma grande empresa.

Passou a primeira entrevista e o diretor fez a última entrevista e tomou a última decisão.

O diretor descobriu através do currículo que as suas realizações acadêmicas eram excelentes em todo o percurso, desde o secundário até à pesquisa da pós-graduação e não havia um ano em que não tivesse pontuado com nota máxima.

O diretor perguntou, "Tiveste alguma bolsa na escola?", o jovem respondeu, "Nenhuma".

O diretor perguntou, "Foi o teu pai que pagou as tuas mensalidades?", o jovem respondeu, "O meu pai faleceu quando tinha apenas um ano, foi a minha mãe quem pagou as minhas mensalidades".

O diretor perguntou, "Onde trabalha a tua mãe?" e o jovem respondeu, "A minha mãe lava roupa".

O diretor pediu que o jovem lhe mostrasse as suas mãos. O jovem mostrou um par de mãos macias e perfeitas.

O diretor perguntou, "Alguma vez ajudaste a tua mãe a lavar as roupas?", o jovem respondeu, "Nunca, a minha mãe sempre quis que eu estudasse e lesse mais livros. Além disso, a minha mãe lava a roupa mais depressa do que eu".

O diretor disse, "Eu tenho um pedido. Hoje, quando voltares, vais e limpas as mãos da tua mãe, e depois vens ver-me amanhã de manhã".

O jovem sentiu que a hipótese de obter o emprego era alta. Quando chegou a casa, pediu feliz à mãe que o deixasse limpar as suas mãos. A mãe achou estranho, estava feliz mas com um misto de sentimentos e mostrou as suas mãos ao filho.

O jovem limpou lentamente as mãos da mãe. Uma lágrima escorreu-lhe enquanto o fazia. Era a primeira vez que reparava que as mãos da mãe estavam muito enrugadas, e havia demasiadas contusões nas suas mãos. Algumas eram tão dolorosas que a mãe se queixava quando limpava com água.

Esta era a primeira vez que o jovem percebia que este par de mãos que lavavam roupa todo o dia tinham-lhe pago as mensalidades. As contusões nas mãos da mãe eram o preço a pagar pela sua graduação, excelência acadêmica e o seu futuro.

Após acabar de limpar as mãos da mãe, o jovem silenciosamente lavou as restantes roupas pela sua mãe.

Nessa noite, mãe e filho falaram por um longo tempo.

Na manhã seguinte, o jovem foi ao gabinete do diretor.

O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do jovem e perguntou, "Diz-me, o que fizeste e aprendeste ontem em tua casa?"

O jovem respondeu, "Eu limpei as mãos da minha mãe, e ainda acabei de lavar as roupas que sobraram".

O diretor pediu, "Por favor diz-me o que sentiste!"

O jovem disse: "Primeiro, agora sei o que é dar valor. Sem a minha mãe, não haveria um eu com sucesso hoje. Segundo, ao trabalhar e ajudar a minha mãe, só agora percebi a dificuldade e dureza que é ter algo pronto. Em terceiro, agora aprecio a importância e valor de uma relação familiar".

O diretor disse, "Isto é o que eu procuro para um gerente. Eu quero recrutar alguém que saiba apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa que conheça o sofrimento dos outros para terem as coisas feitas, e uma pessoa que não coloque o dinheiro como o seu único objetivo na vida. Estás contratado".

Mais tarde, este jovem trabalhou arduamente e recebeu o respeito dos seus subordinados. Todos os empregados trabalhavam diligentemente e como equipe. O desempenho da empresa melhorou tremendamente.

Uma criança que foi protegida e teve habitualmente tudo o que quis, vai desenvolver-se mentalmente e vai sempre colocar-se em primeiro. Vai ignorar os esforços dos seus pais, e quando começar a trabalhar, vai assumir que toda a gente o deve ouvir e quando se tornar gerente, nunca vai saber o sofrimento dos seus empregados e vai sempre culpar os outros. Para este tipo de pessoas, que podem ser boas academicamente, podem ser bem sucedidas por um bocado, mas eventualmente não vão sentir a sensação de objetivo atingido. Vão resmungar, estar cheios de ódio e lutar por mais. Se somos esse tipo de pais, estamos realmente a mostrar amor ou estamos a destruir o nosso filho?

Pode deixar o seu filho viver numa grande casa, comer boas refeições, aprender piano e ver televisão numa grande plasma. Mas quando cortar a grama, por favor deixe-o experienciar isso. Depois da refeição, deixe-o lavar o seu prato juntamente com os seus irmãos e irmãs. Deixe-o guardar seus brinquedos e arrumar sua própria cama. Isto não é porque não tem dinheiro para contratar uma empregada, mas porque o quer amar como deve de ser. Quer que ele entenda que não interessa o quão ricos os seus pais são, um dia ele vai envelhecer, tal como a mãe daquele jovem. A coisa mais importante que os seus filhos devem entender é a apreciar o esforço e experiência da dificuldade e aprendizagem da habilidade de trabalhar com os outros para fazer as coisas.

Quais são as pessoas que ficaram com mãos enrugadas por mim?

O valor de nossos pais...

Um dos mais bonitos textos sobre educação familiar que já li... leitura obrigatória para nós pais e, principalmente, para os filhos.

"O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios atos ou pensamentos!"


Texto enviado ao blog sem autoria conhecida.

15 fevereiro, 2013

Magia para o AMOR

Pode parecer sandice, mas as afirmações: "Magia para o amor", "fazemos amarração", "trago seu amor", "juntar e separar casais", continuam movimentando um grande número de pessoas em torno de magias negativas, também chamadas de "magias negras", como todas as magias relacionadas ao ego. Vemos em jornais, revistas e nos postes da cidade anúncios, absurdos, deste tipo que, pela quantidade, nos revelam a enorme procura e oferta deste mercado podre e sujo voltado a satisfazer as vontades mais baixas do ego e do apego de paixões desequilibradas. Claro que AMOR não é algo que se possa comprar ou barganhar e logo surgem os espertalhões e aproveitadores de pessoas que muitas vezes estão querendo mesmo se enganar. Não teríamos nada a ver com isso se estivesse bem claro para a sociedade que TAIS OFERTAS NADA TÊM A VER COM A RELIGIÃO DE UMBANDA. Mas os tais espertinhos anunciam trabalhar com entidades de umbanda; afirmam trabalhar com exus, pomba-giras, ciganas e outras entidades; afirmam que são "pai de santo" ou "mãe de santo", o que é um absurdo, afinal são títulos dados a um sacerdote ou sacerdotisa.

Em qualquer religião, e não apenas na Umbanda, aprendemos a nos desapegar e acreditar na vida, aprendemos a nos tornar pessoas melhores e não usar de força ou magia para dobrar os outros às nossas vontades. Aprendemos valores relacionados à fé e ao amor. Aprendemos que amar alguém é acima de tudo amar a liberdade do ser, amar é querer bem a quem se ama, AMOR é em tudo muito diferente de posse ou das paixões humanas. Todas as religiões ensinam e pregam o AMOR. Especificamente na Umbanda, aprendemos que a MAGIA existe sim e tem muito poder, no entanto só pode ser empenhada para fazer o Bem. Um sacerdote ou uma sacerdotisa é uma pessoa responsável por uma comunidade, que tem o respeito e admiração de seu grupo e só pode ser reconhecido na sociedade civil no momento em que seu templo está registrado em cartório com estatuto, no qual o grupo reconhece perante a sociedade um dirigente, ou ministro religioso, na qualidade de sacerdote. Logo, não existe nenhuma condição de se confundir alguém que anuncia trabalhos de magia para o amor com um sacerdote, e muito menos confundir estas práticas com a religião de Umbanda.


Texto de Alexandre Cumino

14 fevereiro, 2013

Reforma Íntima na Umbanda

Por que na Umbanda não tem um trabalho de preparo íntimo para os médiuns, por que os dirigentes simplesmente desenvolvem os médiuns e não preparam seus íntimos?

Penso que os dirigentes deveriam desenvolver um trabalho de desenvolvimento interior dos médiuns, com as raras exceções, a maioria dos terreiros não há uma preocupação em desenvolver um trabalho específico para a melhoria do íntimo dos médiuns. Mas ao refletir sobre o assunto percebi que este trabalho é realizado de forma silenciosa pelos guias espirituais.

A reforma íntima do médium acontece na incorporação e nos contatos com os guias. A possibilidade de trabalhar várias linhas diferentes, permite ao médium a possibilidade de incorporar à personalidade o princípio do arquétipo que rege a  linha.

Assim ao incorporar um preto velho ou preta velha, o médium vai desenvolvendo em si a paciência, a bondade, o carinho, a empatia, o amor, a compreensão ao outro. Se estas características já eram uma tônica no seu ser, então aprimora ainda mais estas qualidades, trazendo a tona uma energia amorosa, que flui naturalmente em si, permitindo que as qualidades do guia possam fluir naturalmente. Quando estas qualidades não estão desenvolvidas o guia vai aos poucos incutindo no médium estas qualidades até que possa fluir naturalmente. A consciência destas possibilidades de aprimoramento, pode facilitar a entrega do médium ao seu preto velho ou preta velha, mais o seu chacra cardíaco vai se abrindo permitindo uma intensa luminosidade no seu ser.

Ao incorporar um caboclo ou cabocla, o médium aprende a ordem, a disciplina, o ritual, a eficiência do trabalho, a priorizar o que é importante, a trabalhar com ervas, com os vegetais, com as pedras, a quebrar demandas, sempre sem falar muito, somente o necessário, sem querer aparecer, trazendo uma força grande em si, aprende a conhecer o seu próprio poder, a força que possui. O arquétipo dos caboclos e das caboclas é o do poder da luz, no auxílio ao humano, aos espíritos em evolução, e saber que tem força interna, suficiente para suportar as provações que certamente o médium passará, assim cada caboclo vai aos poucos moldando a energia do seu médium, tornando o disciplinado, atento a ritualística, ao companheirismo aos seus irmãos que sofrem, e suportando em si muitas vezes dores dos outros. Aprende a resignação quando recebe os ataques em decorrência do seu trabalho mediúnico, aprende que ao suportar as aflições sem reclamar dos guias, está fortalecendo seu íntimo, criando uma estrutura psíquica forte em si com capacidade, de relacionar com os adventos da vida de forma harmoniosa.

Os baianos trazem a descontração, o aprendizado de como trabalhar as adversidades, a alegria, a flexibilidade, a magia, a brincadeira sadia. Assim médiuns que são introspectivos, quando incorporados em seu baiano ou baiana, soltam-se liberando sua alegria interna, a descontração. Outros, já são descontraídos por natureza, e desenvolvem outras qualidades junto com seu baiano, como a flexibilidade diante das situações, como amparar o irmão com alegria, trazer a alegria para o próximo. Transmutando a tristeza do outro transmitindo alegria e esperança.

Os ciganos também aprimoram seus médiuns, trazendo a suavidade, a beleza, o encantamento, o envolvimento, a intuição, a paixão pela vida, pelo belo, pela música, a cura.

Os marinheiros permitem aos médiuns, desenvolverem o equilíbrio emocional, entrar em contato com as emoções mais íntimas desbloqueando e liberando os excessos, os vícios. Desenvolvendo no médium a capacidade de sentir as dores dos outros e com isso aprimorando as relações com o seu irmão.

Os boiadeiros trazem para o médium a força necessária para caminhar no mundo, para lidar com as adversidades da vida, fortalecendo-o diante do mundo, mostrando que a luta sincera, o bom combate, leva à luz.

A linha do grande oriente, onde incorporam guias orientais, hindus, mulçumanos, chineses, entre outros, estimula no médium o caminho da evolução espiritual através dos estudos, da meditação, do conhecimento das leis divinas, do amor, da verdade, da ciência, da arte, do belo. Estimula no médium o caminho da ascensão espiritual, fazendo-o eliminar da sua vida tudo o que é pernicioso.

Exu e Pomba-Gira, trazem a tona a sombra do médium, aquilo que necessita ser trabalhado e está escondido no seu ser. A ganância, a soberba, a ira, o ciúme, os medos indizíveis, o orgulho, o perfeccionismo entre outras coisas. Exu tem a capacidade de espelhar o que está no íntimo do médium, mostrando o que está no seu interior. É só perceber como seu Exu ou Pomba-Gira e terá uma pista do que traz no seu íntimo. O trabalho com a própria sombra é facilitado com a incorporação dos Exus e Pomba-Giras. Assim quando o médium diz: meu Exu é galanteador, é importante o médium ver o quanto traz de Don Juan. Quando a Pomba-Gira é indisciplinada, o quanto o médium tem de rebeldia não trabalhada. Exus orgulhosos, médiuns necessitando trabalhar a soberba, Pomba-Giras vaidosas em excesso, médiuns necessitando trabalhar a vaidade.

Muitas vezes também Exu e Pomba-gira espelham qualidades íntimas dos médiuns, tais como: Exus eruditos, médiuns que buscam o conhecimento, Pomba-gira trabalhadora, médium esforçada, Exus guerreiros, médiuns batalhadores e assim por diante as qualidades e defeitos dos médiuns são espelhados por Exu e Pomba-gira. Aprendem com eles o médium que tiver coragem de se olhar sem medo, e perguntar o que seu guia de esquerda traz que desagrada, sem medo, pois Exu está aí pra isso mesmo, mostrar o que não queremos esconder, trazer a tona aquilo que precisa ser trabalhado.



Enviado por Centro Espiritualista de Umbanda Esperança.

07 fevereiro, 2013

Os filhos seguem nosso exemplo

Seguidamente recebo mães que estão desesperadas e precisam ajudar seus filhos. Normalmente as queixas são a distração na escola, a desorganização em casa e com as tarefas diárias, excesso de televisão e computador, desinteresse por tudo e irritação ao extremo. Na escola tudo isso normalmente é diagnosticado (mesmo sem avaliação de um profissional) como hiperatividade.

Em primeira instância, quando uma mãe me procura, agendamos a consulta para o filho. Mas depois, indico o atendimento para a mãe e depois, se possível o pai. Porque quase cem por cento das vezes, os seus filhos estão seguindo um exemplo que vêem em casa.

Sei que isso pode ser chocante, porém é a realidade de quase todos os casos. Exceções são pouquíssimas.

Um exemplo que tive foi de uma mãe que buscava ajuda para entender porque o menino era tão desleixado, desorganizado e não queria saber de estudar. Sobre sua vida, ela explanou que era separada, morava com os pais e um irmão que era usuário de drogas; a mãe não trabalhava e ficava com o neto; o pai era aposentado e o irmão aprontava todas. Disse que saia às 09h da manhã e voltava umas 20h mais ou menos. Ou seja, ficava o dia todo fora e só tinha o domingo de folga. Por isso, reconhecia que tinha pouco tempo para o filho, porém precisava do emprego. Dizia também que sua vida amorosa não dava certo; sua vida financeira era bagunçada, tinha muitas dívidas. O fato de morar com os pais a incomodava, só que não podia pagar aluguel... Enfim, a vida ou a maneira como ela via sua própria vida denotava o quanto ela estava bagunçada internamente, algo que consequentemente estava transmitindo para o filho.

Às vezes, os pais se esquecem que são exemplo para os filhos. Aquele ditado que dizem: "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço", é uma grande mentira. É claro que as crianças vão se espelhar e realizar aquilo que fazemos. Conselhos não adiantam e nem resolvem. A resolução está naquilo que nós demonstramos ser o melhor a fazer. Aos poucos, nós começamos organizando as suas coisas em casa e o seu interior. Ela precisava mudar o pensamento acerca de si. Principalmente com relação às suas capacidades. Depois tentamos ajustar sua vida financeira, fazendo uma planilha com o valor que recebia e com as despesas, para poder se organizar e sair da casa dos pais...Enfim, fizemos muitas mudanças que resultaram num avanço incrível para mãe e filho.

Outro caso foi de uma mãe com o filho que era usuário de drogas. Conversando sobre sua vida, a mãe já tinha tido dois relacionamentos que eram uma "droga". Ela era submissa, vivia a vida em função do marido, fazendo tudo que ele queria e não tinha liberdade para nada. Era infeliz com isso, mas não tinha coragem para se separar. Perguntei a ela: "se você se droga no relacionamento, porque seu filho precisa parar com a maconha?" Teoricamente, você não está dando o exemplo que ele precisa para "se separar das drogas". Claro que era preciso resgatar várias questões, mas essa era a principal. Percebemos nitidamente que a influência da mãe era muito grande para ele, ainda mais por terem uma ligação muito forte.

No entanto, as exceções que encontramos são aqueles casos que os pais são o exemplo positivo e o filho é totalmente diferente. Só que precisamos ter o cuidado de não nos iludirmos, achando que não fizemos algo que o prejudique. Isso porque, na maioria das vezes, nós não somos o exemplo daquilo que queremos que os nossos filhos sejam. Tendo uma visão reencarnacionista, podemos até pensar que existe personalidade congênita e que ela pode ser diferente da dos pais (tendências e memórias trazidas de outras vidas), mas então por que esta alma encarnou ali? Porque é ali que irá identificar suas deficiências.

Outra coisa que precisamos considerar e que é uma das coisas mais difíceis para os pais, embora isso tenha que ser feito de uma forma ou outra, é deixar para trás o papel de pai ou mãe. Isso não significa que todas as expressões e instintos paternais ou maternais devem cessar. Significa simplesmente que chega um tempo em que os pais precisam reconhecer que o filho é um adulto e conceber a ele o respeito e a liberdade que todo adulto merece. Em poucas palavras, chega uma hora que não é mais apropriado desempenhar o papel de pai ou de mãe, o tempo todo.

É necessário saber também que a tendência de querer superproteger os filhos, às vezes não se torna prejudicial para ambas as partes. Enquanto você faz o máximo para ser o melhor pai ou mãe possível, deveríamos lembrar que esses a quem chamamos de filhos, são na verdade, filhos de Deus. São almas encarnadas que precisam crescer como filhos de Deus. Sendo assim, os filhos que se sentem mais livres poderão seguir o chamado da própria alma e testar suas próprias asas. Todavia, nós temos sim o compromisso de encaminhá-los, dar o exemplo e também deixá-los livres para escolher o que é melhor para si.


Por Cátia Bazzan - Autora do livro "Ame Quem Você é - Saiba que a melhor escolha é a sua!"

06 fevereiro, 2013

Você é um canal de Deus?

Quando o ser humano desperta para a missão da sua alma e os seus papéis em uma existência, também exercita um dos seus principais sentidos: a percepção. Perceber as coisas, os acontecimentos, as pessoas e o mundo em si, é uma questão relativa.

O materialista percebe o mundo com o foco na materialidade, uma mulher que acabou de dar a luz, percebe de um jeito, um político em ano de eleição, percebe de outro, já um jovem de dezoito anos percebe de uma forma completamente diferente.

O que faz com que percebamos o mundo de um jeito ou de outro é a forma como vivemos, o modo do pensamento e o foco que temos sobre as coisas ao nosso redor. Mesmo assim sabemos que as verdades dos homens são relativas, mas que as verdades de Deus são universais. Isso quer dizer que Deus se manifesta através da natureza e de suas leis. Sendo assim, não existem formas diferentes na manifestação do Divino, apenas existem formas diferentes de como percebemos essa manifestação em seus níveis, condições e maneiras. Resumidamente: é o nosso nível de consciência que determina como percebemos a realidade.

O caminho do buscador de evolução, ou simplesmente, daquele que procura a reforma íntima ou simplesmente a sua melhoria contínua, deve ser o de eliminar todas as formas de ilusão dos sentidos que o impede de enxergar e sentir a manifestação de Deus exatamente como ela é. Ou seja, não podemos perceber condições relativas a níveis de ilusão, pois temos que perceber o mundo de forma pura e natural.

Assim deveria ser a nossa conexão com Deus, algo direto, limpo, sem ilusões, fascinações ou distorções. Mas não fazemos assim pelo fato de que somos dominados por emoções e crenças mundanas, as quais objetivamente dizendo, são as pedras (fundamentais e necessárias) no caminho da evolução humana.

O caminho é simples, é a jornada do aprendiz, nascer, viver, morrer e nascer quantas vezes mais forem necessárias até que o espírito, que é a parte eterna e essencial evolua à condição de atingir a iluminação, a qual neste contexto quer dizer, a vitória ou domínio das emoções inferiores tais como: raiva, medo, ansiedade, mágoa, tristeza, entre outros.

Vivemos uma experiência material, em um mundo material, vestindo um corpo físico, mas não somos o corpo físico, somos o corpo espiritual. Quando o corpo físico morre, o corpo espiritual volta para a sua morada original que é a dimensão extrafísica da existência. Essa dimensão também chamada de plano espiritual.

O plano espiritual interage com o plano físico e o plano físico interage com o espiritual o tempo todo, entretanto, para notar essa interação constante, o ser humano precisa se sensibilizar, silenciar a mente e expandir as faculdades psíquicas, pois são elas as responsáveis por esse intercâmbio.

A dimensão física da Terra nos serve como uma escola. Somos conduzidos até este ambiente físico com o propósito de evoluirmos, de resgatarmos situações mal resolvidas, de expandirmos nossos aprendizados pessoais, de aprendermos a dominar o ego inferior. Porém, quando nos densificamos usando um corpo físico - o que também é chamado de reencarnação - acabamos perdendo muito a consciência  de nossa existência espiritual. É nesse momento que nossos desafios começam.

Vivendo na Terra, estamos sendo submetidos aos desafios que podem nos densificar ainda mais ou também podemos encontrar a iluminação e a plenitude. Na Terra, quando vestimos um corpo físico no tempo de uma existência, precisamos aproveitar a oportunidade para fazer valer a pena o período de aprendizado, e acima de tudo, jamais aumentar as contas que temos.

Só é possível triunfar sobre o desafio se o aluno da escola Terra souber mesmo de onde ele veio. Só conseguirá evoluir com os aprendizados aquele que tiver constantemente consciente de sua condição de espírito.

Nessa jornada para aprendizado na escola Terra, quando os estudantes ingressam no período de estudos de uma encarnação, os espíritos das dimensões extrafísicas estão profundamente interessados no andamento dos aprendizados desses alunos. Os seres da luz querem o seu sucesso, porque sabem que este fato pode melhorar  o mundo, mas os seres das sombras querem o seu fracasso, pois querem piorar o mundo.

No plano físico, o assédio é liberado. De acordo com as leis divinas para a Terra, o livre-arbítrio deve ser respeitado, portanto, o assédio que um aluno morador da Terra recebe é escolha própria. Os assédios são de luz e de sombras, mas o caminho a ser seguido será sempre escolhido pelo aluno encarnado.

Esta é a conhecida disputa entre o bem e o mal. Muito falada desde as histórias antigas até os dias de hoje. Ela existe e pelas leis Divinas é também justa, porque como já dito, a escolha é de cada um e o lado sombra da existência precisa agir para representar os aprendizados de cada um.

Cada aluno faz a sua história, constrói o seu aprendizado e decide o seu futuro. Cada aluno decide a sua sintonia e o assédio que receberá. E ele receberá! Mesmo que não saiba ou não perceba, ele receberá...

Da mesma forma que os espíritos da dimensão extrafísica podem interagir com os alunos da escola Terra no plano físico, os alunos encarnados também pode comunicar-se com os espíritos, desde que para isso eles estimulem seus mecanismos sutis de percepção. Ao final do estudo, no período que representa uma encarnação, o aluno perde o seu corpo físico que lhe serviu de veículo e ele retorna (em espírito) ao plano espiritual para concluir qual foi seu desempenho.

Alguns mergulharam tanto na matéria, que demoram muito tempo para perceber que retornaram a sua morada espiritual, com isso sofrem, adormecem, apegam-se ao passado, apegam-se a emoções ilusórias e atrasam seus projetos evolutivos.

Outros, conscientes de seus erros e esquecimentos, no contato com a dimensão espiritual a qual é a sua morada original, recuperam suas consciências e organizam-se para planejar uma nova jornada na escola Terra. Sabedores das suas condições de "repetentes", pedem a oportunidade e o amparo para voltarem o quanto antes, a fim de encontrar sua redenção.

Já um grupo um pouco menor em proporção, volta aos lares espirituais conscientes da jornada e agradecidos pelo bom desempenho que tiveram no período da encarnação. Conhecedores da lei da evolução constante organizam-se rapidamente para o novo retorno com propósitos de continuar lapidando e aprofundando os aprendizados.

Este é o caminho básico de morte e nascimento, ou melhor, de morte e renascimento. Isto também contextualiza a explicação necessária para justificar o desapego, pois a morte é o retorno a nossa morada original, bem como o nascimento é ingresso na nova jornada de aprendizado, em tese, jamais deveríamos temer ou sofrer. Essa informação também serve para fazermos a seguinte reflexão: por que erramos tanto? Por que caímos em tantos erros? Por que falhamos tanto nos mesmos desafios?

A resposta é simples: esquecemos de que somos e de onde viemos! Somos o espírito, apenas estamos corpo...

O que fazer para vencer essa tendência aos esquecimentos?

Simplesmente viver com o foco de quem somos e de onde viemos em essência. Na prática, isso se traduz em viver uma experiência material com a consciência de que estamos interagindo com outros planos, e que esses por sua vez, tem condições plenas de tutelar a nossa jornada de evolução. Em outras palavras, quanto mais estivermos conscientes e perceptivos aos planos sutis, maiores serão as nossas chances de termos uma vitória encarnatória*.

Para cumprirmos bem esse papel, precisamos aprender a desenvolver a sensibilidade ao extrafísico. Na comunidade espiritualista essa faculdade é conhecida como mediunidade.

A mediunidade é como uma planta, cresce com o cuidado adequado, por isso para aumentar as faculdades da percepção é preciso treino contínuo. A notícia boa é que o ser humano tem naturalmente desenvolvida uma dose de mediunidade, ficando por conta da dedicação maior ou menor de cada um, o seu aprimoramento. Quando a mediunidade se manifesta com mais evidência e clareza, a pessoa aprende que é dos planos extrafísicos que surgem as melhores lições, idéias, saídas, amparos, em outras palavras, percebe que não podemos viver desligados de quem realmente somos.

Mas a mediunidade deve ser construída juntamente com uma relação de amizade. Devemos dar força e foco para que as relações sejam construídas com base em sentimentos sinceros, verdadeiros, pautados no amor e no altruísmo consciente*.

Quanto tempo dura uma relação pautada no egoísmo e na cobrança? Pouco?

Como é uma relação onde as pessoas ficam pedindo, pedindo sem querer dar nada em troca?

Conflitante, desequilibrada.

Como seria a amizade entre duas pessoas que não se falam, não se telefonam e nunca interagem?

Impossível, não é mesmo?

A força que vem do plano espiritual deve ser construída. Construída por uma parceria entre você e um grupo de seres que vê nessa relação uma troca mútua de energias. Esse talvez seja um dos fatos mais relevantes que poucos espiritualistas compreendem. Formamos grupos!

Grupos de espíritos unidos por afinidades. É a lei da atração ou lei da afinidade agindo!

E a pergunta essencial é: Afinidade de quê?

Então você acha mesmo que se você usa a sua mediunidade apenas para aspectos egoístas, então seu grupo será somente de seres de luz? E se você só quer usar a sua mediunidade quando está com vontade, você então considera que o seu grupo será completamente abnegado e pronto para lhe ajudar a qualquer hora?

Formamos o nosso grupo com base em pessoas e espíritos desencarnados com os mesmos propósitos e afinidades. Por isso é correto dizer que muitos de nós temos parcerias compostas por espíritos egoístas, egocêntricos, vaidosos, irritados e que poucas vezes dedicam tempo para ajudar ao próximo.

Também formamos ao longo da vida parcerias com espíritos preguiçosos, acomodados e sem nenhuma ambição de evolução ou movimento.

Alguns formam parcerias com espíritos que adoram "bater cartão", ou seja, se uma ajuda precisar ser feita após as 20h, então não dá! Somos nós os canais, os espíritos encarnados... Somos nós que decidimos que tipos de canais ser! Egoístas ou altruístas, conscientes ou ignorantes, somos canais dos planos extrafísicos! E a verdade que deve abalar a forma como nos disponibilizamos ou não como canais é: Para vencer em uma jornada terrena de uma encarnação, teremos que aprender a ser bons canais.

A FUNÇÃO DOS CANAIS

A alta espiritualidade, que na prática quer dizer a dimensão extrafísica envolvida por maior esclarecimento, a qual é considerada a morada dos Grandes Seres Iluminados, envia-nos proventos constantemente para que possamos evoluir e aprender desenvolver o amor. Ocorre que essa ajuda vem de forma sutil, sem fazer atalhos. Quando uma força vem de um nível acima da existência, para se manifestar no nível inferior, ela precisa de intermediários, que neste caso chamamos de canais.

Podemos afirmar com o mais elevado nível de certeza que a Alta Espiritualidade procura a todo momento, bons canais para que possam ser transmitidas novas doses de cura, paz, alegria, entendimento, amor e fé para a humanidade.

Assim são inspirados os políticos, os líderes de todas as áreas, as celebridades, os religiosos, os inventores e os grandes empresários. Mas também da mesma forma e com a mesma intensidade são estimulados os cidadãos comuns, como eu e você, porque o amor é para todos. Assim como o sol que brilha sem distinção, sem julgamento ou preconceito, e ilumina a todos, a força de luz e amor da Alta Espiritualidade age sobre todos os seres humanos. A diferença entre aqueles que absorvem essa força e a retransmitem para a humanidade está na percepção, no foco e no poder do altruísmo, porque somos todos canais!

Da mesma forma que pessoas boas, com interesses elevados servem aos planos superiores para objetivos construtivos e amorosos, as pessoas alienadas, rebeldes, revoltadas, viciadas, reclamonas, vingativas, vaidosas, excessivamente críticas e ranzinzas também servem como canais de espíritos interessados na decadência humana, pois como já falado, a sintonia é a escolha de cada um, mas o assédio é inevitável. Só podemos decidir se o assédio é para o bem de um ou para o bem de todos, ou se é para o mal de um ou de muitos.

DEFINIÇÃO DE CANAL

Canal no contexto da visão espiritualista é o ser disposto ou pró-ativo, a transmitir vibrações conscientes de um nível vibracional da existência para outro. Todo indivíduo pensante é um canal. O cérebro físico é um elemento receptor, emissor e transmissor de impulsos vibratórios. A aura humana da mesma forma capta vibrações sutis muito densas e as propaga para um nível mais denso da existência, portanto, todos essencialmente temos o dom de sermos canais.

TIPOS DE CANAIS

Canais Conscientes: Indivíduos que compreendem o mecanismo e assim agem confiantes nos impulsos ou estímulos que recebem.

Canais Semi-Conscientes: Indivíduos que pouco compreendem o mecanismo e assim agem hora acreditando nas percepções que tem, hora as ignorando. Muitas vezes percebem que agem por força de estímulos sutis, já em outros momentos não sentem e nem consideram nada.

Canais Inconscientes ou Ignorantes: São indivíduos que não compreendem e não consideram o mecanismo, mas que podem agir graças a influência de impulsos ou estímulos extrafísicos. Mesmo que a pessoa não considere essa hipótese, ainda sim, o seu mecanismo essencial sofre a influência de forças mais sutis, as quais podem afetar suas atitudes.

TIPOS DE AÇÕES

Interessados no Bem Maior: Canais conscientes da necessidade da tarefa de ajudar grupos maiores de pessoas ou situações que envolvam grandes localidades ou regiões. São normalmente pessoas portadoras de sentimentos nobres, pois percebem em seus corações o chamado sempre que ele é feito. Neste tipo ação, as vibrações densas do astral inferior da espiritualidade não penetram por conta da elevação envolvida nos espíritos que atuam formando parcerias muito coesas com esses canais.

Interessados no Bem de Grupos Menores e de Interesses Específicos: São os indivíduos os quais sempre que as pessoas ou situações próximas estão necessitando de amparo, mostram-se disponíveis. Embora são abertos ao altruísmo, estão preferencialmente focados em causas relacionadas apenas aos seus carmas pessoais. Quando os indivíduos deste tipo apresentam problemas de moral destorcida ou falha nos valores pessoais, podem tornar-se canais negativos.

Interessados em Questões Pessoais: São os indivíduos do tipo canais disponíveis desde que o assunto lhes traga vantagens e benefícios. Suas principais expressões são "eu, meu, minha, meus, minhas". Não estão interessados no mal da humanidade, entretanto também não estão nada abertos em contribuir com a redução do sofrimento alheio. Quando os indivíduos deste tipo apresentam problemas de moral destorcida ou falha nos valores pessoais, podem tornar-se canais negativos com facilidade por conta da alta carga de egoísmo, carência e infantilidade emocional a que estão envolvidos.

MANEIRAS DE SER UM BOM CANAL

Faça tudo que puder ser feito, para de uma forma sempre ética, equilibrada e respeitosa, ajudar a diminuir o sofrimento próprio e alheio. Faça tudo que puder ser feito, para de uma forma sempre ética, equilibrada e respeitosa, ajudar a aumentar a consciência e cultura própria e da humanidade. Faça tudo que puder ser feito, para de uma forma sempre ética, equilibrada e respeitosa, equilibrar e curar as emoções inferiores, próprias e da humanidade. Algumas palavras combinam com isso: Amor, perdão, compaixão, novas idéias, renovação, reforma íntima, respeito ao próximo, saber dar limites, compreensão, eliminar a cobrança, estudar, meditar, ter foco na missão da alma, ajudar, ajudar a se ajudar, se ajudar, rezar, rezar, rezar e saber quem você é em essência!


Por Bruno J. Gimenes - sintonia@luzdaserra.com.br
Bruno é empresário, professor, palestrante e escritor autor de nove livros. Seu lançamento é "Os Símbolos de força - A volta dos iniciados". Bruno também é professor dos cursos a distância Luz da Serra.