29 janeiro, 2013

Somos Todos Um

Somos os únicos seres vivos que se comunicam por meio de palavras, da linguagem falada. Isso deve ter alguma importância bastante relevante. Porém, infelizmente, muitas vezes temos praticado esse dom - o da fala - de modo extremamente negligente, exagerado, distorcido e equivocado.

Ditos populares sobre esse tema, além do essencial equilíbrio entre falar e ouvir, existem vários: "Falar é prata, mas calar é ouro", "Quem muito fala dá bom dia a cavalo", "Quem muito fala, muito terá de se justificar", entre outros. Um pensamento de que gosto muito é de Antoine de Saint-Exupéry: "A linguagem é uma fonte de mal entendidos".

Ou seja, parece que a sabedoria nos sugere mais silenciar do que falar. Como se o silêncio fosse a forma mais inteligente de solucionar os conflitos. É verdade que pode haver muita paz no silêncio, mas penso que é urgente aprendermos a gigantesca diferença entre o silêncio que apazigua e pacifica, do silêncio que ensurdece, grita, mente e perturba. Aliás, existem silêncios tão perturbadores que podem enlouquecer um ser humano.

Acima de tudo, precisamos aprender a falar com um propósito. Não falar só para jogar sobre o outro as nossas frustrações ou falar só para ofender e impor razões e vontades. Não se trata de vociferar, mas de se expressar, de mostrar ao outro quem somos e o queremos. E no exercício diário do amor, estou cada dia mais certa de que não pode haver modo mais eficiente de resolver conflitos, aplacar a ansiedade e desfazer mal entendidos do que por meio do uso de uma comunicação clara, direta e sem joguinhos.

Mas, lamentavelmente, por não saberem ou por medo e até covardia, muitas pessoas adotam o silêncio como principal forma de comunicação. Calam-se para "deixar bem claro" que estão bravas, tristes ou insatisfeitas. Recusam-se a falar porque concluem que é óbvio o que está acontecendo e o que estão sentindo e que, além disso, o outro já deveria saber. Há ainda os que prolongam a mudez apostando que o tempo simplesmente resolverá as mágoas e as incertezas. Como se sentimentos não precisassem ser elaborados e digeridos.

 Não exagerei quando disse que o silêncio pode enlouquecer uma pessoa. Existimos a partir da linguagem. Descobrimos que somos únicos e separados do outro a partir do momento em que nascemos e por meio da linguagem, do que o outro diz sobre nós, sobre como estamos no mundo e o que provocamos nelas. É assim que nos constituímos, que nos reconhecemos e que nos criamos internamente. É assim que se forma nossa autoimagem.

Claro que quanto mais amadurecemos, mais confiança ganha nossa própria voz, nossas percepções e capacidade de compreender o que acontece fora e dentro de nós. Mas o fato é que relacionar-se com alguém que não se mostra, que não revela o que pensa, sente e quer, é altamente frustrante, desgastante e deprimente. Não há troca verdadeira. Não há encontro de almas. Não há sintonia possível!

Não falar é, muitas vezes, uma forma de torturar o outro, de fazê-lo padecer e sentir a dor do inexplicável, do incompreensível, do imponderável. Sei que a vida não nos dá garantias e que não existem certezas entre dois corações. Sei também que não temos todas as respostas, mas quando podemos olhar para a pessoa que amamos e sentir que no espaço, que separa uma alma da outra, existe uma voz que acolhe, demonstra, abraça, acaricia e confessa o que ali pulsa e vibra, aí sim, descobrimos o que é amor de verdade!



Texto de Rosana Braga

28 janeiro, 2013

Lenda Árabe

Narra antiga lenda árabe, que um rabi, religioso dedicado, vivia muito feliz com sua família. Esposa admirável e dois filhos queridos.

Certa vez, por imperativos da religião, o rabi empreendeu longa viagem ausentando-se do lar por vários dias.

No período em que estava ausente, um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados. A mãezinha sentiu o coração dilacerado de dor. No entanto, por ser uma mulher forte, sustentada pela fé e pela confiança em Deus, suportou o choque com bravura. Todavia, uma preocupação lhe vinha à mente: como dar ao esposo a triste notícia?

Sabendo-o portador de insuficiência cardíaca, temia que não suportasse tamanha comoção. Lembrou-se de fazer uma prece. Rogou a Deus auxílio para resolver a difícil questão. Alguns dias depois, num final de tarde, o rabi retornou ao lar. Abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos...

Ela pediu para que não se preocupasse. Que tomasse o seu banho, e logo depois ela lhe falaria dos moços. Alguns minutos depois estavam ambos sentados à mesa. A esposa lhe perguntou sobre a viagem, e logo ele perguntou novamente pelos filhos. Ela, numa atitude um tanto embaraçada, respondeu ao marido: "Deixe os filhos. Primeiro quero que me ajude a resolver um problema que considero grave." O marido, já um pouco preocupado perguntou: O que aconteceu? Notei você abatida! Fale! Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus.

Enquanto você esteve ausente, um amigo nosso visitou-me e deixou duas jóias de valor incalculável, para que as guardasse. São jóias muito preciosas! Jamais vi algo tão belo! O problema é esse! Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. O que você me diz? 

Ora, mulher! Não estou entendendo o seu comportamento! Você nunca cultivou vaidades!... Por que isso agora?

É que nunca havia visto jóias assim! São maravilhosas!

Podem até ser, mas não lhe pertencem! Terá que devolvê-las.

Mas eu não consigo aceitar a idéia de perdê-las!

E o rabi respondeu com firmeza: Ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo! Vamos devolvê-las, eu a ajudarei. Iremos juntos devolvê-las, hoje mesmo.

Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade isso já foi feito. As jóias preciosas eram nossos filhos. Deus os confiou à nossa guarda, e durante a sua viagem veio buscá-los. Eles se foram. O rabi compreendeu a mensagem.

Abraçou a esposa, e juntos derramaram grossas lágrimas. Sem revolta nem desespero.

*** Os filhos são quais jóias preciosas que o Criador nos confia a fim de que os ajudemos a burilar-se. Não percamos a oportunidade de auxiliá-los no cultivo das mais nobres virtudes. Assim quando tivermos que devolvê-los a Deus, que possam estar ainda mais belos e mais valiosos.


Redação do Momento Espírita

26 janeiro, 2013

Bullying nos terreiros

Bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física e/ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês "bully", "tiranete" ou "valentão") ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender.

Recentemente o termo entrou em evidência com o apoio da mídia e declarações das vítimas, que vêm assumindo um importante papel para o controle dessa situação.

Pois bem! Como Umbandista procuro de dentro para fora da religião e percebo, junto a relatos de frequentadores e trabalhadores de casas umbandistas que a prática do bullying é bem clara e tratada de forma distorcida.

Boa parte da prática do bullying é endossada ou justificada pelo "guia". O guia fez, o guia falou, ou o guia mandou... Tudo isso em abraço com a tal inconsciência.

São casos de exposição, de ameaças, de repressão e de medo, fornecidos de forma gratuita.

Todo médium que aceita essa condição não pode ser encarado como vítima, e sim como consorte da situação.

Alguns alegam um medo extremo da situação e não têm coragem de dar queixa ou abandonar a casa. Outros em um devaneio de fé (?) acham tudo normal e totalmente espiritual, o que acaba fortalecendo o processo dentro da casa.

Entidade ou guia orienta, não aponta o dedo.

Entidade ou guia sabe o que significa o voto do silêncio mediúnico, sendo assim, não expõe a vida do outro, como se fosse um palco para alguns rirem e outros se amedrontarem.

Entidade ou guia não denigre, não ofende, não xinga e nem passa por cima do próximo, faz o bem sem olhar a quem.

O processo mediúnico, religioso e espiritual dentro da Umbanda cria condições para todos tratarem os seus excessos e as suas limitações.

Há aqueles que abusam desse mecanismo, fazendo da sua sombra interior o coadjuvante perfeito para essa prática hedionda. Não aceite! Diga não ao bullying! Denuncie.


Texto de Jorge Scritori

25 janeiro, 2013

Anencéfalo e Abortamento

Inicialmente, lembramos que anencéfalo, embora seja considerado sem cérebro, na realidade é portador de um segmento cerebral estando faltante regiões do cérebro que impossibilitarão sua sobrevivência pós parto.

A fim de colocarmos a visão espírita sobre este importante problema exemplificaremos com um caso real. Usaremos nomes fictícios. João e Maria, eram casados há dois anos. A felicidade havia batido à sua porta. Maria estava grávida. Exultantes procuraram o médico obstetra para as orientações iniciais. Planos mil ambos estabeleceram. Ao longo dos meses, no entanto, foram surpreendidos, através do estudo ultra-sonográfico, da triste notícia de que seu bebê era anencéfalo. Ao serem informados caíram em prantos ao ouvirem a proposta do obstetra lhes oferecendo o abortamento. Posicionaram-se contrários explicando sua visão espírita.

- Trata-se de um ser humano que renasce precisando de muito amor e amparo. Nós estaremos com nosso filho(a) até quando nos for permitido.

- Mas, esta criatura não vai viver além de alguns dias ou semanas na incubadora, disse o obstetra.

- Estamos cientes, mas até lá seremos seus pais.

Guardavam, também, secretamente, a esperança de que houvesse algum equívoco de diagnóstico que lhes proporcionasse um filho saudável.

Durante nove meses dialogaram com seu bebê, intra-útero. Disseram quanto o(a) amavam. Realizaram, semanalmente, a reunião do Evangelho no Lar, solicitando aos mentores a proteção e amparo ao ser que reencarnava.

Chegara o grande momento: Em trabalho de parto, Maria adentra a maternidade com um  misto de esperança e angústia. A criança nasce; o pai ao ver o filho sofre profundo impacto emocional tendo uma crise de lipotímia. O bebê anencéfalo sobrevive na incubadora com oxigênio, 84 horas. Há um triste retorno ao lar.

Passam-se aproximadamente 2 anos do pranteado evento. João e Maria, trabalhadores do instituto de cultura espírita de sua cidade frequentavam na mencionada instituição, reunião mediúnica quando uma médium em desdobramento consciente informa ao coordenador do grupo:

- Há um espírito de uma criança que deseja se comunicar.

- Que os médiuns facilitem o transe psicofônico para a atendermos - responde o dirigente.

Após alguns segundos, uma experiente médium dá a comunicação:

- Boa noite, meu nome é Shirley, venho abraçar papai e mamãe.

- Quem é seu papai e mamãe?

- São aqueles dois - disse apontando João e Maria.

- Seja bem vinda Shirley, muita paz! Que tens a dizer?

- Quero agradecer a papai e mamãe todo o amor que me dedicaram durante a gravidez, sim, eu era aquele anencéfalo.

- Mas você está linda agora.

- Graças às energias de amor recebidas, graças ao Evangelho no Lar, que banharam meu corpo espiritual durante todo aquele tempo.

- Como se operou esta mudança?

- Tive permissão para esta mensagem pelo alcance que a mesma poderá ter a outras pessoas. Eu possuía meu corpo espiritual muito doente, deformado pelo meu passado cheio de equívocos. Fui durante nove meses envolvida em luz. Uma verdadeira cromoterapia mental que gradativamente passou a modificar meu corpo astral (perispírito). Os diálogos que meus pais tiveram comigo foram uma intensa educação pré-natal que muito contribuíram para meu tratamento. Eu expiei, no verdadeiro sentido da palavra. Expiar é como expirar, colocar para fora o que não é bom. Eu drenei as minhas deformidades perispirituais para meu corpo físico e fui me libertando das minhas deformidades. Como meus pais foram generosos. Meu amor por eles será eterno.

- Por que estás na forma de uma criança, já que te expressas tão inteligentemente?

- Porque estou em preparo para o retorno. Dizem meus instrutores que tenho permissão para informar. Meus pais tem o merecimento de saber. Devo renascer como filha deles, normal, talvez no próximo ano.

Após dois anos renasceu Shirley, que hoje é uma linda menina de olhos verdes e cabelos castanhos, espírito suave e encantador.


Fonte: Estudo Kardec - Texto de Ricardo Di Bernardi

24 janeiro, 2013

Reclamões, os enfermos da energia vital

A pessoa que tem o mau hábito de reclamar de tudo vive com baixa energia, é um pessimista nato e está quase sempre mal humorada.

Este proceder durante a vida faz com que o indivíduo fique fatigado, doente e com as defesas naturais de seu organismo baixas.

Estes irmãos diferentemente de outros não renovam suas forças vitais, acabam desvitalizando-se por causa do baixo teor vibratório de seus pensamentos. Atraem energias oriundas do baixo psiquismo, estas podem em excesso formar "barreiras" impedindo que forças luminosas e revigorantes cheguem até os mesmos, proporcionando a limpeza dos campos magnéticos, fortalecendo o psiquismo, contribuindo para o bom funcionamento dos centros de força, etc.

Normalmente quando um reclamão se aproxima de uma pessoa psiquicamente saudável, irá se apoderar da sua boa saúde (magnetismo) roubando-lhe a energia, isto acontece sem que os envolvidos de forma explícita, possam perceber. Não encontramos outro termo mais apropriado do que este (roubar), pois as pessoas pessimistas que não fazem outra coisa a não ser reclamar da vida que têm, não fazem por si o necessário para saírem do "estado de negativismo", isto é, não atraem forças positivas e revigorantes através da postura correta e firme que cada um de nós deve ter diante da vida, que são tão necessárias ao nosso bem estar físico e mental e à nossa evolução espiritual. Sem contar que desvalorizam tudo à sua volta  por não estarem satisfeitos com a própria vida.

Ester irmãos ao se aproximarem das criaturas saudáveis sugam-lhe as energias, claro que o fazem inconscientemente e isso pode acarretar uma queda generosa da energia vital de "suas vítimas", algumas pessoas podem sentir sonolência, ficam a bocejar todo o momento, podendo sentir dor na região da cabeça, nuca, estômago, entre outros incômodos.

Os reclamões por possuírem magnetismo inferior, quase sempre estão psiquicamente enfraquecidos, (como se fossem uma lâmpada queimada), portanto é necessário detectar este problema e depois buscar meios satisfatórios e inteligentes de mudar a conduta.

Só assim deixamos de ser companhia indesejável para nós e para os nossos irmãos.

23 janeiro, 2013

Igualdade e diversidade na Umbanda

Igualdade e diversidade na Umbanda: um exercício de alteridade e de religiosidade, em um universo religioso plural.

Eu sou igual a você? Tem certeza? Ou somos diversos, mas semelhantes?

Como você definiria um ser humano?

Começaria pelo DNA, a estrutura óssea, pela muscular, cor da pele, pelos tipos e cores dos cabelos, pela forma e cores dos olhos, pelas cores dos dentes e suas formas... Talvez pelo temperamento, comportamento, hábitos, línguas... Ou seria pelas crenças, culturas religiosas, expressões de fé, formas de sentir e manifestar Deus ou os Deuses?

Parece fácil, mas não é fácil definir o que é o ser humano, seja no biológico, no psicológico ou no espiritual. Isso porque somos da mesma espécie, Homo Sapiens, mas somos tão diversos, tão plurais em nosso modo de ser, pensar, manifestar e crer que é um grande exercício nos definir.

Vamos tentar fazer algo mais fácil: vamos definir Deus, já que a criatura é tão complexa, vamos ao criador... Piorou? Tá difícil? Complicou?

Bem, vamos então para a religião. Qual é a verdadeira religião feita por Deus? Uhmmmm... bem... qual é a verdadeira verdade de fé, única e absoluta para esse nosso planeta chamado Terra? Enrolou a sua cabeça?

Interessante, pois as pessoas tentam definir ou chegar perto de uma definição de religião, mas é tão difícil quanto definir o que é um ser humano, ou definir o que é ou como é Deus. Isso porque é complexo, e é uma visão que nunca abrange a tudo e a todos. Sejam aqueles que creem em um mesmo Deus ou que fazem parde de um mesmo conjunto religioso.

Particularmente no caso da Umbanda, existem tentativas de especificar ou generalizar o que ela é, mas pela prática de um ou de outro, naquilo que aquele setor, aquela ramificação, aquela forma de Umbanda pratica, ritualiza, doutrina, acredita, como se ela fosse o todo.

Alguns até dizem: foi Zélio, o Caboclo das Sete Encruzilhadas que fundou a Umbanda e a ele todos devem seguir em cada palavra, em sua forma de culto (falam, mas todos fazem a Umbanda de Zélio?), mas nem no Cristianismo isso aconteceu, tendo este mais de 150 vertentes Cristãs no mundo. Lembrando que uma é diferente da outra, embora cada uma acredite em Jesus ou em interpretações de Jesus ou em coisas que disseram de Jesus ou... Até com Jesus existem várias formas de vê-lo, senti-lo, adorá-lo, segui-lo... de acreditar. Porém, cada uma das formas de crença em Jesus, se diz que é a verdadeira, seja na palavra de salvação, seja na sua forma de rito e culto.

"Só Jesus salva!" Mas e as outras religiões que não são Cristãs, ninguém será salvo? É tudo mentira?

Será que dentro da visão de diversidade e pluralidade a Umbanda é diferente do Cristianismo? Existe uma única forma de Umbanda para todos? Existe a Umbanda verdadeira? Quem ela é? Existe uma única forma de culto, rito, doutrina, manifestação e adoração às divindades e guias na Umbanda? Ou existem várias Umbandas que formam um grande conjunto religioso, nomeado simplesmente como Umbanda?

Ao meu ver todas as formas de Umbanda são verdadeiras. Não se pode desqualificá-las por ter ou deixar de ter ritos, formas, doutrinas, fundamentos, diferentes uns dos outros. Na realidade, o que irá dizer a sua verdade é o que ela faz de maneira digna, honesta, caridosa, na fé, na crença, nas atitudes, na preocupação e no zelo com o próximo; em sua moral e na expressão dessa moral, compromissada com uma ética de conduta, que não machuque o ser humano em sua mente, fé, corpo, moral ou espiritualidade; onde haja compromisso seguro e farto com o outro, no cuidado e educação do outro dentro daquela fé, onde haja respeito pelo que é feito em termos de religiosidade, seja para e com os guias, seja para e com os Orixás; onde exista respeito pelo que o outro faz como Umbanda, sem vaidades, medos, arrogância, sem tentar denegrir o outro, só porque não se entende o que ele faz ou por ser diferente do que fazemos, mas que haja amor fraterno às diferenças e, acima de tudo respeito a essas diferenças, com certeza, ali existe uma forma de Umbanda.

É fácil desqualificar, denegrir e diferenciar o outro, mas é tão difícil ser irmão, solidário, ter pensamento plural e reconhecer o outro como seu igual. É claro que existem pontos de referência e igualdade, mas é mais fácil ver o diferente e recriminá-lo, do que tratá-lo com respeito e igualdade.

Nisso perdemos a união, o respeito, a capacidade de nos juntar nas dificuldades, agindo pior do que aqueles que nos aviltam, nos denigrem, sejam em palavra ou na depredação de nossas casas, pois pior do que o preconceito inter-religioso (entre religiões), é o preconceito intra-religioso (dentro da religião). Porque esse maltrata mais, dói mais, e é sentido muito mais profundamente, pois é um preconceito oriundo da ignorância, do desconhecimento do outro ou sobre o que o outro faz e é: como ente religioso, como casa religiosa, como membro de uma espiritualidade, como parte de um conjunto religioso.

Vivemos uma espécie de "apartheid religioso" dentro da Umbanda, onde todas ou a maioria das ramificações de Umbanda querem ser "A Umbanda", e, com isso, discriminam e desqualificam umas as outras, principalmente as Umbandas que têm fundamentações africanistas (Omolokô, Almas e Angola...). Estas são vistas como não Umbanda, deturpadoras, "Umbandomblés", "Macumbas"... Algo atrasado e primitivo, longe da evolução e da luz que representa a verdadeira Umbanda. Ou seja, um grande preconceito ou uma grande ignorância que se iniciou nos anos 30 do séc. XX, e perdura até os dias de hoje.

A realidade cruel é que na ignorância e na vaidade pelo todo (poder, imposição de uma forma sobre as outras), em se ver como o todo, geramos o preconceito sobre o que nos fere os olhos, só porque não o aceitamos, só porque não entendemos, só porque não o reconhecemos como um igual, porque não queremos aceitá-lo como um igual: "Queremos ser únicos, verdadeiros, evoluídos, perfeitos em nome de uma espiritualidade, em nome de Deus, e impor o que fazemos ao todo, pois acreditamos que aquilo que fazemos como Umbanda é o certo, é legítimo e assim todos devem proceder, pois é o correto."

Só que Deus fez o diverso, o desigual, a pluralidade no mundo e entre os seres humanos, e entre as religiões e dentro das religiões.

Negar o diverso, o plural, as diferenças, é negar a Deus em sua obra, é negar o próprio Deus.

Só seremos fortes e unidos se nos aceitarmos uns aos outros; só conseguiremos atingir a sociedade (mais diversa e plural que a própria Umbanda) se respeitarmos as nossas diferenças internas e aprendermos a conviver, harmonicamente, com elas; só cresceremos se deixarmos de querer ser praia, nos contentando em ser pequenas pedras de uma grande praia chamada Umbanda.

Que Yemanjá, senhora das cabeças, possa iluminar nossas cabeças e nossas mentes, para que haja menos preconceito entre os Umbandistas e entre as diversas Umbandas, e mais diálogo, mais entendimento e mais união.


Texto de Pai Etiene Sales

22 janeiro, 2013

Cuidado com a memória de sua casa!

O padrão vibratório de uma casa tem relação direta com a energia e o estado de espírito de seus moradores. Tudo o que pensamos e fazemos, as escolhas, os sentimentos, sejam bons ou ruins, são energias. O resultado reflete nos ambientes, pessoas e situações.

O corpo é nossa primeira morada e nossa casa, sua extensão. É ela que nos acolhe, protege e guarda nossa história. Da mesma forma que limpamos, nutrimos e cuidamos da vibração de nosso corpo, devemos estender esses cuidados e carinhos ao lar. Mais que escolher o imóvel e enfeitá-lo com móveis e objetos - muitas vezes guiados apenas por modismos ou pura praticidade, a elaboração da atmosfera de um ambiente é importante porque reflete a personalidade de seu dono, dando pistas sobre seus gostos, estilo de vida, história e sonhos.

Há quem acredite que, colocando cristais, sinos de vento, fontes, espelhos, instrumentos do feng shui, é possível atrair bons fluídos e equilíbrio para dentro de casa. Mas, é muito pouco, pois a personalidade de um ambiente vai além. Ela é conseguida dia após dia, não apenas com técnicas, mas com pequenos atos de carinho e com muita energia boa.

Além de atrair bons fluídos para nosso lar, temos todas as condições de criá-los no interior do próprio ambiente. O conjunto de pensamentos, sentimentos, estado de espírito, condições físicas, anseios e intenções dos moradores fica impregnado no ambiente, criando o que se chama de egrégora.

Você, com certeza, já esteve em uma residência ou ambiente onde sentiu um profundo bem-estar e sensação de acolhimento, independente de beleza, luxo ou qualquer outro fator externo. Essa atmosfera gostosa, sem dúvida, era dada principalmente pelo estado de espírito positivo de seus moradores. Infelizmente, hoje em dia, é muito mais corriqueiro entrarmos em ambientes que nos oprimem ou nos dão a sensação de falta de paz e, às vezes, até de sujeira, mesmo que a casa esteja limpa. A vontade é ir embora rapidamente, ainda que sejamos bem tratados.

O que poucos sabem é que as paredes, objetos e a atmosfera da casa têm memória e registram as energias de todos os acontecimentos e do estado de espírito de seus moradores. Por isso, quando pensar na saúde energética de sua casa, tome a iniciativa básica e vital de impregnar sua atmosfera apenas com bons pensamentos e muita fé. Evite brigas e discussões desnecessárias. Observe seu tom de voz: nada de gritos e formas agressivas de expressão. Não bata portas e tente assumir gestos harmoniosos, cuidando de seus objetos e entes queridos com carinho. Não maltrate os animais.

Não pense mal dos outros. Pragas, nem pensar! Selecione muito bem as pessoas que vão frequentar sua casa e o teor das conversas que terão ali. São positivas, esperançosas? Que bom! Festas, brindes e comemorações alegres são bem-vindos porque trazem alegria e muita energia, mas cuidado com os excessos. Nada de bebedeiras e muito menos uso de drogas, que atraem más energias.

Se você nutre uma mágoa profunda ou mesmo um ódio forte por alguém, procure ajuda para limpar essas energias densas de seu coração. Lembre-se que sua casa também pode estar contaminada.

Manter armas, cantar músicas com letras que não confirmem a positividade do ser humano e da vida, é atrair para o ambiente e para quem o frequenta, essas intenções. O que você permite que entre em sua casa através de filmes, programas de rádio de TV? O nível deles é para elevação do ser humano?

Aprenda a fazer escolhas e determine o que quer para sua vida e ambiente onde mora. Alegria, amor, paz, prosperidade, saúde, amizades, beleza já estão bons para começar, não é mesmo?

Quanto aos mortos, estes precisam de respeito e descansar em paz em nosso coração. Não os chame, ou os atraia para uma dimensão que não é mais a deles. Cultuar, em sua casa, objetos de quem já se foi, é atraí-los.

Reflita sobre como você vive em sua casa: não só no que você pensa, mas principalmente em suas verdadeiras intenções, como anda seu humor e o grau de reclamações do seu dia-a-dia. Tudo isso interfere no seu astral e no astral de sua casa.

Ah! Isso também vale para seu local de trabalho.


Texto de Franco Guizzetti

20 janeiro, 2013

O que está acontecendo com a Paciência?

Tenho a impressão de que as pessoas não sabem mais o que é paciência. Colegas de trabalho, chefes e subordinados, todos literalmente "perderam a paciência" e não sabem mais onde encontrá-la. Até nossos irmãos de fé parecem tê-la perdido em algum lugar, querem que o ritual logo acabe, mal acaba a gira correm para seus vestiários ou automóveis, parecendo uma fuga de um presídio, irem para suas casas, festas e etc. Isso sem falar de nossos mais próximos, tais como namorados, maridos, esposas, filhos, noras, genros, cunhados, primos, tios, todos vivem numa impaciência sem limites. Onde foi parar a paciência das pessoas? Quando tento manter a paz de espírito, buscar reflexão e conciliação, somo taxados de fracos, frescos e sinto-me como se estivesse andando na contra mão de todos.

A paciência é uma virtude que não pode ser confundida com a tolerância excessiva, com a aceitação da falta de qualidade, com o não cumprimento do dever. Uma pessoa paciente não é aquela que aceita tudo. É aquela que tem domínio sobre o seu ser. Tanto é verdade que o contrário da paciência é a ira, a raiva, a falta de controle sobre suas emoções. E os melhores sinônimos da paciência são a serenidade e paz de espírito ou ainda a capacidade de resistência a influências externas e o domínio da própria vontade. Assim, quando digo que as pessoas estão "perdendo a paciência", quero dizer que elas estão perdendo o controle sobre si mesmas e perdendo o domíno da própria vontade e se deixando levar pela emoção e não pela razão.

Ouvi uma expressão muito usada pelo filósofo e sociólogo MARIO SÉRGIO CORTELLA, estamos em processo de miojização (tudo deve ser como o miojo, que fica pronto em três minutos). Estamos no mundo que onde tudo que for rápido é o melhor, e chegamos ao cúmulo da família sair de casa para comer comida caseira e sentar-se a mesa não gastando mais de 20 minutos de convivência, e se a pizza demorar 2 minutos além do combinado a pizzaria não presta, eu particularmente gosto quando atrasa, é uma oportunidade de todos conversarem. Pena que chegamos a isto, e vejo todos que me cercam enlouqueceram! Se drogam, bebem demasiadamente e tudo deve ser muito em menor tempo possível... Pois é! Muitos perderam o sentido da vida... O porquê disto?... Porque tudo é tão rápido que muitos acham que a vida está no fim, principalmente os mais jovens, justamente os que tem uma longa estrada pela frente, pensam que devem aproveitar ao máximo possível no menor espaço de tempo e o quê muitas vezes levam  cada vez mais jovens a se considerarem velhos a espera da morte. Saudade de quando podíamos sentar em um banco e ver a vida lentamente passar, vendo que o melhor da vida era estar vivo.

Meu Fraterno abraço, Axé a todos!!

19 janeiro, 2013

Filhos da Arrogância

Os filhos da arrogância  são os que NÃO querem botar a mão na massa e fazer verdadeiramente algo que valha a pena por si, não desejam realmente fazer a tão falada reforma íntima.

Os filhos da arrogância são melindrosos, vaidosos, presunçosos e prepotentes.

Acreditam que toda boa mudança é positiva, mas para o outro.

São a favor dos estudos sérios e comprometidos com a verdade Maior, desde que não tenham que mudar nada em si.

São caridosos e benevolentes, quando não pisam nos seus calos!

São "mente aberta", defensores do progresso moral, mental e espiritual, desde que os mesmos não os incluam na marcha coletiva, obrigatoriamente.

Gostam de dar bons conselhos, têm sempre uma frase de efeito guardada para alguma ocasião, mas não as aplicam em si próprios.

Se incluem na lista dos humildes, mas melindram-se com as admoestações e conselhos recebidos por quem quer que seja.

Estes irmãos e irmãs continuam adormecidos em seus vícios atávicos, melindrosos e orgulhosos, cientes de que estão cobertos de razão, doa a quem doer!

Ofendem-se e magoam-se quando criticados ou admoestados e lamentavelmente permanecem anestesiados para a necessidade de mudanças no campo da moral.

Alguns destes irmãos têm enormes dificuldades em compreender o verdadeiro significado da convivência em família, os mais orgulhosos e renitentes, com o tempo, vão se afastando dos entes mais próximos no intuito de NÃO ouvir-lhes as críticas e os conselhos.

Facilmente identificáveis são os que disfarçadamente vão seguindo suas vidas sem maiores atropelos, procurando não se movimentar dentro da necessidade de vencer o orgulho, a vaidade, a cupidez, os desregramentos, os sentimentos como a inveja, o ciúme e tantos outros. Estes incluem-se também nos grupos de pessoas que ao perceberem o esforço do outro em modificar-se positivamente, colocam-se em atitude de escárnio e desferem o "golpe" dizendo: "Vai virar santinho agora é?"

A maioria já está treinado em fingir que não é com ele, depara-se sempre com seu reflexo em todos os lugares, como por exemplo, neste despretensioso texto agora, mas não se identificam, pior, não buscam intimamente emendar-se, o orgulho não deixa!

Mas pode ocorrer o contrário! Podem identificar-se com o que está escrito e ofenderem-se e muito! Aí está o melindre de que falamos.

As criaturas têm em si aspectos positivos que já são o resultado das muitas vivências no plano da matéria, mas o que não as exclui de continuarem a caminhada rumo à evolução.

Muitos têm dificuldade de aparar em si as arestas inconvenientes, preferem fingir "estar tudo bem", outros atrasam-se nesta árdua tarefa, adiando o momento para depois...

Dentro do lar são os que por anos a fio mantém-se firme na decisão de não tornar-se mansos e humildes, como o próprio Jesus sabiamente nos recomendou. Chegam a passar anos na mesma posição de "letargia moral".

É muito cômodo viver a vida culpando o outro e é muito fácil passar a mesma escondendo-se por trás de um orgulho BESTA como um hipócrita mergulhado em sono profundo, acreditando que será no fim salvo, porque fez a sua parte como irmão, tio, avô, avó, mãe ou pai, esquecendo-se de aparar as próprias arestas.

Em nossa modesta opinião muitos creem que serão salvos no "fim", por terem feito algo extremoso pelo outro.

Será salvo aquele que fez algo extremoso por si! Salvar-se-á aquele que libertar-se das amarras do orgulho e da presunção, da arrogância e do melindre!

Salvar-se-ão todos os que estiverem limpos da ignomínia e da FALSA FÉ!

Não responsabilizemos o irmão ao lado por nossas falhas ou desditas, nem por não termos nos portado como deveríamos diante da vida e não culpabilizemos os mesmos pelo "tempo perdido" com afetos e atenções "desvelados".

Sem hipocrisia façamos uma minuciosa análise sobre o tempo que tivemos para nos aperfeiçoar em seres mais equilibrados e o desperdiçamos com tolices e mediocridades.

Algumas pessoas já acostumaram-se ao longo da própria jornada evolutiva (encarnações) a culpabilizar "o outro" como sendo o motivo de sua real desgraça!

Somos os reais responsáveis por nossas más colheitas e um dia os mais desavisados ainda que não queiram, tomarão ciência disso.



Texto de autoria desconhecida.

18 janeiro, 2013

Tenham Calma, Filhos!

Mensagem de Pai Tomé das Almas - Recebido pela médium Rosane Amantéa (13/05/2011)


"Salve os filhos da Terra, essa bolinha azulzinha que a gente põe na palma de nossa mão...

Pai Tomé vem falar com os filhos atormentados hoje, já que muita gente lembrou de nós... e velho deseja agradecer falando um pouco sobre a fé e sobre a importância de se ter calma e controle das emoções.

Tem hora que os filhos parecem não suportar mais algumas dificuldades do dia a dia da vida de todo esse povo da Terra.

Fica uma mistura de medo com cansaço, de dúvida com desespero, de vazio no peito e dores no corpo e na alma.

Às vezes parece que  o dinheiro não vai mais chegar, que a saúde não vai mais voltar e que a alegria nunca mais vai brotar no coração.

Todos vocês são iguais, filhos... Essas emoções passam por todos porque estão no mesmo barco... o barco da evolução.

É duro estar aí...

É difícil vencer desafios por vezes gigantescos...

É difícil sentir falta de amparo, de alento, de amor, de amizade...

Mas vai valer à pena, filhos!

O trabalho diário também consome a força de todos e a lágrima tem caído fácil nos vosso rosto dos filhos...

Sentem falta de compreensão e de sintonia de quem não reza na mesma cartilha... e isso aborrece os filhos... isso cala a alma e os filhos ficam iguaiszinhos a uns robozinhos que se liga e desliga na hora que é preciso...

Sentem falta de afeto... aquele afeto de ficar horas conversando a mesma língua e sobre os mesmos ideais...

Tem dias que os filhos dão risada sem parar e é como se isso tivesse que ser a vida inteira... porque aqueles momentos dão sensação de bem estar e alegria... e os filhos nem queriam mais voltar pra casa e para as suas realidades...

Tem as traições dos falsos amigos, ou da esposa ou do marido, do namorado com outro homem ou com sua melhor amiga...

Pai e mãe brigam sem parar, se machucam... irmãos se agridem... professores ficam irritados e estressados...

Nas ruas tem muito bandido e é tiro a qualquer momento...

A vida parece um caos absoluto, muitas vezes... e vocês ficam atordoados pensando: Quando tudo isso vai acabar?

Animais sofrem a selvageria dos homens... e as drogas fazem os meninos virarem marginais tão cedo...

Violência, horror nas noites, o tal do bullying... que para nós é humilhação dos mais sensíveis e covardia dos mais toscos e indiferentes...

Gente de poder tirando comida das creches... 

Vai ter o preço pra todos esses, filhos... e os justos, os mansos e pacíficos possuirão a Terra!

E os puros de coração irão até os anjos e verão a face de Oxalá!

Muita dor, não é, filhos?

Terremotos, tempestades, furacões, ondas avassaladoras...

Pensam no que pode acontecer daqui pra frente com suas vidas, seus parentes, suas casas, suas vidas...

Tomam calmantes... choram...

Nem os filmes ou músicas têm suprido a necessidade de paz e de realização.

É raro vermos filhos totalmente bem... é raro...

Sempre há algum problema... uma dor física, uma dor moral, uma expectativa, ansiedades, ilusões, frustrações...

Esse velho veio hoje para dizer para os filhos que tenham calma dentro do coração...

Fiquem calmos!

Podem atravessar tudo isso com equilíbrio, fé e serenidade.

Sei que às vezes não dá, né, filhos?

Mas vocês tem que chorar um pouco e logo mais dizer:

- Pronto! Agora chega! Já chorei muito e agora vou lá fora respirar, caminhar, olhar o céu ou ligar para alguém que está pior do que eu...

Vou colocar uma música e vou dançar um pouco ou dar uma espiadinha na revista de moda, pras mulheres, ou de futebol pros homens...

Mas isso sem deixar a indiferença tomar conta de seus corações, filhos...

Isso só pra refrescar a cabeça e o lombo cansado...

Mas, logo que mais calmos e retemperados, pensem e façam somente uma coisinha bem simples:

Amem mais todas as pessoas que estão passando pelas mesmas coisinhas ou pelas mesmas coisas grandes que vocês...

Assim como você precisa de um ombro, de uma palavra, de uma trégua, de um abraço, de um auxílio material, de um perdão, de uma luz no fim do túnel, toda a humanidade também, filhos...

Se a maioria está assustada, perdida, confusa e com medo, junte-se a mais pessoas e façam coisas boas...

Façam preces em conjunto... façam confidências sobre seus vícios e defeitos e procurem soluções...

Façam reuniões alegres, de amor pelas pessoas, sem bebidas e sem drogas...

Inventem formas de transporem os obstáculos e ajudem os outros a conseguirem isso também...

Tudo vai passando devagar...

Todos os milênios foram assim e muitos piores...

Todas as eras passaram...

Esse suspense, esse medo, essa dor, essa solidão, essa frustração, filhos...

Tudo o mais que vocês sentem, vai passar também...

É só usar a técnica da calma.

Tenham calma...

Com calma tudo vai acontecendo... os filhos vão observando e aprendendo... e todos vão chegando no seu patamar de paz e de tranquilidade, e de alívio e recompensa, na hora certinha de Deus!

Deus não vai abandonar nenhum de seus filhos...

Ele sabe que tudo isso é necessário e que no fim todo mundo vai ficar alumiando igual às estrelinhas do céu!

Ele sabe que a dor ensina, corrige, redime e fortalece!

Mas ele manda seus exércitos a todo minuto pra ajudar todos vocês... Ele não fica distraído não...

Nós estamos aqui na Terra também por esse motivo, filhos:

Pra os filhos saberem que tem muitos velhos e velhas, antiiiiigooosssss, muito antigos, que viemos pra cá ajudar os filhos a passarem esses momentos difíceis da vida humana.

Chamem por nós... tem muito Pai Velho na Terra só pra dar colo pra todos vocês...

Nós que viemos lá da Aruanda, um oásis de paz e de luz...

Esse velho deixa um forte escudo de defesa de Pai Tomé em cada um que ler essas palavrinhas simplesinhas que meu coração de pai e de vô sentiu vontade de ditar nesse dia de nós aqui no Brasil: 

O dia dos pretos velhos!

Esse escudo eu fiz com o amor que esse velho tem no peito por todos os meus filhos sofridos desse ventre da Mãe Gaia...

Que Oxalá abençoe a todos vocês, filhos!

Não se esqueçam, meus filhos:

- Respirem, confiem e mantenham a calma... muita calma... e muita fé no nosso Pai.

Vai dar tudo certo, meus filhos, tudo certo, muito certo mesmo!

Até um dia...

Saravá, meus filhos!

Salve nosso Pai Oxalá!"


Pai Tomé das Almas

17 janeiro, 2013

Única Medida

A carteira de identidade presta informações de sua pessoa humana.

O calendário fala de sua idade física.

O relógio marca o seu tempo.

O metro especifica as dimensões do seu corpo.

A altitude revela a sua localização transitória sobre o nível do oceano.

A tinta grava as suas impressões digitais.

O trabalho demonstra a sua vocação.

A radiografia faculta o exame dos seus órgãos.

O eletrocardiógrafo determina as oscilações do seu músculo cardíaco.

Todos os seus estados e condições, realizações e necessidades podem ser definidos por máquinas, engenhos, instrumentos, aparelhos, laboratórios e fichários da Terra, entretanto, não se esqueça você de que o  serviço ao próximo é a única medida que fornece exata notícia do seu merecimento espiritual.



Texto psicografado por Chico Xavier, pelo espírito André Luiz (De "Ideal Espírita", de Francisco Cândido Xavier - Autores diversos)

16 janeiro, 2013

Tens Estudado?

É do costume ocidental perguntar em demasia e meditar pouquíssimo.

Uma ansiedade por respostas prontas, absolutas, que possam servir a todos e quaisquer situações, parece tomar conta das pessoas.

Pouco se cogita de formar uma ordem de concepções e de idéias, com base não só no material intelectual coletado de textos variados, de falas valorosas, mas, tudo isso apoiado em claras reflexões desenvolvidas ao longo do tempo, capacitando o indivíduo ao amadurecimento dos seus argumentos, das suas decisões, da sua vida.

É, daí, importantíssimo o ato de estudar e de estudar-se, com o fim de melhor situar-se o indivíduo no campo da lucidez.

Tens estudado? Ou segues conformado com as possibilidades de perguntar isso e aquilo a fulano ou a beltrano?

Não podemos desprezar o valor da pergunta didática, do questionamento científico ou da indagação filosófica. O que não deveremos aplaudir ou alimentar é esse gosto irrefletido de interrogar por interrogar, sem nenhuma coragem de mergulhar nos vastos oceanos do conhecimento formalizado pelas diversas áreas do conhecimento humano, que permite sistematizar as informações, recrutando-as dos pesquisadores mais respeitáveis, evitando amarrar-se a teias de opiniões de pessoas que, muitas vezes, acham-se inseguras para darem respostas, mas dão-nas mesmo assim aos conformados e inveterados perguntadores.

Estuda, pois, e estuda muito.

Na esfera dos conhecimentos espíritas, que desvendam realidades do mundo invisível para que se façam informadas as criaturas, encontrarás formidáveis conteúdos, imbatíveis argumentações, avultada claridade, alicerçados em pujante lógica, capazes, assim, de tornarem onusta de bênçãos de saber a tua  intimidade sequiosa de verdades, aquelas verdades que o mundo já pode suportar.

Pergunta, sim. Mas, não te conformes com isso. Alevanta-te desse desastroso comodismo; ergue-te dessa inércia para o autoaprimoramento; lança-te aos textos, analisa os contextos, elabora teus raciocínios e discute-os, amadurecidamente, podando as arestas e firmando posições sempre abertas às complementações, aos enriquecimentos aos quais a tua continuidade e feliz inquietação intelectual deverá conduzir-te.

(Do "Revelações de Luz", de J. Raul Teixeira, pelo Espírito Camilo)

15 janeiro, 2013

Uma história de amor

Uma noite, sentado no quintal de casa olhando o céu, uma estrela chamou-me a atenção. Ousei perguntar-lhe:

"Quem é você?"

E ela respondeu-me: "Sou você!"

"Como é possível?", retruquei.

"Você  é pura luz, enquanto eu mal reflito a luz! Você vive no Universo e eu aqui na Terra! Voce é grande e eu sou pequeno!"

"Você se apega a detalhes", a estrela respondeu.

"Vá ao espelho e olhe nos seus olhos; não se detenha nas suas roupas, cabelo, ou em seu rosto. Concentre toda sua atenção em seus olhos. No interior deles, você verá que também é uma estrela. Você brilha, mas seu brilho encontra-se ofuscado pelas coisas exteriores. Você vive no Todo, mas esqueceu-se disso e acha que vive na Terra. Sua grandeza encontra-se oculta atrás desse corpo que ora veste."

"Não, não é possível!", protestei.

"Não posso provar-lhe nada", a estrela serenamente respondeu.

"Cabe a você sentir a verdade de minhas palavras. Cabe a você sentir a sua Verdade! Quando você chegou à Terra, não sentiu que éramos todos irmãos?"

Antes que eu pudesse pensar, saiu de minha boca a palavra "SIM!"

"Quando você chegou à Terra, não sentia a eternidade do presente enquanto brincava?"

"Bem...", respondi, "... É que eu era criança! Eu não sabia de nada!"

"Você se 'adaptou' e esqueceu sua origem!", afirmou a estrela.

"Você veio aqui para aprender. Aprender a diferença entre o frio e o calor; a verdade e a mentira, a sabedoria e a ignorância, o amor e o sexo... E tantas outras coisas! Mas, principalmente, você veio aprender a não se indignar, não se lamentar, não se desanimar! A Vida, em qualquer dimensão, sempre é mais uma oportunidade de compreendermos, de ouvirmos, de nos ouvirmos. Cada vida que você viveu foi feita à sua medida: nem mais, nem menos!"

"Cada vida?!" - perguntei. "Que estória é essa?!"

"Você acha que sua atual vida é a primeira?", respondeu pacientemente a estrela.

"Você acha que sua atual vida será a última? Você se ilude com a materialidade de seu corpo e com sua durabilidade. Mesmo a ciência hoje reconhece que tudo é energia, que tudo é vibração. E que na natureza nada se cria, nem se perde - TUDO SE TRANSFORMA. Você veio do Um e ao Um retornará - enriquecido pela sua experiência na Terra."

Um silêncio acolhedor envolveu-me. A estrela, então, continuou:

"Somos todos UM. Somos todos irmãos! O que você sentiu quando criança - que o passado e o futuro não tinham significado, apenas o eterno PRESENTE, é uma das lembranças das vidas que você viveu. A irmandade, a generosidade, o Amor - tudo isso você trouxe para manifestar na Terra. Mas, diante das vibrações densas de seu planeta, tais qualidades foram amortecidas... Mas não esquecidas! Como uma semente, a qualquer momento elas poderão brotar! Homens e mulheres, todos carregam a vida dentro de si! E estão na Terra para fecundar e dar frutos. E não se trata apenas de produzir cascas temporárias para almas em processo de evolução. Vocês estão aqui para manifestar também um novo Pensar, um novo Sentir!"

Estranhamente, tudo isso me pareceu longínquo, mas familiar...

"Há muito tempo", intercedeu a estrela, "alguém como você olhou para o céu e silenciosamente perguntou: Para que estou aqui na Terra?"

E nós lhe sussurramos:

"Para Amar, Amar e Amar!"


Texto de Lino de Moraes Lemo Neto