24 dezembro, 2012

Prece

A madrugada despede da noite e se instala. Mas, a escuridão ainda predomina.

Os homens usam a luz artificial para espancar as trevas. São faróis de carros, para os que se deslocam a distâncias. Nas casas, são lâmpadas, velas, lampiões. Lâmpadas nos postes auxiliam a mostrar o caminho que a cara redonda da lua, com sua luz prateada, não se mostra suficiente.

Faróis em pontos estratégicos apontam o rumo aos que navegam nas águas mansas ou agitadas dos mares.

Logo mais, os braços da madrugada se espreguiçam e pequenos raios de luminosidade tocam a manhã, para que desperte.

Finalmente, é manhã plena e, enquanto os homens correm, de um lado para outro, em função de seus estudos, de seus negócios, de suas vidas, Deus instala Seu extraordinário aparelho multimídia para a projeção do novo dia.

Em trabalho sem igual, que a cada dia não se repete da mesma forma, o Arquiteto sem par projeta na tela do Universo, os Seus slides.

Há luz, som, animação.

Os braços do salgueiro balançam, agitados pelo vento que se veste de brisa ligeira.

Jardins, montanhas, campinas. Áreas verdejantes, rios cantantes, fontes generosas se multiplicam.

A projeção é tão magnífica que o espetáculo permite se sentir o perfume da terra, das flores, dos veios da madeira aberta em sulcos.

Os raios do sol aqui lançam sombra, além se estendem, espancando nuvens.

As pequenas elevações parecem ondular na paisagem. As folhas multicoloridas do outono se misturam em um quadro, enquanto noutro as delícias da primavera explodem em botões.

Paisagens desérticas, quase intermináveis em um ponto. Dunas, oásis, palmeiras.

Paredes altas, montanhosas, de outro.

Gelo aqui, calor acolá.

Pássaros cantam, ovos são chocados, a vida se multiplica em toda parte.

E assim, durante as horas do dia, os slides irão se sucedendo um a um.

O homem passa apressado, muito poucos se dando conta dos quadros que se alternam, sucedem, de contínuo.

Quando morre a tarde e a noite retorna, como hábil artista, Deus estende um negro manto, a fim de que os astros que percorrem o Infinito, possam melhor ser percebidos.

Assim é, a cada dia, a cada noite.

Se o homem contemplasse mais a natureza, estudasse melhor as suas leis, compreendesse a harmonia que ela leciona, viveria melhor.

Quando o cansaço o tomasse, nas horas de trabalho, pararia um pouco e olharia o jardim.

Se estiver cercado por paredes de concreto de vários edifícios, poderia olhar o céu, acompanhar o passeio das nuvens e permitir-se despentear pelo vento.

Bastará colocar a cabeça para fora de uma das janelas em que esteja.

Tudo isso o revigoraria. E o faria lembrar de Quem o criou por amor e por amor o sustenta.

Dar-se-ia conta de que acima das leis humanas, uma maior, imutável e justa vigora.

Lembraria que é filho de Deus, que a vida é um tesouro muito precioso para ser desperdiçada.

E, então, aprenderia que o dia foi feito para o homem e não o homem para o dia. O que quer dizer que dosaria trabalho, lazer, meditação.

Horário para alimentar o corpo. Horário para alimentar a alma.

Sobretudo amaria intensamente aos que com ele convivem neste lar abençoado que se chama planeta Terra.



Redação do Momento Espírita.

22 dezembro, 2012

Preto Velho diz se é certo

Com a permissão de Nosso Sinhô, véio pede licença para transformar em letras para muitos fios de fé, o que véio vem escutando dia e noite nos ouvidos, como um rosário: "véio, me diga - estou no emprego certo, com a pessoa certa, na religião certa, no terreiro certo, no caminho certo..."

Véio sempre responde e vai escrivinhar também:

Depende do que vosmicê entende por certo.

Mas diante da Lei Maior, cada qual está no lugar exato onde deve estar. Precisa-se enxergar além do que é lógico na matéria, acima de vosmicê, acima dos homens e abaixo de Deus Nosso Sinhô. Não pode pensar nos caprichos que dão o verniz na vaidade, porque tudo perece. Cada qual está no lugar pelo tempo necessário ao seu aprendizado, seja experiências felizes ou não. Cada qual está num lugar para cumprir missão, ou para o resgate kármico, ou para aprender, ou para ensinar, ou para cair de novo em erro, até aprender a acertar.

Os fios devem desacostumar a esperar as respostas de fora, porque elas já estão prontas dentro da consciência de cada um, que vão aparecer quando estiverem bem preparados pela escola da vida. Véio não tá aconselhando que com isso os fios devas se assentar e esperar o tempo passar, pelo contrário, os fios devem aproveitar para preencher a cartilha da lição, aquela que Nosso Sinhô Jesus Cristo ensinou: "amai-vos uns aos outros como eu vos amei!".

A partir daí iluminam-se todas as virtudes necessárias para que os fios subam mais um degrau na sua evolução. Tudo nas Obras do Criador caminha para frente e para cima, o estacionar é necessário para aprender e redirecionar a força do espírito para o lugar verdadeiramente certo. 

Que a Paz de Nosso Sinhô esteja com todos.

Pai Tomé
Médium: Ednay Melo

21 dezembro, 2012

Viagem Interior pode trazer conhecimento

Fernando Pessoa, com sua inteligência e sensibilidade, afirmava: "a melhor maneira de viajar é sentir". Concordo. Não é preciso sair de casa, embarcar em ônibus ou avião, para poder explorar as maravilhas que o mundo oferece.

Não é a mudança de paisagem que faz com que o nosso interior se ilumine. Aliás, o movimento é inverso. Uma iluminação da nossa intimidade permite que o mundo exterior ganhe outra dimensão e seja encarado num contexto diferente. Nesse sentido, se pensarmos na questão do misticismo, os passeios feitos pela nossa espiritualidade aguçam nossa capacidade em abraçar mais legitimamente o mundo ao redor. Passeios de autodescoberta não necessitam jamais de deslocamento pelo espaço físico ou novas experiências concretas.

Não, estimados leitores, não achem que sou estraga prazeres. Reconheço que há lindos destinos turísticos, incríveis capitais para serem visitadas, lugarejos convidativos e transatlânticos paradisíacos cortando os sete mares. São propostas convidativas, objetos do desejo de qualquer peregrino. Quem recusaria uma semana em Roma, cinco dias em Paris, umas horinhas que sejam em Nova York?

O mundo das viagens é assim: solitários, casais, grupos, famílias, vão e vem. Animados. Alegres, curtindo férias merecidas. É temporada de lazer, de esquecer problemas, de recarregar as pilhas, oxigenar. Contudo, o que quero destacar aqui é o seguinte: não viajar não significa estar impedido de vivenciar experiências profundas.

O que chamo de experiência profunda vai além do superficial e transcende as referências cotidianas. Tanto faz estar aqui ou ali, no alto da Torre Eifel ou no mais agitado brinquedo da Disney. Ela vai por dentro, pela intimidade singular de cada um de nós.

A viagem é acreditada como uma porta para passarmos para o reino dessas vivências transformadoras. E está correto, pois é uma das alternativas. Mas, que fique claro, eu disse "uma", e não "a única" alternativa. Existem outras possibilidades de contato com a intimidade que podem ser mais acessíveis. Redescobrir o encantamento do mundo ao redor, desfrutar profundamente da mais simples ação ou gesto cotidiano.

Permita-se viajar parado, percorrer a sua própria geografia interior. Como? Diversas alternativas. Um bom filme, um livro interessante, uma música agradável ou os pequenos prazeres que acariciam a alma e refinam nossa humanidade. Mas quero deixar um convite final: descasque uma laranja com calma, aprecie a tarefa. Depois, veja se você concorda com a reflexão do poeta que apresentei na primeira linha desse texto.


Texto de Marina Gold.

20 dezembro, 2012

Sonhos Premonitórios

Sonhos premonitórios são aqueles cujos fatos vistos ou vivenciados durante o sonho realizam-se no plano material, e ocorrem normalmente de três formas diferentes como veremos a seguir.

Quando durante o sono, o espírito estando desprendido do corpo físico, e participando da vida no plano espiritual, ele tem uma visão muito mais ampla das realidades e das leis que regem a vida e o universo.

Nesse estado ele pode com maior facilidade perceber a forma como se desenrola determinados fatos da sua vida ou de outrem, e assim antever o desfecho lógico para aquela situação. Assim se dá uma boa parte das premonições em sonhos.

Uma outra forma de sonho premonitório é quando estando no plano espiritual, o espírito recebe de um ou mais espíritos evoluídos, informações sobre fatos que ainda estão para ocorrer e ao acordarem trazem a lembrança de tais informações.

Nesses dois tipos de experiências ao acordar tem-se na grande maioria das vezes a impressão de ter vivido aquelas situações, o que não é verdadeiro. Tem-se essa impressão porque a linguagem usada para comunicar-se entre um espírito e outro não é a palavra articulada e sonora emitida pelo aparelho fonador de um corpo físico e sim uma linguagem telepática onde se passa uma idéia formada ou imagens que se queira transmitir ao outro espírito.

A terceira maneira desse tipo de sonho é mais rara de ocorrer por se tratar de uma forma mais precisa e rica em detalhes, e às vezes, até com precisão de datas, horas e locais, são verdadeiras visões proféticas, de fatos que irão acontecer e assiste o desenrolar das cenas reais e irão recordar dessas imagens com riqueza de detalhes quando despertarem.

É importante lembrar que o sonho não é a única forma de premonição que existe e também não é o mais comum. O transe mediúnico de clarividência e clariaudiência são muito mais frequentes que os sonhos.



Texto de Ronaldo Cardim
Ronaldo Cardim é Terapeuta Corporal e Psicoterapeuta Holístico, formado em psicologia, trabalha com as técnicas: Shiatsu, Zen-Shiatsu, Massoterapia Corporal, Massagem Bioenergética, Massagem de Alongamento, Sei-Tai (manipulação da coluna), Psicoterapia Holística, Relaxamento induzido, Hipnoterapia Condicionativa, Regressão (TVP). Atende em seus consultórios em Tupã/SP (14) 3496-6310 e em Marília/SP (14) 3413-9979.
E-mail: ronaldocardim@uol.com.br

19 dezembro, 2012

Decálogo para médiuns

1 - Rende culto ao dever.
Não há fé construtiva onde falta respeito ao cumprimento das próprias obrigações.

2 - Trabalha espontaneamente.
A mediunidade é um arado divino que o óxido da preguiça enferruja e destrói.

3 - Não te creias maior ou menor.
Como as árvores frutíferas, espalhadas no solo, cada talento mediúnico tem a sua utilidade e a sua expressão.

4 - Não esperes recompensas no mundo.
As dádivas do Senhor, como sejam o fulgor das estrelas e a carícia da fonte, o lume da prece e a bênção da coragem, não têm preço na Terra.

5 - Não centralizes a ação.
Todos os companheiros são chamados a cooperar, no conjunto das boas obras, a fim de que se elejam à posição de escolhidos para tarefas mais altas.

6 - Não te encarceres na dúvida.
Todo bem, muito antes de externar-se por intermédio desse ou daquele intérprete da verdade, procede, originalmente, de Deus.

7 - Estuda sempre.
A luz do conhecimento armar-te-á o espírito contra as armadilhas da ignorância.

8 - Não te irrites.
Cultiva a caridade e a brandura, a compreensão e a tolerância, porque os mensageiros do amor encontram dificuldade enorme para se exprimirem com segurança através de um coração conservado em vinagre.

9 - Desculpa incessantemente.
O ácido da crítica não te piora a realidade, a praga do elogio não se altera o modo justo de ser, e, ainda mesmo que te categorizem à conta de mistificidador ou embusteiro, esquece a ofensa com que te espanquem o rosto, e, guardando o tesouro da consciência limpa, segue adiante, na certeza de que cada criatura percebe a vida do ponto de vista em que se coloca.

10 - Não temas perseguidores.
Lembra-te da humildade do Cristo e recorda que, ainda Ele, anjo em forma de homem, estava cercado de adversários gratuitos e de verdugos cruéis, quando escreveu na cruz, com suor e lágrimas, o divino poema da eterna ressurreição.


Do livro "Espírito da Verdade" - Chico Xavier e Waldo Vieira

18 dezembro, 2012

O Caminho da Vida

Boa tarde!

A vida nos deixa livre para escolhermos os caminhos que desejamos seguir...

Reflitam!

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.

A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.

Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.

Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

(O Último discurso, do filme O Grande Ditador)
Charles Chaplin

Queridos amigos, não há nada que possa mudar as coisas para melhor no mundo do que o amor... O amor gera paz, humildade, compreensão, bondade... O amor move o mundo!

Um forte abraço a todos!


11 dezembro, 2012

Trem da vida

Você já viajou de trem alguma vez?

Numa viagem de trem podemos notar uma grande diversidade de situações, ao longo do percurso.

E a nossa existência terrena bem pode ser comparada a uma dessas viagens, mais ou menos longa.

Primeiro, porque é cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em algumas partidas.

Quando nascemos, entramos no trem e nos deparamos com algumas pessoas que desejamos que estejam sempre conosco: são nossos pais.

Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituíveis...

Mas isso não impede que durante a viagem outras pessoas especiais embarquem para seguir viagem conosco: são nossos irmãos, amigos, amores.

Algumas pessoas fazem dessa viagem um passeio. Outras encontrarão somente tristezas, e algumas circularão pelo trem, prontas a ajudar a quem precise.

Muitas descem e deixam saudades eternas... Outras passam de uma forma que, quando desocupam seu acento, ninguém percebe.

Curioso é constatar que alguns passageiros, que nos são caros, se acomodam em vagões distantes do nosso, o que não impede, é claro, que durante o percurso nos aproximemos deles e os abracemos, embora jamais possamos seguir juntos, porque haverá alguém ao seu lado ocupando aquele lugar.

Mas isso não importa, pois a viagem é cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas...

O importante, mesmo, é que façamos nossa viagem da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com os demais passageiros, vendo em cada um deles o que têm de melhor.

Devemos lembrar sempre que, em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e, provavelmente, precisemos entendê-los, porque nós também fraquejaremos muitas vezes e, certamente, haverá alguém que nos entenda e atenda.

A grande diferença, afinal, é que no trem da vida jamais saberemos em qual parada teremos que descer, muito menos em que estação descerão nossos amores, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.

É possível que quando tivermos que desembarcar, a saudade venha nos fazer companhia...

Porque não é fácil nos separar dos amigos, nem deixar que os filhos sigam viagem sozinhos. Com certeza será muito triste.

No entanto, em algum lugar há uma estação principal para onde todos seguimos...

E quando chegar a hora do reencontro teremos grande emoção em poder abraçar nossos amores e matar a saudade que nos fez companhia por longo tempo...

Que a nossa breve viagem seja uma grande oportunidade de aprender e ensinar, entender e atender aqueles que viajam ao nosso lado, porque não foi o acaso que as colocou ali.

Que aprendamos a amar e a servir, compreender e perdoar, pois não sabemos quanto tempo ainda nos resta até a estação onde teremos que deixar o trem.

Se a sua viagem não está acontecendo exatamente como você esperava, dê a ela uma nova direção.

Se é verdade que você não pode mudar de vagão, é possível mudar a situação do seu vagão.

Observe a paisagem maravilhosa com que Deus enfeitou todo o trajeto...

Busque uma maneira de dar utilidade às horas. Preocupe-se com aqueles que seguem viagem ao seu lado...

Deixe de lado as queixas e faça algo para que a sua estrada fique marcada com rastros de luz...

Pense nisso... e, boa viagem!


Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria de Silvana Duboc, disponível no site http://www.silvanaduboc.us/ em 23/07/2010.

07 dezembro, 2012

As Origens da Umbanda

Nada surge do nada, nada há de novo sob o sol, todas as religiões se formam de cultos e culturas anteriores, que lhe emprestam símbolos, ritos e mitos combinados e re-significados. Assim foi com o Judaísmo, Cristianismo, Islã, Hinduísmo, Budismo, etc e não seria diferente com a Umbanda.

A Umbanda enquanto um organismo vivo nos possibilita reconhecer sua ancestralidade, na forma de uma árvore genealógica, identificando suas "origens". Nossa proposta aqui é apresentar estas raízes diversas, para em seguida levantarmos a questão de seu nascimento ou concretização no mundo material.

1. Origem Espírita ("Kardecista")
A primeira manifestação de Umbanda é a incorporação do Caboclo das Sete Encruzilhadas no médium Zélio de Moraes, ao que consta, dentro da recém fundada Federação Espírita de Niterói. Zélio não era espírita, embora seu pai fosse simpatizante. De qualquer forma, o que ele encontrou na filosofia e prática, codificada por Allan Kardec, serviria como base para a criação da Umbanda. 

De tal forma que durante muitas décadas costumava-se definí-la como "Espiritismo de Umbanda". O próprio Zélio se identificava como "espírita" assim como sua filha Zilméia de Moraes. Na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade sempre havia uma "Mesa Branca" posta para as acomodações do "Chefe" (Caboclo das Sete Encruzilhadas).

2. Origem Africana
A palavra Umbanda já existia na África, antes de surgir a Religião de Umbanda no Brasil, aqui e lá esta mesma palavra se refere a práticas rituais que guardam semelhanças e diferenças, pois não são a mesma coisa. Este fato cria algumas confusões com relação "A" Origem da Umbanda.

Em nosso ponto de vista a Umbanda tem várias origens diferentes e a Africana é uma delas, com a mesma importância que as outras. Ainda assim, houve, no meio umbandista, aqueles que defendessem "A" origem africana como uma única fonte original e outros ainda que vieram a manipular esta mesma origem para desacreditá-la, apenas como uma passagem da mesma Umbanda pelo continente africano.

3. Origem Indígena
De sua raiz indígena a Umbanda recebe o amor à natureza e influência do xamanismo caboclo e pajelança, bem como o uso do fumo que é considerado erva sagrada para os índios. Um culto irmão da Umbanda, o Catimbó, Jurema ou Linha dos Mestres da Jurema, também realiza trabalhos com entidades espirituais de forma muito parecida com esta, sob influência direta do Toré, que é uma prática essencialmente indígena.

A Umbanda e o Catimbó trabalham com algumas entidades em comum como por exemplo o tão conhecido Mestre Zé Pelintra, juremeiro muito presente na Umbanda.

O uso de chás, banhos de ervas e defumações é algo em comum para indígenas, africanos e europeus. Em muitas tendas de Umbanda se vê o uso do Maracá (chocalho indígena) e outros elementos como penachos e cocares, usados pelas entidades incorporadas, que dá todo um ar indígena para Umbanda.

4. Origem Cristã e Origem Católica
O Cristianismo faz parte da cultura brasileira e está profundamente enraizado no inconsciente coletivo desse povo, que mesmo quando tornam-se budistas não deixam de se considerarem cristãos por encontrar enorme coincidência entre a ética budista e a de Cristo. O mesmo ocorre com as outras religiões, Candomblecistas, Umbandistas, kardecistas, Hare Krishnas e até alguns muçulmanos brasileiros se consideram cristãos, se não abertamente, na intimidade com os amigos tal fato é revelado. Zélio Fernandino de Moraes funda a primeira tenda de Umbanda e lhe dá o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, "porque assim como Maria acolheu Jesus a Umbanda acolherá os filhos seus".

De todos os elementos Católicos na Umbanda, um que chama muito a atenção é o sincretismo entre Santos Católicos e Orixás. O sincretismo une dois elementos ou idéias e cria uma terceira, composta e derivada destas. Assim reconhecemos que a Umbanda não criou o sincretismo entre Santos e Orixás, ela apenas absorveu a prática já usada nos barracões dos diferentes Cultos Afros, todos cristianizados para sobreviver na "Terra de Santa Cruz" ou seria de "Vera Cruz" ( o fato é que santa ou vera a cruz foi sentida no tronco e chicote a castigar quem praticasse "africanismo", considerado "feitiçaria dos negros").

5. Origem Mágica
Boa parte dos autores umbandistas afirmam que Umbanda é Magia, encontrando na mesma o sentido e a origem de ser da religião. O que fundamenta este raciocínio é a larga utilização de elementos mágicos e rituais nas práticas umbandistas.

Observamos desde trabalhos mais requintados sugeridos pela literatura umbandista até a forma mais popular de magia (como benzimentos, rezas fortes, passes (imposição das mãos), receitas de banhos e chás.

As entidades de Umbanda manifestam diferentes procedimentos para realizar sua magia, o que pode ser justificado pela variedade cultural que se mostra por meio do arquétipo assumido por elas como caboclo, preto-velho, baiano, boiadeiro, marinheiro, orientais (chineses, hindus, persas e outros), exus e pombagiras. A rigor, cada um tem a sua magia, no entanto, as práticas transitam entre xamanismo, pajelança, magia afro ofertatória (relacionada com os Orixás e suas oferendas), teurgia (magia européia) e o que se pode chamar de Magia de Umbanda, práticas comuns a quase todas as entidades, como o uso de pontos riscados, que consistem em signos e símbolos mágicos riscados no chão com um giz chamado de "pemba". Durante as práticas são combinados um conjunto de elementos como velas, fumo, bebida, ervas, espadas punhais, ponteiros, pedras, correntes, ponteiros e outros.

6. Origem Espiritual
Como Origem Espiritual, colocamos a certeza dos umbandistas de que sua religião foi organizada no astral pelos Caboclos e Pretos-Velhos, para depois ser implantada no Brasil.

7. Origem Mítica
Origem Mítica é a busca por um Mito Fundante, um Mito Original ou se preferir uma Raiz Mítica para a Umbanda.

Vamos encontrar nas religiões e ordens místico-filosóficas os mais variados tipos de "Mitos Fundantes", como o mito de Adão e Eva para o Judaísmo, Cristianismo e Islamismo; o mito de Olorum e Oxalá na cultura Yorubá; o mito de Urano, Cronos e Zeus na cultura grega; o mito de Aton, Ptah e Amon na Cultura Egípcia e outros mais, cada religião possui seus mitos para lhe dar sentido.

Intelectuais umbandistas criaram um "Mito Fundante" moderno, emoldurado em discurso pseudo-científico, justificado por uma pretensa erudição e cultura forjadas para defender a idéia de que a Umbanda é a verdadeira religião primordial, surgida em uma era perdida, na civilização dos Atlantas e da Lemúria.

Neste continente mítico, Atlântida, em uma época mítica, teria surgido o AUMBANDÃ, religião pura que migrou para a Índia e África, onde se degenerou e podemos encontrar ainda fragmentos de sua origem nas culturas destes dois povos. A palavra AUM-BANDÃ de origem que se perde nos tempos teria traduções possíveis em línguas e culturas antigas como "Conjunto das Leis Divinas".

Tal teoria implicou em arrogância teológica e postura de soberba, inclusive com relação aos demais umbandistas que não comungavam dos mesmos valores. Seriam os novos eleitos da Umbanda, aqueles que iriam resgatar o Mito Aumbandam. A base para esta teoria foi lançada no Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda - 1941, seria contada e recontada, copiada e adaptada na literatura posterior, conclamando instaurar o Aumbandã perdido na Lemúria, Atlântida ou Índia.


Texto de Alexandre Cumino

06 dezembro, 2012

Soldados

Era uma guerra.

Seus corpos haviam tombado ensaguentados na lama. Mas, eles brilhavam além dali.

Seus corpos foram danificados por tiros e granadas. Mas, eles ascenderam espiritualmente em corpos de luz, sem dramas. Estavam soltos, flutuando na luz, sem guerra.

Porém, logo abaixo deles, presos àquela atmosfera densa e misturados ao cheiro acre de carne morta e de sangue com lama, ficaram muito soldados sem fé, aferrados à batalha que já não era deles.

Não ascenderam, pois o ódio não deixou. Em suas mentes distorcidas, o inimigo precisava pagar! Recusaram o convite da luz e perseveraram no ódio. Não estavam mais na guerra, mas ela estava neles.

Presos às suas ilusões, demoraram a perceber a verdade. Retardaram por conta própria a luz benfeitora que iria curá-los além...

Muitos deles estacionaram no umbral espiritual. Outros, finalmente aceitaram os fatos e ascenderam à outras dimensões extrafísicas. Alguns permaneceram agarrados aos desafetos encarnados e aos ambientes densos da Terra. Porém, pela contínua ação dos bondosos amparadores espirituais, foram conduzidos para estações extrafísicas e tratados pacientemente.

No devido tempo, reencarnaram novamente. Estão na Terra mais uma vez, abençoados pela oportunidade de renovação consciencial em outro meio. Porém, ainda hoje, muitos deles estão com suas emoções presas nas trincheiras e nos corpos retalhados do passado belicoso. Inconscientemente, eles guardam as balas e os estilhaços das granadas em suas psiquês.

Eles continuam em guerra, mas não sabem disso. Não conseguem descansar, algo os tensiona por dentro. Muitas dessas reminiscências inconscientes surgem como doenças psicossomáticas, acicatando-lhes a existência e roubando-lhe a paz íntima.

O passado já foi, a guerra acabou e eles estão em outra vida. Mas, eles não sabem e, dentro deles, as armas continuam disparando incessantemente.

Sua cura é bem simples: basta desligar-se do passado e seguir o fluxo da vida no presente. Eles poderiam mergulhar dentro de si mesmos e com humildade perdoar silenciosamente seus agressores do passado. Bastaria dizer internamente com toda honestidade: "Eu os perdoô pela agressão ao meu corpo de ontem. Também peço perdão pelas agressões que eu possa ter cometido com vocês ou seus colegas. A guerra ficou lá atrás. Vamos viver e aprender a arte da paz."

A cura dos soldados é simples e só depende de uma conversa interior. Talvez, até mesmo em outras dimensões extrafísicas, os antigos adversários percebam que a guerra já passou, mas a vida continua...

A batalha real é contra o egoísmo e falta de lucidez. Que os soldados esqueçam os antigos inimigos e caminhem resolutamente para frente... EM PAZ!

O perdão cura agressores e agredidos. Liberta a consciência dos grilhões do passado e faz o coração transbordar de luz.

Muitos soldados ainda estão sofrendo nos umbrais extrafísicos. E muitos outros estão encarnados, sofrendo repercussões inconscientemente.

Por intermédio destes escritos, os amparadores espirituais convidam aos encarnados e desencarnados de todos os lugares para a conversa interior da cura e da paz.

Nada de tiros e bombas, só a luz do Amor curando e abrindo espaço para outras possibilidades de crescimento. O passado foi tragado pelo tempo. No entanto, a consciência está no presente e tem que viver o agora e aprender o que for preciso.

Não há exército inimigo para ser destruído! Só há a GRANDE LUZ chamando os homens para os caminhos da paz.

Tudo começa com a conversa interior, em que o antigo soldado despe-se da belicosidade e torna-se apenas um ser humano tentando viver em paz.

Aos soldados, da Terra e do Além, PAZ E LUZ!


Recebido espiritualmente pelo médium Wagner D. Borges, São Paulo, 07/01/2000.)

05 dezembro, 2012

Imagine...

Imagine um abraço fraterno em 360 graus: isso é Umbanda.

Imagine uma vela acesa com Fé gerando mais energia que uma usina nuclear: isso é Umbanda.

Imagine Divindades, Anjos, Babalaôs, Pajés, Cientistas, Curadores, Trabalhadores da Caridade de todas as épocas e culturas voltando à Terra para restaurar a Paz e a Lei Maior: isso é Umbanda.

Imagine a última peça que falta no milenar "quebra-cabeça" que compõe a sua Alma: isso é Umbanda.

Imagine traumas, neuroses, fobias, vírus e bactérias físicas e astrais sendo dissolvidos na baforada de um cachimbo: isso é Umbanda.

Imagine a Pemba traçando e reproduzindo os Códigos Sagrados da Criação: isso é Umbanda.

Imagine as farofas de Exu promovendo a harmonia entre Luz e Trevas: isso é Umbanda.

Imagine o médium descalço vestido de branco iluminando-se por dentro: isso é Umbanda.

Imagine o consulente confortado e esclarecido subindo mais um degrau evolutivo: isso é Umbanda.

Imagine o Homem servindo a Natureza e a Natureza servindo o Homem: isso é Umbanda.

Imagine o sal das lágrimas misturando-se ao Sal do Mar, ventre de Iemanjá: isso é Umbanda.

Imagine a flecha certeira de Oxóssi alinhando a Razão, a Emoção e a Ação: isso é Umbanda.

Imagine a espada de Ogum abrindo caminho no cipoal das ilusões humanas: isso é Umbanda.

Imagine o machado de Xangô aparando as arestas do Karma Planetário: isso é Umbanda.

Imagine Oxalá retirando os espinhos de teu coração, e Oxum cobrindo com mel os teus ferimentos: isso é Umbanda.

Agora deixe de imaginar...

Pois tudo isso não é sonho, é realidade vivida e sentida a toda hora, todo dia, ao som de um belo ponto cantado.

No abraço do Caboclo, no toque do Preto Velho, na brincadeira da Criança, no olhar do Exu Guardião, no sorriso do Baiano, na amizade dos Ciganos e no laço do Boiadeiro... ISSO É UMBANDA!!!



Texto postado no Blog da Elaine Lara (RBU): http://www.rbu.com.br/profiles/blogs/i-m-a-g-i-n-e

04 dezembro, 2012

Trabalho

O que lavra a sua terra será farto de pão, mas o que corre atrás de cousas vãs é falto de senso. Pv. 12:11.

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O trabalho nos leva ao ambiente de paz e proporciona ao coração um clima de tranquilidade. O trabalho dirigido é filho da inteligência e coadjuvante do progresso.

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O labor lícito conforta a consciência e abre caminhos de luz para a alma. Ganhar o pão com o suor do rosto é alegria para o coração. Quem vive às custas do esforço alheio, sente-se impaciente no seu mundo interno e assina com isso um dever de ajudar quando puder servir. Nada na vida fica esquecido no desenho imenso das responsabilidades assumidas.

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O trabalhador é digno do seu salário, diz o Evangelho. O salário vem sempre em direção do operário que fez jus sem errar o caminho.

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Quem lavra a terra, anda com os celeiros cheios e, quem busca felicidades é falto de esperanças e não confia no plantio. Em qualquer situação, planta as sementes do bem, que elas algum dia nascerão com o fruto dos sentimentos.

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Mesmo que a tua situação orgânica não esteja boa, não faltes com a paciência com aqueles que te cercam, porque o amor nas horas difíceis brilha mais pelo exemplo de fraternidade e confiança em Deus.

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Ajuda quem está ajudando, não obstante, jamais esqueças de ajudar também aos que te ignoram, pois a caridade  é um meio poderoso de os fazer reconhecer que somos todos irmãos e filhos do mesmo pai.

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Quem gasta o tempo com futilidades é falto de senso, desconhece as belezas da vida e da justiça de Deus. A sinceridade é um penhor divino que garante a paz da alma, pois, conquistada passo a passo, dia a dia, melhora com os esforços desmedidos.

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Abençoa mesmo quem te quer mal, que esse gesto te isola das maldições. Perdoa mesmo quem te ofende, que esse entendimento te colocará em outra dimensão, para que não respires a mesma atmosfera do ofensor, porém nunca ames nem perdoes com interesse próprio e faze tudo por amor. O amor universal é uma luz eterna na eternidade da vida.

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(De "Gotas de Fé", de João Nunes Maia, pelo Espírito Carlos)

03 dezembro, 2012

Mensagem de Pai Tomé de Angola

Amados filhos do meu coração, que o Divino Criador possa cobrí-los com Seu manto divino e abrigá-los no interior de Seu amor eterno, que a divindade que os conduzem possa despertá-los para um período de igualdade, humildade, paz e caridade, pois somente vivenciando os princípios virtuosos da luz é que poderão, em seu devido tempo, irradiar o mistério divino e encontrar a plenitude de seu amor.

Que diferenças de cor, raça, cultura e religião não se tornem empecilhos em sua evolução, onde deveriam aprender que todos os seres que habitam esta terra abençoada seguem um desígnio de Deus. A oportunidade que um espírito tem de evoluir nesta terra é de extrema importância para o melhoramento de sua caminhada evolutiva, pois as passagens neste plano são muito rápidas e se não forem bem aproveitadas, deixarão um resíduo de algo inacabado, onde terão que esperar por uma nova oportunidade.

Então, amados filhos, aproveitem para aprender o que for necessário com as diferenças de seus irmãos, porque apesar de alguns de vocês terem herdado geneticamente certa semelhança, são totalmente diferentes uns dos outros, pois o Divino Criador criou cada ser como único.

Façam do tempo de sua existência um tempo próspero e que na Justa Lei do Retorno possam colher tudo que foi semeado em sua caminhada eterna.

Que os Governantes Celestiais da Criação possam estar sempre de frente a vocês. Que seus Guias e Protetores espirituais de luz, possam guiá-los durante o dia e durante a noite, em suas alegrias e em suas tristezas, em suas conquistas e em seus fracassos, em sua luz e nas suas próprias escuridões e que todos eles sejam abençoados em suas atribuições junto a vocês, que nunca deixam que a ausência Divino Criador instale-se em suas vidas.

Que o Pai da Criação e seus Divinos Governantes abençoem e amparem suas evoluções divinas.



Texto enviado por Pai Enéias ao Jornal Nacional da Umbanda - JNU

01 dezembro, 2012

Sujamos as praias no final do ano?

PRESENTES POLÊMICOS

Nos últimos dias do ano é comum ver nas praias brasileiras grupos de umbandistas, ou até mesmo um filho de fé "solitário", fazendo suas homenagens para Iemanjá.

Muitos agradecem pelo ano que passou, outros fazem pedidos para o próximo ano, e ainda há aqueles que apenas fazem uma prece à rainha do mar. E não são poucas as oferendas. Flores, perfumes, espelhos, frutas, tudo para ser entregue à Mãe dos Orixás. Barcos são cuidadosamente ornamentados. Quando é um terreiro que prepara, antes da oferenda, em geral, é feita uma Gira em homenagem à Iemanjá e a todo povo do mar.

Mas após o ritual religioso o que fica muitas vezes na praia é uma coisa só: LIXO.

Esse tipo de oferenda já foi alvo de muita polêmica. Foram várias as discussões sobre o assunto, sem que se chegasse a qualquer conclusão. A lei nos garante a liberdade de culto. No entanto, para os que não são seguidores da religião, a impressão de sujeira e agressão ao meio ambiente deixam um ponto negativo, principalmente para a Umbanda.

As homenagens à Iemanjá acabam, muitas vezes, se tornando alvo de preconceito. Há casos em que a população pede ajuda do poder público para impedir qualquer tipo de festividade religiosa ou oferenda feita na praia nos festejos de final de ano.

E o que nós, umbandistas, achamos deste assunto?

O dirigente da SEFA, CCT Cristiano Queiroz, diz que não é contra as giras na praia, mas alerta para os cuidados que se deve ter com a limpeza, ao final dos trabalhos: "Acho que as giras na praia são importantes até mesmo como uma marca cultural de nosso país. Mas, assim como em nossos terreiros, devemos ter a consciência de que estamos usando um espaço público, e todos têm direito à sua utilização, assim como o dever de bem preservá-lo", afirma o dirigente.

No primeiro dia do ano são encontrados na beira da praia garrafas de sidra, velas, caixas de fósforo, alguns alguidares com comida, deixando um rastro de poluição que não será "aproveitado" por nenhuma entidade. Até porque os garis se encarregam de retirá-los da praia, junto com outras toneladas de lixo deixadas após as festas.

Por isso, vários umbandistas, conscientes de suas responsabilidades como cidadãos já buscam fazer toda a sua ritualística já se comprometendo em deixar o ambiente limpo e utilizável para os outros.

Respeito à natureza e ao espaço de cada um é também uma forma de demonstração de fé e de devoção que os umbandistas têm com as suas entidades, e com os Orixás da Umbanda, uma vez que cada linha representa cada força da natureza.


Fonte: Informativo 48 da Seara Espiritualista Falangeiros de Aruanda

29 novembro, 2012

A maleta

Um homem morreu.
Ao se dar conta, viu que Deus se aproximava e tinha uma maleta com Ele.
E Deus disse:
- Bem, filho, hora de irmos.
O homem, assombrado, perguntou:
- Já? Tão rápido? Eu tinha muitos planos...
- Sinto muito, mas é o momento de sua partida.
- O que tem na maleta? - Perguntou o homem.
E Deus respondeu:
- Os seus pertences!!!
- Meus pertences? Minhas coisas, minha roupa, meu dinheiro?
Deus respondeu:
- Esses nunca foram seus, eram da terra.
- Então são as minhas recordações?
- Elas nunca foram suas, elas eram do tempo.
- Meus talentos?
- Esses não pertenciam a você, eram das circunstâncias.
- Então são meus amigos, meus familiares?
- Sinto muito, eles nunca pertenceram a você, eles eram do caminho.
- Minha mulher e meus filhos?
- Eles nunca lhe pertenceram, eram de seu coração.
- É o meu corpo.
- Nunca foi seu, ele era do pó.
- Então é a minha alma.
- Não! Essa é minha.
Então, o homem cheio de medo, tomou a maleta de Deus e ao abrí-la se deu conta de que estava vazia... Com uma lágrima de desamparo brotando em seus olhos, o homem disse:
- Nunca tive nada?
- É assim, cada um dos momentos que você viveu foram seus. A vida é só um momento... Um momento só seu! Por isso, enquanto estiver no tempo, desfrute-o em sua totalidade. Que nada do que você acredita que lhe pertence o detenha... Viva o agora! Viva sua vida! E não se esqueça de SER FELIZ, é o único motivo que realmente vale a pena! As coisas materiais e todo o resto pelo que você luta fica aqui. VOCÊ NÃO LEVA NADA! Valorize àqueles que valorizam você, não perca tempo com alguém que não tem tempo para você!
 
 
Texto com Autoria Desconhecida - enviada por Anja Maglio 

22 novembro, 2012

Você duvida de sua mediunidade?

Por que vivo doente? Em todos os lugares que frequento, as pessoas me dizem que preciso desenvolver a minha mediunidade.

Por que passo mal em ambientes de muita aglomeração, como shopping, cinema, shows?

Por que desde criança sinto muita tristeza, choro do nada, sem um motivo que justifique?

Por que o meu humor é instável, muda subitamente, como o tempo de São Paulo?

Por que as minhas mãos e os pés estão sempre gelados, e sinto muito sono e fraqueza?

Por que a minha vida está bloqueada, nada flui?

A maioria de meus pacientes com essas e outras queixas, na verdade, são médiuns ostensivos (aqueles que servem de intermédio entre os espíritos desencarnados e os encarnados).

Não obstante, devido ao desconhecimento, despreparo, preconceito e ignorância a respeito da natureza espiritual do ser humano, a nossa sociedade ocidental materialista e tecnicista ainda ignora ou desqualifica a mediunidade, não a vendo como um fenômeno natural, inerente ao ser humano. Se de um lado a ciência médica e psicológica busca tratar o paciente médium apenas com medicamentos por se basear num modelo fisicista, organicista, cerebrocêntrico, vendo-o como um fenômeno físico-químico, ignorando sua mediunidade, do outro lado, muitas religiões mistificam-na, atribuindo-a ao diabo ou a satanás.

Há ainda os charlatões, os oportunistas, os inescrupulosos, que se aproveitam da fragilidade, vulnerabilidade que se encontram os médiuns desajustados, em desequilíbrio, para explorá-los financeiramente. No meu entender, a saúde é fruto de um organismo em equilíbrio energético, enquanto a doença seria consequência do rompimento desse equilíbrio.

Por isso, concordo plenamente com o que disse sabiamente o Dr. Pierre Weil - grande expoente e divulgador da Psicologia Transpessoal no Brasil (a psicologia transpessoal é considerada a 4a. força dentro da psicologia, depois da psicanálise, behaviorismo e psicologia existencial) - sobre os médiuns: Eu tenho a impressão de que os sensitivos e os médiuns são pessoas que têm uma verdadeira aptidão e vocação para curar os outros, e que o fato de captar doenças dos outros reequilibra o seu próprio sistema energético. Deixando de fazê-lo, desajustam-se do mesmo modo que um grande pianista ou pintor se desajustaria se deixasse de praticar a sua arte.

Não é à toa que muitos pacientes médiuns que vêm ao meu consultório, rotulados equivocadamente pela psiquiatria de doentes mentais, esquizofrênicos, borderline, psicóticos, bipolar, transtorno de pânico, depressivos, etc.

Você precisa desenvolver sua mediunidade?

Talvez você já tenha ouvido de alguém que precisa desenvolver sua mediunidade num centro Kardecista, de Umbanda ou Candomblé, mas não deu a esta sugestão a devida importância, por preconceito teve medo de assumir esse compromisso, ou ainda não sabia que tinha uma mediunidade aflorada.

Mas, por que é preciso desenvolvê-la?

Para quem não sabe, antes de reencarnar, no astral, muitos médiuns assumiram com os espíritos superiores o compromisso de se tornarem instrumentos da espiritualidade na existência atual.

Assumiram o compromisso de exercerem sua mediunidade para saldarem seus débitos cármicos por conta de prejuízos causados numa vida pretérita a muitas pessoas. Neste caso, a mediunidade representa uma oportunidade de evolução e reparação de erros cometidos outrora.

No entanto, por conta do véu do esquecimento de seu passado ou da lei do esquecimento (uma das leis às quais todos estão sujeitos nessa vida terrena) muitos olvidam seu verdadeiro propósito de vida: virem para servir como médiuns.

E o que acontece se a pessoa não exerce sua mediunidade em prol de outros seres humanos?

Obviamente, cada caso é um caso, mas o que observo nos pacientes que estão nessa condição, que vêm em busca de ajuda em meu consultório, é que suas vidas ficam todas emperradas e, em muitos casos, em praticamente todos os aspectos: afetivo, financeiro/profissional, familiar, social, da saúde, etc.

Estão quase sempre doentes e os médicos não descobrem a causa dos problemas porque as doenças de origem espiritual não aparecem nos exames médicos.

Há ainda aqueles pacientes que, enquanto não trabalharem como médiuns de incorporação num centro espírita, serão vítimas de obsessores espirituais que não irão lhes dar sossego.

Há também aqueles que, por conta dos inúmeros problemas emocionais (crises de choro sem causa aparente, depressão, angústia, ansiedade, transtorno de pânico, provocados por seus obsessores espirituais) procuram a ajuda de um terapeuta (psicólogo ou psiquiatra), mas, por ainda considerar a mediunidade como um fenômeno anômalo, patológico, o profissional poderá rotular equivocadamente os pacientes médiuns como portadores de distúrbios psiquiátricos. Desta forma, lamentavelmente, a maioria dos profissionais da área de saúde não faz um diagnóstico correto, não distinguindo um aspecto mediúnico de um distúrbio psiquiátrico propriamente dito.

Por isso, é bastante comum receber em meu consultório médiuns rotulados pela psicologia ou psiquiatria oficial de esquizofrênicos, psicóticos, com transtorno bipolar (alternância de humor extremada), síndrome do pânico, depressão, etc.

Quero esclarecer ao leitor, que a TRE dá suporte inequívoco e orientação correta aos pacientes que sofrem de desequilíbrio mediúnico.

Com certeza, quando um médium é bem orientado, torna-se um canal dos espíritos superiores e isso traz alegria e bem-estar ao próximo, bem como ao médium.


Texto de Osvaldo Shimoda (Terapeuta, criador da Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), a Terapia do Mentor Espiritual - Abordagem psicológica e espiritual breve. Ministra palestras e cursos de formação de terapeutas nessa abordagem.)

21 novembro, 2012

O Passe

O passe não é unicamente transfusão de energia anímicas.

É o equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos.

Desânimo e tristeza, tanto quanto insatisfação e revolta, são síndromes da alma, estabelecendo distonias e favorecendo moléstias do corpo.

Se há saúde, esses estados de espírito patrocinam desastres orgânicos; na doença equivalem a fatores predisponentes na desencarnação prematura.

Mas não é só isso.

Em todo desequilíbrio mental as forças negativas entram mais facilmente em ação instalando processos obsessivos de duração indeterminada.

Se usamos o antibiótico por substância destinada a frustrar o desenvolvimento de microorganismos no campo físico, por que não adotar o passe por agente capaz de impedir as alucinações depressivas, no campo da alma? Se atendemos à assepsia, no que se refere ao corpo, por que descurar dessa mesma assepsia no que tange ao espírito? A aplicação das forças curativas em magnetismo enquadra-se à efluvioterapia com a mesma importância do emprego providencial de emanações da eletricidade.

Espíritas e médiuns espíritas, cultivemos o passe, no veículo da oração, com o respeito que se deve a  um dos mais legítimos complementos da terapêutica usual.

Certamente os abusos da hipnose, responsáveis por leviandades lamentáveis e por truanices de salão, em nome da ciência, são perturbações novas no mundo, mas o passe, na dignidade da prece, foi sempre auxílio divino às necessidades humanas.

Basta lembrar que o Evangelho apresenta Jesus, ao pé dos sofredores, impondo as mãos.


(De "Opinião Espírita", de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz).