Era uma guerra.
Seus corpos haviam tombado ensaguentados na lama. Mas, eles brilhavam além dali.
Seus corpos foram danificados por tiros e granadas. Mas, eles ascenderam espiritualmente em corpos de luz, sem dramas. Estavam soltos, flutuando na luz, sem guerra.
Porém, logo abaixo deles, presos àquela atmosfera densa e misturados ao cheiro acre de carne morta e de sangue com lama, ficaram muito soldados sem fé, aferrados à batalha que já não era deles.
Não ascenderam, pois o ódio não deixou. Em suas mentes distorcidas, o inimigo precisava pagar! Recusaram o convite da luz e perseveraram no ódio. Não estavam mais na guerra, mas ela estava neles.
Presos às suas ilusões, demoraram a perceber a verdade. Retardaram por conta própria a luz benfeitora que iria curá-los além...
Muitos deles estacionaram no umbral espiritual. Outros, finalmente aceitaram os fatos e ascenderam à outras dimensões extrafísicas. Alguns permaneceram agarrados aos desafetos encarnados e aos ambientes densos da Terra. Porém, pela contínua ação dos bondosos amparadores espirituais, foram conduzidos para estações extrafísicas e tratados pacientemente.
No devido tempo, reencarnaram novamente. Estão na Terra mais uma vez, abençoados pela oportunidade de renovação consciencial em outro meio. Porém, ainda hoje, muitos deles estão com suas emoções presas nas trincheiras e nos corpos retalhados do passado belicoso. Inconscientemente, eles guardam as balas e os estilhaços das granadas em suas psiquês.
Eles continuam em guerra, mas não sabem disso. Não conseguem descansar, algo os tensiona por dentro. Muitas dessas reminiscências inconscientes surgem como doenças psicossomáticas, acicatando-lhes a existência e roubando-lhe a paz íntima.
O passado já foi, a guerra acabou e eles estão em outra vida. Mas, eles não sabem e, dentro deles, as armas continuam disparando incessantemente.
Sua cura é bem simples: basta desligar-se do passado e seguir o fluxo da vida no presente. Eles poderiam mergulhar dentro de si mesmos e com humildade perdoar silenciosamente seus agressores do passado. Bastaria dizer internamente com toda honestidade: "Eu os perdoô pela agressão ao meu corpo de ontem. Também peço perdão pelas agressões que eu possa ter cometido com vocês ou seus colegas. A guerra ficou lá atrás. Vamos viver e aprender a arte da paz."
A cura dos soldados é simples e só depende de uma conversa interior. Talvez, até mesmo em outras dimensões extrafísicas, os antigos adversários percebam que a guerra já passou, mas a vida continua...
A batalha real é contra o egoísmo e falta de lucidez. Que os soldados esqueçam os antigos inimigos e caminhem resolutamente para frente... EM PAZ!
O perdão cura agressores e agredidos. Liberta a consciência dos grilhões do passado e faz o coração transbordar de luz.
Muitos soldados ainda estão sofrendo nos umbrais extrafísicos. E muitos outros estão encarnados, sofrendo repercussões inconscientemente.
Por intermédio destes escritos, os amparadores espirituais convidam aos encarnados e desencarnados de todos os lugares para a conversa interior da cura e da paz.
Nada de tiros e bombas, só a luz do Amor curando e abrindo espaço para outras possibilidades de crescimento. O passado foi tragado pelo tempo. No entanto, a consciência está no presente e tem que viver o agora e aprender o que for preciso.
Não há exército inimigo para ser destruído! Só há a GRANDE LUZ chamando os homens para os caminhos da paz.
Tudo começa com a conversa interior, em que o antigo soldado despe-se da belicosidade e torna-se apenas um ser humano tentando viver em paz.
Aos soldados, da Terra e do Além, PAZ E LUZ!
Recebido espiritualmente pelo médium Wagner D. Borges, São Paulo, 07/01/2000.)
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