29 setembro, 2012

Dinheiro e espiritualidade, será que são incompatíveis?

Muitas crenças, que em sua maioria tem origem em interpretações equivocadas de religiões e filosofias espiritualistas, geram um conflito na relação entre o dinheiro e a espiritualidade.

Cria-se uma separação entre o material e o espiritual. Minimiza-se também a importância da parte material, como se devêssemos deixá-la de lado se realmente quisermos crescer, provocando culpa em prosperar. Para muitos é ainda mais radical. É como se os bens materiais fossem um grande obstáculo para o desenvolvimento.

Quem vive de forma próspera e abundante é visto como alguém que não despertou, egoísta, perdido, apegado... Pra que ter tanto se a vida é tão passageira e o mais importante é a nossa essência?

Concordo que a essência do ser humano é o que ele tem de mais valioso. O imaterial, a consciência ou a parte espiritual, como queira chamar, vem sendo negligenciado e isso tem provocado muitos desequilíbrios e uma busca desenfreada por bens materiais por parte de muitas pessoas para preencher o vazio interior que sentem.

Tudo que é material é passageiro, enquanto que o imaterial é eterno. Entretanto, estamos vivendo uma experiência concreta neste momento no mundo material. Esse lado tem a sua importância e deve ser valorizado, sem termos que perder o contato com a essência. Ter uma vida voltada apenas para o material é um desequilíbrio, mas é também igualmente um desequilíbrio valorizar somente a parte espiritual. O ideal seria balancear os dois lados. E o que isso significa? Do lado material, significaria viver uma vida material média, ou modesta? Como você se sentiria se progredisse muito financeiramente? Seria como se estivesse se afastando da espiritualidade?

Por trás dessas crenças existem muitas outras que relacionam o dinheiro a coisas negativas: dinheiro causa corrupção, exploração, desonestidade, egoísmo, guerras, brigas, pobreza e etc... Somando tudo isso, chega-se a conclusão de que o dinheiro afasta o ser humano do caminho espiritual.

No livro " A mente milionária, sem segredos" de Thomas J. Stanley, Phd, o autor fez uma pesquisa com mais de 700 milionários nos Estados Unidos para traçar um perfil sobre seus estilos de vida e como enriqueceram. Vários pontos interessantes podem ser observados:

- A maioria deles enriqueceu em única geração, ou seja, não herdaram bens. São vistos como pessoas honestas pelos funcionários, parceiros e sociedade. Mais da metade dos milionários credita boa parte dos seu sucesso ao princípio de ser honesto com todas as pessoas, assim ganham confiança e credibilidade e as oportunidades crescem sempre.

- A maioria é envolvida em causas sociais e de ajuda ao próximo e fazem doações significativas regularmente. E para quem acha que eles fazem isso por que são ricos, o que acontece é que eles já faziam isso desde a época das vacas magras. Já falei antes sobre doação. É um comportamento de uma mente próspera que confia na abundância, e o resultado disso é atrair riqueza.

- São vistos como pessoas que valorizam e respeitem os seres humanos. Isso também está conectado com o item anterior da honestidade.

- A maioria trabalha mais do que a média, mas não se mata de trabalhar, e investe tempo de qualidade com a família e tiram férias regularmente.

- Amam o que fazem. Daí também se explica o porque de trabalharem mais do que média. Quando se ama o que se faz, o trabalho é também fonte de prazer. Prazer em executar um trabalho que presta um bom serviço ou produto a sociedade, contribuindo para o seu crescimento.

É claro que deve haver pessoas que fogem desse perfil, mas essas foram características encontradas na maioria, é um perfil médio. Podemos perceber no que foi citado acima, várias qualidades que são vistas em pessoas espiritualistas. Ser espiritualista, na verdade, contribui para aumentar a prosperidade, a não ser que estejam contaminados com crenças que relacionam o dinheiro a coisas negativas ou com problemas de autoestima; se estivermos, sabotaremos nosso crescimento material. Esse é o problema de boa parte das pessoas que se dizem ou são vistas como espiritualistas.

Uma prosperidade realmente sólida, crescente e ilimitada só se constrói com honestidade, respeito, e com um trabalho que contribui para o bem estar da sociedade. Quanto mais pessoas ajudamos com o nosso trabalho, mais enriquecemos.

No entanto, na mídia vemos constantemente notícias de pessoas ricas desonestas, exploradoras, gananciosas e ficamos com uma impressão generalizada de que a maioria é assim. É claro que existem pessoas que agem dessa maneira. No meu ponto de vista, elas poderiam alcançar resultados melhores e mais duradouros se agissem de outra forma. Além disso, não são a maioria. Infelizmente, somos atraídos por notícias negativas e o que vemos na televisão é um retrato filtrado da realidade, onde é mostrado o que há de pior na maioria das vezes. Honestidade raramente será motivo para se fazer uma matéria jornalística.

A medida que enriquecemos podemos proporcionar cada vez mais bem estar para nós mesmos, para nossa família e para quem quisermos. Podemos inclusive investir em livros, cursos, trabalhos terapêuticos e viagens que nos trarão ainda mais crescimento espiritual (atenção, se você estiver sem dinheiro, isto não serve de desculpa para não ir em busca de crescimento espiritual, pois existem muitas boas fontes até de graça). O dinheiro nos permite fazer o bem em uma proporção muito maior. Se você gosta de fazer o bem, invista no conhecimento sobre a prosperidade, liberte-se das crenças negativas, enriqueça e assim você poderá concretizar objetivos maiores.

28 setembro, 2012

Evolução...

Dias atrás, numa das reuniões semanais de "desenvolvimento mediúnico", estivemos na presença do Preto Velho regente, Pai João de Angola.

Pai João cumprimentou a todos e logo perguntou: "O que é evolução?"

Pai João adora provocar "brainstorm", assim os filhos começaram a falar coisas do tipo, "amor ao próximo", "prática do bem", "generosidade", "caridade" e assim por diante.

Então quando cessaram as várias tentativas de sinônimos para evolução, Pai João sorri, estala os dedos e dispara resumidamente algo mais ou menos assim: "Evolução meus filhos é um tema complexo e nesta tentativa de emoldurar o que é evolução, ou melhor, um ser evoluído, é comum que confundam princípio éticos, morais, sociais e humanitários como possível significado de evolução. É preciso saber que não existe um instrumento para mensurar evolução.

Ser bom, ajudar o próximo, ser honrado, justo e coerente, não se trata de evolução.

Dizem que este preto velho é evoluído, mas preciso dizer que quando me chamaram para ascender eu nem mais pensava nessa possibilidade, estava tão entretido nos meus afazeres e procurando fazer o melhor de mim e por mim que nem percebi o tempo passar e nem me preocupava com estas coisas. Talvez foi assim que por algum motivo galguei passo adiante.

Quero dizer filhos que evolução é consequência de uma série de fatores harmonizados e ativos colocados a serviço da coletividade.

Nem todo ético é evoluído, mas ser moral é um caminho para evolução. Ética e moral harmonizados é um bom tempero para este tema. Ser moralmente ético é fazer o certo e o melhor, mesmo quando ninguém está vendo. Aquele que faz o que faz só para sentir-se evoluído, está paralisado no ego.

A evolução acontece quando o indivíduo configura seu ser de boas práticas, não porque falaram que é o certo ou que assim evolui, mas porque se sente bem em ser bom, justo e honrado. Tem que se sentir bem. Daí é preciso esquecer a necessidade de evoluir e agir bem sempre, lapidando-se sempre, instruindo-se sempre e servindo a coletividade sempre, então meus filhos, quando perceber, sem se preocupar, poderá ser notificado que evoluiu!"

Ponto, finalmente, evolução não acontece por intenção, mas por consequência. Pensemos nisso! Grande abraço, axé!


Texto enviado por Rodrigo Queiroz

27 setembro, 2012

A vida é bela!


Seja simples.
Esforce-se 24 horas por dia para não criticar nada nem ninguém.
Aprenda a preparar uma massa leve.
Acredite no amor à primeira vista.
Se nunca comeu, prove um pouco.
Aprenda a dizer não mais vezes.
Mande suas cartas com selos especiais.
Decore sua casa de maneira mais aconchegante e confortável possível.
Pegue um bebê no colo. É bom demais.
Tenha um anjinho, animalzinho. Renda-se a ele.
Volte aos lugares da sua infância.
Diga mais "Eu te amo" e "Senti saudades".
Doe sangue.
Espreguice-se como um gatinho no sofá.
Aprenda a saborear o silêncio.
Que tal fazer parte de um coral? Cantar é ótimo ou cante sozinho(a).
Releia ou leia "O Pequeno Príncipe", de Saint-Exupéry.
Apresente seus amigos que ainda não se conhecem. Que tal numa reunião na sua casa?
Leve alguém muito especial para contemplar a noite desaparecendo na última hora antes do nascer do sol. É mágico!
Seja Feliz!
A Vida é Bela!!!


26 setembro, 2012

Médium e Guia - A Dupla dinâmica da Espiritualidade

Uma das grandes qualidades da Umbanda é proporcionar o contato direto entre a consulência e os Guias. O responsável por esse contrato é o médium. (do latim medium = meio, intermediário).

A mediunidade é uma sensibilidade presente em todas as pessoas, em maior ou menor grau, que facilita na captação de informações de outras dimensões. De alguma maneira, no dia a dia, todos nós usamos essa capacidade, alguns a chamam de inspiração, outros de instinto ou intuição.

O médium é uma pessoa consciente dessa capacidade e precisa estar preparado física, emocional e espiritualmente para usar esse potencial pessoal na senda espírita. Por isso é de total importância nos trabalhos de Umbanda. Do seu equilíbrio, preparo e dedicação depende o sucesso da seara de Jesus num Templo Umbandista.

Médium estudioso, disciplinado e equilibrado é fator importante para o êxito do trabalho espiritual, que transcorre em harmonia, refletindo a verdadeira função dos guias, nessa parceria entre o material e o espiritual. Quanto mais afinado o médium, melhor a comunicação entre os dois mundos. Em sua disciplina está incluída alimentação equilibrada, exercícios físicos, mentais, afinização total com a filosofia e rituais do Templo, e muito importante: o controle emocional. Médium desequilibrado não presta para a missão espiritual dos seus Guias.

Antigamente o desenvolvimento mediúnico era feito de maneira empírica ou por tradição oral, processo lento, por vezes muito místico e misterioso, pois não havia fontes de pesquisa. Hoje a situação mudou, multiplicam-se os cursos de capacitação mediúnica na Umbanda, e existe grande quantidade de literatura de qualidade. Não se pode admitir médiuns despreparados para o trabalho espiritual, pois eles devem ter conhecimento de todas as áreas envolvidas no trabalho. Precisam ter noções sobre escrita sagrada, elementos magísticos, fluídos, corpos espirituais, chacras, ervas e, principalmente, sobre a doutrina espírita e o evangelho. Devem ainda ter uma grande dose de desprendimento e bom senso, pois está lidando com "material humano", pessoas que na maioria das vezes estão em desequilíbrio e com muitos problemas.

Umbanda não é oráculo, não é fantasia, não é resolvedora de problemas e não é mágica.

Não é exigido ao médium que faça adivinhações para provar o valor do seu desempenho. Deve saber ouvir, junto com seu Guia, que já é, em si, um ato de caridade, mas deve tomar cuidado com o que diz, pois algumas informações captadas são apenas diretrizes para o trabalho a ser realizado em conjunto com o Guia. Alguns dados, se repassados ao consulente, poderiam aumentar o caos em que a vida deste se encontra. De que adianta informar ao consulente de que vai perder um ente querido ou de que é vítima de traição? Essas informações são úteis no direcionamento do trabalho e na escolha das determinações a serem dadas, ou tratamentos espirituais a serem indicados, para fortalecimento do campo áurico do consulente, tornando-o capaz de superar os seus problemas ou serem curados de seus males espirituais.

Não existem soluções mágicas, mesmo os médicos psiquiatras, psicólogos e terapeutas profissionais que estudaram durante muitos anos, procuram ajudar as pessoas direcionando-as para o seu autoconhecimento sem nunca darem as soluções prontas.

Lembre-se: não existem problemas, existem experiências.

O sucesso total do trabalho depende de uma trindade sagrada: Guia + Médium + Fé do Consulente que deve fazer sua parte em manter o equilíbrio que foi restaurado em seu campo bioenergético por essa dupla de trabalhadores espirituais. Mantendo-se o equilíbrio, tudo tende a melhorar. A união afinada das Duplas Dinâmicas Espirituais traz para a Umbanda a Luz, a Paz e a Harmonia aos que trabalham nesta Luz!

Lixo Emocional

"Existe um lixo emocional. Ele é produzido nas usinas de nosso pensamento, enquanto crescemos interiormente. São emoções que passaram por nossa vida e nos ajudaram, mas que não têm mais utilidade. São sentimentos que foram importantes no passado, não no presente. São recordações de dor que nos amadureceram e que agora não servem para nada. Não podemos carregar este lixo. Mas, apegados aos nossos sentimentos antigos, ficamos com pena, e temos dificuldade de deixá-los. Enchemos nosso porão espiritual com uma quantidade imensa de memórias inúteis, que ofuscam as lembranças importantes. Não procure sentir coisas que você não está sentindo mais. Não procure ser como você era. Você está mudando. "Permita que seus sentimentos o acompanhem e o transformem em sua própria evolução".


(Texto publicado no Jornal de Umbanda Sagrada - Enviado por Mãe Luzia Nascimento)

25 setembro, 2012

Uma reflexão de amor!

Madre Teresa de Calcutá, que foi prêmio Nobel da paz, entre tantos exemplos deixou também escritos de grande valor. Escreveu ela: "Você sabe qual é o dia mais belo? Hoje."

Tinha razão. Nada se iguala ao dia que se está vivendo. O ontem é passado. Já nos trouxe a experiência e o amanhã ainda não é realidade.

"E a coisa mais fácil? Equivocar-se."

Com certeza. Quantas vezes, no mesmo dia, cometemos erros? Por pressa, damos informações incorretas. Por descuido, fazemos uma anotação indevida. E assim por diante.

"Qual é o presente mais belo? O perdão."

Sim, o perdão é sempre extraordinário para quem o recebe e que, normalmente, aguarda ansioso por isso, desejando de alguma forma se redimir da falta praticada. É suficiente que lembremos como ficamos preocupados quando ferimos um amigo e ficamos esperando a chance de nos ver de novo ao lado dele, para, de alguma forma, compensar o que fizemos de errado.

"Quais as pessoas mais necessárias? Os pais."

São eles que nos dão o corpo, nos alimentam, nos educam. São eles que nos protegem nos primeiros anos, quando somos tão frágeis, incapazes de viver e caminhar por nós mesmos. São eles que nos seguem, anos afora, sempre amigos, atentos, cuidadosos.

"E os maiores professores? As crianças."

Sem dúvida, as crianças, pela sua forma descontraída de agir, nos dão muitos exemplos da melhor maneira de nos portarmos na vida. As crianças são simples. Expressam com facilidade seu carinho. Lutam pelo que desejam. Não têm vergonha de chorar.

"O melhor remédio? O otimismo."

Quem leva a vida com otimismo, jamais se entrega ao desalento. Consegue sempre forças renovadas para lutar e vencer.

"A expressão mais eficaz? O sorriso."

O sorriso conquista simpatias. Quando nos encontramos em lugares estranhos, entre desconhecidos, quando todos parecem um pouco assustados, o sorriso de alguém traz reconforto. E pode ser o início de um diálogo, logo adiante.

"A força mais potente do universo? A fé."

Não foi por outro motivo que Jesus, falando a respeito da fé, disse que se tivéssemos fé do tamanho de um grão de mostarda, conseguiríamos mover montanhas. Lembremos que o grão de mostarda é uma das menores sementes. É minúscula.

Finalmente, "A coisa mais bela? O amor."

O amor coloca cores na paisagem, o amor alimenta e dá forças. Por amor, uma criatura se entrega a outra criatura e se torna co-criadora com Deus. Por amor, um Espírito Excelso veio à Terra, cantou e viveu o amor, deixando, ao partir, o mais belo poema do amor que a Terra já conheceu: 

O Evangelho.
************

Comece o seu dia agradecendo a Deus, pela bênção da vida. Levante-se com calma.

Se você tem alguma mágoa da véspera, faça como o sol: esqueça a sombra e brilhe outra vez.

Auxilie familiares, colegas e amigos com a sua palavra de entendimento e esperança.

Use o sorriso com abundância e descobrirá como ele lhe trará precioso rendimento de colaboração e felicidade.

Lembre que a fórmula da felicidade recomenda ter para com tudo e para com todos a disposição de cooperar para o bem.

24 setembro, 2012

Como fazer as pazes com os adversários desencarnados

Você detecta alguém, no seu caminho, que não veste mais o corpo físico, e que procura lhe prejudicar. O que fazer? Qual a melhor conduta? Fiz algumas anotações sobre o assunto na esperança de que lhe sejam úteis.

1 - Você aprende, com os ensinamentos de O Evangelho Segundo o Espiritismo,  que a dívida caminha com o devedor. Não há presença incômoda sem motivo justo, nem aproximação destituída de finalidade. O adversário foi atraído pela lei de ação e reação, sendo assim, a presença dele se justifica pela necessidade de reajuste.

2 - O ensinamento de Jesus fala em reconciliação, perdão das ofensas, mas você não conseguiu entender-se com ele, enquanto estava no mundo à mesma época. A situação complicou-se, portanto, devido à sua incúria.

3 - O que fazer, então, diante da atitude hostil? Como aplicar o ensinamento do Cristo nos dias de hoje, com a situação agravada? Da noite para o dia, não se consegue lidar satisfatoriamente com os erros cometidos, mas o que vem em primeiro lugar é a necessidade de cultivar a humildade.

4 - Palavras de arrependimento constituem o primeiro passo, mas elas, por si sós, não bastam. Se você estivesse no lugar do ofendido, não se contentaria com palavras. O que seria capaz de abalar a estrutura do seu ódio? Sem dúvida, a ação positiva no campo do bem - instrumento poderoso de transformação e mudança.

5 - Experimente fazer o bem e oferecer ao inimigo como prova de mudança. Faça-o, não como quem ensina, mas como quem aprende. A melhor forma de fazer o bem, é trabalhar pelos outros, sem exigir nada em troca.

6 - Faça da leitura sadia e da meditação um compromisso de hora marcada. O fortalecimento da mente leva mais facilmente à compreensão e ao perdão.

7 - Suporte com paciência e resignação as provas da existência. Os testes diários constituem oportunidades de crescimento, que incluem experiências com o próprio adversário.

8 - Faça a caridade como rotina. O serviço de amor ao próximo opera maravilhas. Com ele, o obsidiado cresce moralmente, aos olhos do obsessor, obrigando-o a reconhecer que não tem ascendência total sobre ele.

9 - Não se desespere com as armadilhas em que se vê envolvido. Tenha certeza de que a calma e a resignação abrirão novos caminhos de libertação.

10 - Não creia que você está abandonado do Amor Divino, entregue a uma existência de segregação, apartado da proteção superior. Por amor, Deus aproxima seus filhos para que o perdão mútuo se concretize. Dessa forma, serão mais felizes na rota evolutiva.

Você tem aí alguns pontos a considerar no caso dos inimigos desencarnados. Não se esqueça, porém, de que tudo depende de você. Nessa questão de inimizade, é preciso que o coração sobrepuje o cérebro, porque só o amor redime e reconforta. Aproveite, pois, a oportunidade que o Pai lhe oferece, acerte suas contas, e seja feliz.


Mensagem psicografada pela médium Marlene R. S. Nobre pelo espírito Hilário Silva, em reunião do Grupo Espírita Cairbar Schutel, em 24 de abril de 2007.

23 setembro, 2012

Espelho...

Ninguém pode estragar o seu dia, a menos que você permita.

O colunista Sydney Harris acompanhava um amigo à banca de jornal.

O amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas, como retorno, recebeu o jornal que foi atirado em sua direção.

O amigo de Sydney sorriu atenciosamente e desejou ao jornaleiro um bom final de semana.

Quando os dois amigos desciam pela rua, o colunista perguntou:

- Ele sempre te trata com tanta grosseria?

- Sim, infelizmente  é sempre assim.

- E você é sempre tão atencioso e amável com ele?

- Sim, sou.

- Por que você é tão educado, já que ele é tão rude com você?

- Porque não quero que ele decida como eu devo agir. Nós somos nossos "próprios donos". Não devemos nos curvar diante de qualquer vento que sopra, nem estar à mercê do mal humor, da mesquinharia, da impaciência e da raiva dos outros. Não são os ambientes que nos transformam e sim nós que transformamos os ambientes. "Os tristes acham que o vento geme. Os alegres e cheios de espírito afirmam que ele canta". O mundo é como um espelho, devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos.

A maneira como você encara a vida faz toda a diferença!


Texto enviado por Márcia Nunes

22 setembro, 2012

Crianças e o Papai do Céu

Em uma das muitas escolas de Aruanda, um preto-velho de nome Antônio estava tendo uma conversa com um grupo de encantados - crianças que trabalham dentro da Umbanda. Era uma "aulinha" onde o "vô", como eles o chamavam, tentava explicar algumas coisas a respeito dos encarnados e do que eles deveriam fazer durante os trabalhos espirituais:

- ... Bem, como eu estava dizendo, os encarnados são um pouco complicados sabe, têm alguns que não acreditam nem em Olorum... - dizia o velho Antônio.

- Como não vô? Eles num  acreditam no papaiiii-mamãeeee-do-céu? Ué, você num ensinou para eles que o "O Papai" mora dentro do coração de cada um? - perguntou uma menininha de nome Catarina.

- Ensinei minha filha, mas sabe, na matéria eles têm tantos problemas, preocupações, dificuldades, que eles não conseguem nem mesmo escutar o próprio coração. A intuição e tudo isso que para vocês aqui é muito claro, para eles não passam de fantasia, misticismo, bobagens...

- Ah, eles são bobocas mesmo, e depois vocês me dizem que um dia eu vou ser igual, vou ter que en... en... como é mesmo vô?

- Encarnar! - Respondeu Joãozinho, outra criança que estava na aula e que não saía nunca de perto do vô.

- Isso, en-car-nar! Eu não quero vô! Não quero esquecer do Papai do céu! Eu amo tanto Ele. - Disse Catarina quase chorando.

- Minha filha, você não precisa ter medo, afinal também existem muitos encarnados bondosos, que crêem no divino Criador e por Ele trabalham avidamente. Além do mais, ainda vai demorar um bocado para você encarnar.

- Ufa, ainda bem! - Catarina parecia aliviada.

- É meus pequenos, é difícil e triste quando muitos dos que a gente mais ama, esquecem de Deus na carne e se entregam a coisas pouco louváveis e seus divinos olhos. E então eles fecham-se à nossa inspiração, e nada mais nos resta a não ser se afastar e esperar... - e o velho Antônio assumiu uma feição tristonha.

As criancinhas, que não entendiam muito dos sentimentos e pensamentos dos adultos, mas tinham uma intuição incrível e conseguiam escutar como poucos o coração dos espíritos, perceberam que o "vô" ficou um pouco triste. Por isso começaram a jogar bolinhas de luz nele e pularam todos juntos em cima do velho Antônio, o que acabou resultando no começo de uma verdadeira bagunça:

- Mas o que é isso aqui? Antônio, você não consegue colocar ordem nos pequenos? - disse uma rechonchuda negra de traços bondosos, que chegava na sala de aula, trazendo algumas xícaras de chá.

- Ordem é comigo vó "Dita", pode deixar! - Disse Jorginho, o maiorzinho daquelas crianças que era "fanático" em colocar tudo em ordem.

- Não, num precisa não Jorginho! Deixa que já está tudo normal... - se antecipou a vó "Dita" antes que ele fizesse alguma de suas loucuras.

- Vim trazer um chá, colhido aqui no canteiro da mãe Jurema. E você em Antônio, que vergonha, brincando que nem um mocinho... e não me chama para participar! Hahaha...

A Velha "Dita" chamava-se Benedita e junto com Antônio eram os responsáveis por uma escola que tinha como objetivo dar instruções a todo um grupo de encantados da natureza, que trabalhavam dentro da religião de Umbanda, onde são conhecidos como a "a linha das Crianças". Eles eram muito puros e estavam ainda muito ligados aos reinos da natureza e suas divindades Orixás, assim tinham muita dificuldade de entender o comportamento humano. Além disso, esse convívio com os encarnados um dia facilitaria, quando as crianças também tivessem que encarnar.

- Bem, por hoje chega. Amanhã vamos ter trabalho em uma Casa de Umbanda. Vai ser gira dos irmãos caboclos, mas quem quiser ir para conhecer e estudar um pouco mais os encarnados podem vir com a gente. - disse a vó "Dita".

Todos foram embora, mas as crianças secretamente se reuniram com a vó Dita e pensaram em fazer uma surpresa, no outro dia, para os encarnados e desencarnados...

e ENTÃO...

Gira no terreiro, correria na parte física e espiritual. Todo mundo tomando seus postos, no astral diversos espíritos sendo encaminhados, curados mesmo antes do começo dos trabalhos, na parte física acende-se à defumação, afina-se os atabaques, etc. Antônio como um dos mentores da casa coloca-se ao lado do congá.

Os trabalhos começam: hino da Umbanda, defumação, bater cabeça, etc. Nesse dia  o dirigente chama a presença de mãe Iemanjá no terreiro. Os médiuns são tomados por suas naturais, belíssimas que cantam e dançam, trazendo paz, harmonia e amor a todos. O velho Antônio que tem um carinho especial pela encantadora "sereia do mar" se emociona e chora. Às vezes achamos que apenas os médiuns se emocionam com a manifestação dos Orixás, mas isso não é verdade, os guias também.

Chega o momento da incorporação da linha de trabalho, os caboclos naquele dia é que iriam dar passe. Mas algo estranho acontece. Um portal luminoso abre-se e as crianças começam a chegar e envolver todo o ambiente. O dirigente percebe a diferença, e como sempre está aberto ao que o "alto" determina, resolve incorporar as crianças mesmo. E elas chegam fazendo a festa que todos conhecemos tão bem.

O velho Antônio não sabe o que faz, mas parece que todo mundo já sabia que isso aconteceria, menos ele. De repente ele vê a vó Dita e percebe que isso só podia ser coisa dela mesmo.

A médium de Catarina toma a frente do trabalho, fica de frente para a assistência, e diz: 

- Boa noite! Olha meu nome é Catarina e eu vim aqui para dizer umas coisinhas...

- Sabe, vocês já viram aquele velhinho bondoso chamado Antônio dizer que o Papaiii-Mamãeee-do-céu mora no centro dos seus corações, né?! E por que na hora vocês todos fazem cara de "que lindo", mas depois que saem daqui esquecem de tudo?

- Ou vocês acham que só aqui vocês estão em contato com Deus? Esse templo é a casa do Papai? Claro que é! Mas dentro de vocês também! Até eu que sou criança sei disso, como é que vocês não sabem?

- A vida de vocês é difícil, eu sei. A gente tá aqui para ajudar, mas tudo depende de vocês. Nem o Vô que é muito lindo pode fazer alguma coisa, se vocês não ajudarem a si próprios. Entendem?

- Olha, eu trouxe esse buquê lá do jardim de Aruanda, ele tem flores de todas as cores. Mas vocês não as enxergam. Então eu vou dar para cada um de vocês uma flor, e vou pedir que vocês acreditem e guardem-nas bem no coração, e toda vez que se sentirem tristes, lembrem dessa florzinha, porque nela o Papai do céu também está.

E ela foi dando um beijinho, um abraço e uma palavra de amor para cada uma das pessoas que lá estavam presentes. Quando terminou disse:

- Viram só, eu quero que vocês guardem essa flor de Aruanda. Ela se chama AMOR, e quem a tem no coração tem também o Pai - Mãe Criador de Todos.

As pessoas da assistência estavam todas meio espantadas. Elas conheciam as crianças, achavam-nas engraçadas, mas não esperavam tanta ternura, amor, e porque não, sabedoria daqueles "pequenos".

E então naquele terreiro a gira que era para ser de caboclo, virou uma festa de criança, e toda assistência brincou junto delas.

As pessoas enfim entenderam, que o AMOR é a presença viva do Criador dentro dos nossos corações.

O velho Antônio sorria e começou a pensar como aquelas crianças tinham uma forma diferente de ver as coisas, uma forma que nós, os adultos já não mais tínhamos.

- É Antônio, a gente também aprende muito com eles, não é mesmo? Isso foi idéia da Catarina, eu só ajudei. Eles queriam te fazer uma surpresa. Acho que conseguiram...

- Ah "Dita", só você mesmo né?! Hahahaha...

E aqueles dois espíritos que amavam-se tanto e trabalhavam juntos pelo Criador se abraçaram e foram para um outro lugar, afinal, os pretos-velhos também namoram, mas isso já é outra história...


Texto de Fernando Sepe

21 setembro, 2012

Lição de Preto Velho

Antes de passar esta lição de Preto Velho, vou explicar o porquê dela.

Certo dia, durante uma gira, o Preto Velho mandou que o seu "cavalinho" (médium) fosse fazer um trabalho na casa de uma das suas filhas (consulente) que morava numa cidade diferente da do seu médium.

Como existia uma grande distância a ser percorrida, o médium combinou com a assistente que as despesas de deslocamento ficariam por sua conta.

No dia combinado, segue o médium e seu cambone para realizar o tal trabalho pedido pela entidade. Chegando à casa da consulente no horário combinado teve uma grande surpresa porque a consulente recusou-se a fazer o trabalho, pois tinha combinado com um amigo uma outra coisa.

Apesar de não ter gostado da atitude da consulente, disse que estava tudo bem e pediu o ressarcimento das despesas conforme tinham combinado e que voltaria outro dia quando houvesse disponibilidade da parte dele.

Foi aí que ele escutou a resposta: "Pagar??? De jeito nenhum! Você veio aqui porque quis e ainda por cima não fez trabalho nenhum! Por que vou pagar?!"

Com essa atitude o médium não discutiu, afinal ele sabe que não há pior pobreza que a do espírito. Assim, com raiva, mas resignado, voltou para sua casa.

Dias depois ela (a consulente) volta ao terreiro e vai ter com a mesma entidade, de quem escuta uma grande lição:

Lição de Preto Velho
Consulente: Meu pai, vim aqui reclamar, pois o trabalho que o senhor passou para que fosse feito na minha casa ainda não foi feito.

Preto Velho: E "pur que num" foi feito, "fia"?

Consulente: Ele até foi fazer, mas quando chegou, não quis esperar.

Cambone: Com licença, meu pai, não foi bem assim o que se passou. E contou à entidade a história acima.

Preto Velho: Então, "fia", o trabalho "num" foi feito por sua vontade. Veja quando é que "cavalinho" tem tempo, "por mode quê" ele não "atrapaiá" sua vida de novo, pois "afinar" cavalinho já fez o que "divia". E foi a "fia" que "num" deixou.

Consulente: Mas isso pode demorar muito! Onde está a caridade que vocês tanto pregam??? - perguntou num tom de censura ao preto velho.

Após fumar seu cachimbo e pensar um pouco, o Preto Velho assim respondeu:

Preto Velho: "Fia", "os fio confundi" muito caridade com abuso. Acham "qui" todos os "povo" tem que dar o que querem e quando querem. Caridade "num" é isso "naum, fia"! Caridade é "ajudá os fios" como se pode, como sabe e com o tempo "qui" tem, sem "si" prejudicar. Caridade, "fia", é "ocê" ser ajudada e ajudar quem lhe ajuda. Caridade, "fia", é esse "nego" lhe dar um abraço e "ocê" dá outro. É troca, "fia". Mas vou dizer assim, "fia": como os "fio confundi" muito tudo isso, "nego" vai dizer assim: "Nêgo-véio" num "faiz" mais caridade não. "Nêgo véio faiz ajudador". "Nêgo véio faiz" apoio, e que a partir de hoje, "nêgo véio" num qué que cavalinho meu faça mais caridade também. "Nêgo" qué qui cavalinho agora dê apoio e ajuda. E quando cavalinho vê "qui" o povo quer abusar, seja "di nego" ou dele, que cavalinho ponha a mão! Pois o povo tem "qui" deixar de ser egoísta, e aprender a ajudar um ao outro. Pois ajuda (caridade) é isso, fia. É amor e amor é trocar. O povo "qui" só quer receber sem dá nada em troca nunca reconhece o que recebe, e "num pára di" fazer a mesma coisa "pruque" sabe que os outros vai sempre fazer de graça o que eles qué. E isso, "fia", isso é abuso! E com abuso os "fio num" melhora naum, fica sempre nos "mermo" erro, nos mermo "problemador qui arruma". Por isso, a partir de hoje, "nego" num vai fazer mais caridade não. "Nego véio vai dá apoio, ajuda, mais caridade nego véio num faiz mais não!"

Ensinamento do Prevo Velho Pai Antônio
Adorei as Almas!!!

18 setembro, 2012

Consultas e "Consultas"

Essa história passa-se em um terreiro de Umbanda, simples, comum, aconchegante e bondoso como todos os outros que existem pelo Brasil afora. Na verdade essa história provavelmente repete-se em cada terreiro de Umbanda...

Gira de pretos-velhos, todos os médiuns incorporados com esses bondosos velhinhos já encontram-se sentados, "pitando" seus cachimbos e esperando pela assistência espiritual individual que logo há de começar. Em um dos cantos do terreiro podemos ouvir o seguinte "diálogo":

- Salve vô! Sabe, vim aqui pra te falar algumas coisas, na verdade um monte de coisas. Estou com problema de dinheiro, de família, de doença, de emprego, de namoro, de..., de...

- Ah sim, boa noite, mas como eu ia te falando tá tudo muito difícil, você acredita que eu não estou conseguindo nem me manter com o que ganho? Além disso, aquele idiota do meu patrão, eu deveria estar no lugar dele, ele não sabe fazer nada direito. E meu pai então, já não o aguento mais, vive a me cobrar e agora está doente e não melhora nunca. Para complementar a minha situação eu estou saindo com uma menina, mas não sei ao certo, viu? Acho que ela está me traindo, o que você acha vô?

- O quê? Eu que tenho que saber se ela está me traindo? Como vou saber disso? Acho que está. O senhor deveria me ajudar, isso é super importante na minha vida, o que vou fazer se realmente ela estiver saindo com outro?

- É, você está certo, caso ela me ame não faria isso. Bem, se o senhor está dizendo, então está bem. Mas e quanto ao meu chefe, não dá para dar um jeito nele? Se eu estivesse no cargo dele com certeza conseguiria ter um padrão de vida melhor.

- Não, claro que eu não estou lhe desejando mal, afinal você já  me explicou muitas vezes que aqui na Umbanda não se faz esse tipo de coisa. Mas sabe como é né, não dá para dar um jeitinho...?

- Tá bom, não precisa brigar também né vô! Olha, já está ficando tarde e eu tenho que ir, porque ainda vou encontrar a Lúcia. Vou deixar o nome do meu pai aqui, você pode dar uma ajudada na saúde dele? Ah, e faz ele parar de cobrar-me tanto viu!

- Certo, vou na paz de "Oxa..." é esse mesmo. Semana que vem estou de volta, pra contar se meu pai melhorou, apesar de que eu duvido. Também volto e conto se descobri, enfim, o "amante" da Lúcia. Obrigado vô, você me ajuda muito. Continua me protegendo, tá?!

E o preto-velho ficou lá pensando que algo estava errado, muito errado na visão daquele irmão, sobre os atendimentos e giras de Umbanda.

No canto oposto do terreiro, podíamos escutar um segundo "diálogo". Uma médium "incorporada" com sua vózinha dava conselhos, ou melhor, como dava conselhos! Claro, aos problemas que ela própria arrumava:

- Salve mi zifia! Tá tudo bem? Porque nêga tá vendo que vós tá com uma cara estranha!

- Tá tudo bom mesmo, fia? Suncê tem certeza? Nêga tá achando que vosmecê tá angustiada, meio triste, não é verdade...?

- Hehehehe, nêga sabia! Filha não qué fala muito porque é muito tímida, mas nêga sabe porque vê o fundo de alma da fia. Nêga vê que fia precisa de mais dinheiro e mais felicidade no amô. Mas num se preocupa, essa nêga véia aqui pode resolver seus problemas viu fia. É só você ter fé, não precisa de mais nada não! Essa nêga é "feiticeira da antiga", muito poderosa, vai trazer tudo que essa filha precise rapidamente, hihihi...

- Vosmecê já tem namorado? Úu, úu, úu, dexa nêga véia vê... Esse menino num presta pra vosmecê não fia, essa nêga tá "vendo" ele com outra agora. Ele tá te enganando minha fia. Mas pode deixa, nêga vai dar um jeito nele também.

- Num fica triste, eu sei que você confiava nele, mas é assim mesmo. Quando Nosso Senhor, governador do mundo, o senhor Jesus Cristo, sai do coração das pessoas é isso que dá. Por isso que nêga insiste que você tem que ler, ler, reler, de novo e de novo o evangelho. Lá tá escrito como você tem que se comportar, como você tem que agir e tudo mais né fia.

- O quê a traição do seu namorado e os problemas de dinheiro tem a ver com evangelho? Ora fia, tudo. Na verdade fia tá pagando por algumas vidas passadas que nêga tá "vendo" agora, onde fia abusou do dinheiro e dos homens, é por isso. Vosmecê sabe, isso é "carma", vosmecê tem que sofrer para pagar o que fez no passado. Por isso leia bastante o evangelho, releia e quem sabe o nosso senhor, todo poderoso, governador do mundo, Jesus Cristo te perdoe. Vosmecê tem que fazer reforma íntima, tem que viver pelos princípios do evangelho, tem que ser mais casta, mais solidária essas coisas.

- Você não gosta do evangelho? Não fala esse pecado fia, nosso Senhor Jesus Cristo vai virar as costas pra vosmecê!

- Nem batizada você é? Vixi, Nossa Senhora, você é pagã fia! Precisa batizar, por isso essas coisas tão acontecendo com vosmecê! Procura o padre pra fazê o batismo viu fia! Escuta o que nêga tá falando...

- Tá certo, vai com as bençãos de Nosso Senhor, Pai, Mestre, Salvador, Redentor, Jesus Cristo. Semana que vem volta e vem falar COM ESSA NÊGA, ou com qualquer entidade que esteja incorporado NESSE CAVALINHO tá bom? Salve fia, boa noite...

A menina se afastou e do lado da médium, a preta-velha que amparava ela pensou que algo estava errado, muito errado, com aqueles anímicos "médiuns" que projetam seus problemas, seus fanatismos e moralismos na vida do consulente...

Sei que provavelmente  você já esteja meio desanimado com esse centro de Umbanda amigo leitor. Mas o convido a olhar para o último canto do terreiro, lá também está uma médium, incorporada com um preto-velho. E o diálogo que escutamos é o seguinte:

- ...

- ...

O preto-velho abraça o menino e este retribui com todo o amor. Das bocas da médium e do menino palavras não brotam, mas o coração daquele preto-velho e do menino encontram-se, e isso vale mais que tudo. Ele sente o amado vôzinho e entende que não tem nada a reclamar, mas sim, a agradecer pela vida. Percebe que qualquer coisa que dissesse seria muito pequeno perante aquele momento.

Esse menino sabe que a Umbanda é religião, mas principalmente é espiritualidade e religiosidade que deve-se levar no dia-a-dia, com bom humor, amor e discernimento. Ele agradece pela oportunidade de conhecer os Orixás, os princípios superiores e universais da espiritualidade, os guias...

Um amor toca o coração dele e o preto-velho sorri. Afinal, nele sim a verdadeira luz da Umbanda vivia. Juntos, ligados pelos laços afetivos do coração, os dois em silêncio oram pela humanidade, oram pela paz mundial, pelo amor, pelos doentes. Oram por aqueles que ainda não entenderam que espiritualidade e religiosidade estão dentro de cada um de nós, não estão em um templo de pedra, muito menos em uma imagem, livro sagrado ou personalidade divina.

E abraçados, naquele simples, comum, aconchegante e bondoso terreiro como todos os outros terreiros espalhados pelo Brasil, luzes espargiram-se a todos. Mesmo para aqueles que vão ao terreiro só para reclamar da vida, em busca de algum milagre que eles mesmos não trabalham para que aconteça. Ou para aqueles médiuns que vivem jogando seus problemas nas costas dos outros, como uma forma de compensar a própria incompetência de resolver os problemas de SUA VIDA.

E aquele momento, que durou alguns minutos, foi uma eternidade no coração daquele menino, da médium e do preto-velho. Lá no alto do altíssimo, mas ainda assim muito próximo de nós, um homem de barbas, que as pessoas insistem em venerar na cruz, mas que é puro sorriso e amor disse:

- É Madalena, reforma íntima, evangelho, mestre, salvador, redentor, carma, problemas, milagres... Tudo isso é muito pequeno perante o sorriso, a alegria e o amor. Não é verdade?

- Com certeza querido... com certeza...


Texto de Fernando Sepe - 26/10/2005.

16 setembro, 2012

Pratique o Silêncio!

Nos tempos de tribo, em que toda tecnologia que tínhamos era o arco, a flecha, o machado de pedra e alguns outros utensílios, quando nossas maiores aflições eram como garantir o alimento caçado do dia para nutrir a tribo e vez por outra defendê-la de rivais territoriais, nos preocupávamos acima de tudo com a nossa continuidade, com o legado que deixaríamos aos nossos descendentes, que não era a terra ou qualquer materialidade, até porque nada nos pertencia, tudo era da natureza, dela extraíamos o sustento, o abrigo, o ensinamento.

A natureza ensina...
Ensina que não há árvore sem raiz, que os pássaros não cantam quando aprisionados, que a água sempre vence os obstáculos devido sua essência maleável. Que o ar é invisível para que ao menos ele não queiramos deter.

Ensina que os ventos sopram a continuidade dos ciclos, transportando sementes e microorganismos de um lado ao outro para que tudo flua naturalmente. E ensina que tudo tem seu tempo, não há tempestade que não cesse e não há calmaria eterna, o primeiro sacode e revolve as estruturas "acomodadas" e inférteis para que o segundo encontre novas possibilidades de superação e continuidade da vida.

No entanto, aprendemos isso sobre a natureza porque nossos antecessores nos ensinaram a ler a natureza. Lê-se a natureza observando em silêncio.

Hábito cada vez mais distante dos filhos encarnados neste período da Terra. E o tempo, que sempre foi o "Deus da Razão", agora é caro e acusado por faltar aos filhos da Terra.

Então, diante os conflitos, as tormentas e enfrentamentos, vocês, filhos da Terra, continuam num processo obsessivo em busca de facilitações, de encurtamento do trajeto, de se possível enganar a natureza. Buscam-se respostas e responsabilidades fora, no outro, nas coisas, no mundo e quase sempre se isenta diante os fatos.

Pratique o silêncio!
Quem não sabe silenciar não escuta o coração, não entende o que é intuição e não capta a ajuda espiritual.

Silencie!
Pois o barulho confunde, palavras e tentativas de justificativas constantes ludibriam e paralisam.

Silencie!
No silêncio da boca serrada, resta-lhe o pensamento, a consciência não falha, e diante dela seja honesto, humilde e coerente.

Silencie!
E compreenderá que para tudo tem uma resposta em você e que tudo tem um sentido de ser, e se ainda não compreender é porque não silenciou o sabotador dentro de você.

Silencie!
E então se harmonizará com o fato de que tudo tem um ciclo natural para acontecer, para ir e vir, para fluir, e ser.

Silencie!
Aprenderá que as tormentas sacodem, as tempestades amolecem e que como vieram se vão, o que importa é como você estará depois dela.

Silencie!
Para aceitar que a bonança não é acomodação, não é falta de desafios, mas sim a oportunidade de trabalhar ainda mais intensamente e melhor, caso tenha amadurecido e se fertilizado durante a tempestade.

Silencie!
E responda, o que é que você está deixando para os seus sucessores?

Silêncio, pratique!


Texto inspirado pelo Sr. Caboclo Tupinambá através do médium Rodrigo Queiroz em 07/10/2011.

15 setembro, 2012

Oração do Médium

Senhor!
Fonte de toda energia e poder! Suprema Luz geradora!

Permita que minha mediunidade esteja a Vosso serviço!
A serviço de meus irmãos e irmãs
que necessitam de minha doação e minha energia!

Que eu saiba doar-me sem buscar nada de volta.
Entregar-me ao vosso serviço sem nada esperar de volta.
Que eu seja um condutor fiel de Vossas mensagens e que 
o meu campo físico acolha e absorva todas
as energias necessárias para doar-me ao meu irmão!

Que meus chacras recebam e emanem livremente a força dos cosmos
e que esta força alcance o centro vital de todos os que estão aguardando minha doação.
Que meu viver seja universal, que meu agir seja divino.

Que todas as minhas faculdades estejam conectadas com o poder maior e que as falanges
dos espíritos luzeiros se sirvam delas para ser ponte entre o humano e o divino.

Amado Senhor de todos os mundos,
Criador Supremo, Matriz Geradora de todos nós.
Que eu sendo médium jamais conheça
a preguiça, o descaso e a avareza!

Que o tempo não me cobre a demora e que eu
nunca vacile em minha missão de ser doação.
Fazei de mim um meio de ligação
entre a Vossa e a nossa energia.

Amém.


Oração enviada por Larri Antonio Carlesso
Contatos: lacarlesso@hotmail.com

14 setembro, 2012

Pare com tudo!

Se Deus tivesse falado:
 
Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
 
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
 
Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
 
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
 
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
 
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
 
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
 
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
 
Eu te fiz absolutamente  livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro.
 
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
 
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse.
 
Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.
 
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?
 
Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quanto tomas banho no mar.
 
Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?
 
Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
 
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações?
 
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti.